A Administração da Universidade de Brasília apresentou a diretores de institutos e faculdades, na manhã desta segunda-feira (1°), instrumento de pesquisa que será enviado para docentes, técnicos e estudantes a fim de levantar a real situação socioeconômica, de saúde e de acesso à tecnologia dos membros da comunidade acadêmica. O material, preparado no âmbito do Comitê de Coordenação de Acompanhamento das Ações de Recuperação (CCAR), deve ser disparado até o final desta semana.
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"Apesar de o Cepe [Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão] ter descartado qualquer atividade remota de ensino durante o isolamento social imposto pela pandemia de coronavírus, temos ouvido cada vez mais que o cenário mudou", contextualizou a reitora Márcia Abrahão. "Como não temos perspectiva de volta das atividades presenciais no curto prazo, precisamos ver como dar condições equânimes a todos para a realização de atividades domiciliares", disse.
A gestora lembrou que o maior desafio é prover a conectividade a todos os estudantes da instituição. "Não vamos dar nenhum passo que deixe pessoas para trás", garantiu. "Precisamos identificar qual a situação global da Universidade para encaminharmos o assunto da forma mais correta. Certamente, esse processo acarretará em novas regulamentações para algumas áreas", completou o vice-reitor Enrique Huelva.
Os questionários foram elaborados pelo subcomitê de Pesquisa Social do CCAR, coordenado pelo professor Lúcio Rennó. "Priorizamos as perguntas objetivas para mapear a condição individual e domiciliar dos membros da comunidade", disse. O docente esclareceu, entretanto, que alguns aspectos demandam percepções mais subjetivas, também abarcadas nos questionários. "Não adianta querer perguntar qual a velocidade de banda de internet, quase ninguém sabe isso. É preciso perguntar, por exemplo, se é fácil baixar vídeos", ilustrou.
EAD – Os diretores acolheram a iniciativa e destacaram que os eventuais avanços para a realização de atividades remotas não são o mesmo que educação a distância. "Existe uma grande diferença entre atividade não presencial e EaD. Quem trabalha com a educação a distância entende isso como um processo, uma filosofia", ponderou a diretora do Instituto de Ciências Humanas (IH), Neuma Brilhante.
Outra preocupação externada pelos gestores diz respeito aos cursos com grande carga de atividades práticas. "Desde o primeiro semestre, temos uma série de atividades clínicas, realizadas com base nas diretrizes curriculares. A partir do momento em que passarmos a ensinar os estudantes de maneira apartada dos pacientes, podemos ter dificuldades", comentou o diretor da Faculdade de Ciências da Saúde (FS), Laudimar Alves de Oliveira. "Nós, da área da Saúde, vamos precisar analisar o que é viável ser feito presencialmente, com grupos pequenos e todos os cuidados necessários", completou o diretor da Faculdade de Medicina (FM), Gustavo Romero.
A pesquisa deverá ser respondida por estudantes de graduação e pós-graduação, docentes e técnicos. "Queremos a maior adesão possível, de forma a fazer um planejamento adequado", reforçou o vice-reitor, que preside o CCAR. O Comitê foi instituído pela Reitoria na primeira semana de maio, com o objetivo de preparar a Universidade para a fase de recuperação da pandemia. "Não estamos nessa etapa, mas já temos atuado arduamente na preparação – algo que não é simples, considerando a complexidade e diversidade da UnB", finalizou a reitora.
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