RECUPERAÇÃO DA PANDEMIA

Em reunião com diretores de institutos e faculdades, vice-reitor detalhou plano para volta do calendário acadêmico e pesquisa sobre a situação da comunidade

Elaborado pelo Comitê de Coordenação de Acompanhamento das Ações de Recuperação (CCAR), plano de retomada das atividades acadêmicas considera as recomendações das autoridades de saúde e do Comitê Gestor do Plano de Contingência da Covid-19 da UnB (Coes). Foto: Beatriz Ferraz/Secom UnB

 

A Administração da UnB apresentou, em reunião com diretores de institutos e faculdades na quarta-feira (9), proposta de plano de retomada das atividades acadêmicas. Elaborado pelo Comitê de Coordenação de Acompanhamento das Ações de Recuperação (CCAR), o documento, que já havia sido enviado aos gestores na semana passada, detalha as fases da pandemia do novo coronavírus e as respectivas etapas da retomada.

 

O passo a passo considera as recomendações das autoridades de saúde e do Comitê Gestor do Plano de Contingência da Covid-19 da UnB (Coes). O objetivo é garantir as condições adequadas de saúde e de segurança do trabalho para toda comunidade universitária, nos mais diversos cenários da crise. "Para a elaboração, analisamos, além das orientações de saúde, os planos de recuperação de universidades estrangeiras, coletando boas práticas e experiências", comentou o vice-reitor Enrique Huelva, que preside o CCAR.

 

>> Veja a íntegra da apresentação do plano de retomada

 

O plano está dividido em cinco etapas (de 0 a 4) e leva em conta as possibilidades de realização de atividades acadêmicas domiciliares. Segundo levantamento do CCAR, 35,10% das turmas de graduação do primeiro semestre de 2020 poderiam fazer exercícios domiciliares, o que alcançaria 54,32% dos estudantes matriculados. "É importante, porém, assegurar que todos tenham a conectividade necessária para realizar tais atividades", frisou o vice-reitor Enrique Huelva. 

Objetivo do plano é garantir as condições adequadas de saúde e de segurança do trabalho para toda comunidade universitária, nos mais diversos cenários da crise. Imagem: Reprodução

 

PESQUISA – Nesta semana, o subcomitê de Pesquisa Social do CCAR lançou pesquisa para mapear a situação socioeconômica, de saúde e de acesso e familiaridade a recursos tecnológicos por parte de estudantes, docentes e técnicos da UnB. Com esse raio X, a Universidade poderá ter mais clareza sobre o contingente de pessoas que necessitarão de apoio para participar das atividades domiciliares durante a fase de recuperação.

 

O diretor do Instituto de Ciência Política (Ipol), Lúcio Rennó, que coordena o subcomitê de Pesquisa Social do CCAR, esclareceu que os questionários estão sendo enviados em blocos. O grupo também está atento à eventual dificuldade de estudantes em responder à pesquisa. "Tivemos uma adesão de quase 10 mil discentes no primeiro dia, o que é bem impressionante. Mas vamos atrás das pessoas que não preencherem o questionário. Temos até o dia 23 [de junho, prazo final para o envio das respostas], explicou.

 

A reitora Márcia Abrahão, também presente na reunião, falou sobre articulações com autoridades acerca da inclusão digital da comunidade. "Estou em contato com o diretor da RNP [Rede Nacional de Pesquisa], verificando a possibilidade de eles oferecerem mecanismos de conectividade às universidades, do mesmo modo que fizeram com as unidades básicas de saúde", disse. "Também conversei com o secretário da Sesu [Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação] e ele afirmou estar com conversas avançadas com a RNP para isso".

 

ETAPA ZERO – Conforme o documento apresentado aos diretores, caso haja concordância das unidades acadêmicas e do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), as atividades se iniciariam pela Etapa 0, que coincide com a fase de transmissão sustentada da doença no DF. Neste momento, só seriam realizadas de modo presencial atividades administrativas essenciais que não possam ser feitas a distância. As atividades acadêmicas ocorreriam de maneira remota.

 

Durante a Etapa 0, a instituição também se prepararia para a Etapa 1. Para isso, estão previstas ações como o treinamento da comunidade para o enfrentamento da Covid-19; a aplicação de protocolo reforçado de limpeza e desinfecção; o fortalecimento de ações de vigilância em saúde nos campi; e a garantia de insumos essenciais para as próximas etapas.

 

Durante a conversa, diretores demonstraram preocupação com o acesso de estudantes aos recursos tecnológicos. "A proposta de retomada está muito detalhada e isso trouxe tranquilidade à nossa unidade", disse o diretor da Faculdade de Educação Física, Fernando Mascarenhas. "Alguns docentes, porém, questionaram as condições de inclusão digital. Vamos aguardar o resultado da pesquisa do CCAR, para termos a real dimensão vulnerabilidade de nossa comunidade".

O plano está dividido em cinco etapas (de 0 a 4) e leva em conta as possibilidades de realização de atividades acadêmicas domiciliares. Imagem: Reprodução

 

TEMPO CERTO – A diretora do Instituto de Psicologia (IP), Wânia Cristina de Souza, avaliou que a UnB está se preparando no ritmo adequado para a retomada, inclusive no que diz respeito à saúde mental de estudantes, técnicos e docentes. "A Universidade, assim como resto do mundo, precisou entender a pandemia, como funciona a nova realidade", comentou.

 

"Estamos discutindo as coisas no tempo certo, sem atropelos. Não é papel das unidades adquirir equipamentos [tecnológicos, para quem tem dificuldades de acesso à internet], é preciso uma resposta institucional ao problema", acrescentou o diretor da Faculdade de Administração, Economia, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas (FACE), Eduardo Tadeu Vieira.

 

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