Acompanhada de integrantes da administração superior, a reitora da Universidade de Brasília, Márcia Abrahão, visitou a Faculdade de Ciências da Saúde (FS) na tarde da última sexta-feira (9). No encontro, parte de um processo iniciado em 2016, a Reitoria escutou sugestões e demandas e pôde verificar in loco questões a serem consideradas para o aprimoramento das atividades de ensino, pesquisa e extensão na unidade, além de questões de infraestrutura e de gestão administrativa.
O diretor da FS, Laudimar Oliveira, destacou pontos fortes da faculdade, conquistados nos últimos anos: acessibilidade, controle de resíduos, reforma das salas dos professores, reforma de banheiros com inclusão de fraldários, ampliação do parque de laboratórios de ensino com a inauguração do prédio Uleg/FS, renovação de equipamentos de mídia e mobiliário, dimensionamento do quadro de técnicos em relação aos laboratórios, avaliação externa com reconhecimento nacional e internacional na graduação, pós-graduação e extensão, entre outras.
Entre as questões críticas levantadas estiveram: infraestrutura, aquisição de equipamentos, transporte e gestão de recursos humanos. A chefe do Departamento de Odontologia, professora Érika Negrini Lia, pediu “socorro” à reitora. “Dependemos muito de estrutura física, mas em particular precisamos de estrutura laboratorial. O curso está atrasado pelo menos 30 anos do ponto de vista tecnológico”, afirmou. A professora ressaltou ainda a preocupação com os estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, já que o curso demanda diversos gastos com compra de equipamentos.
O decano de Ensino de Graduação, Diêgo Madureira, reforçou a preocupação da administração superior em manter equidade entre as unidades acadêmicas na distribuição de recursos. “Mas isso não é suficiente quando não se tem recursos para dar aos cursos o que precisam”, disse, referindo-se à falta de verba do governo federal para investimento enfrentada pela UnB nos últimos anos.
A decana de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional, Denise Imbroisi, convidou os gestores da FS para uma atuação conjunta no enfrentamento e na solução dos problemas. “Temos feito muito com os poucos recursos que recebemos do Governo Federal, inclusive com melhorias substanciais na FS. Além disso, a gente pode buscar recursos para equipamentos e adequação de laboratórios via emenda parlamentar, por exemplo. O recurso está cada vez mais escasso e a demanda tem sido muito forte”, frisou.
TRANSPORTE – O chefe do Departamento de Saúde Coletiva, Natan de Sá, pediu a disponibilização de transporte para saídas de campo dos estudantes, que precisam se deslocar para diversos projetos. O prefeito da UnB, Valdeci Reis, reforçou que este mês foram firmados novos contratos para saída de campo e viagens, inclusive para trajetos que incluem estrada de terra.
Os servidores técnico-administrativos da FS reivindicaram atenção às carreiras e cobraram as gratificações de FG4 a FG6 perdidas em 2019. A reitora destacou que a retirada foi feita por decreto do Presidente da República, que extinguiu funções gratificadas nas instituições federais de ensino. O Ministério Público entrou na justiça contra a medida, mas não teve sucesso. A reitora destacou ainda os mestrados profissionais para técnicos, os editais dos decanatos acadêmicos (DPI, DEG, DPG e DEX), nos quais os técnicos agora podem se candidatar e ter acesso a auxílios e a possibilidade criada pelo DEX de técnicos coordenarem projetos de extensão. Já a diretora de pós-graduação do Decanato de Pós-Graduação da UnB, Diana Pinho, reforçou a existência de uma política de valorização dos técnicos formulada na atual gestão da UnB, entre elas a nova resolução do Cepe sobre pesquisador colaborador, que permite que os técnicos orientem na pós-graduação.
DIÁLOGO – “Vocês têm mesmo que trazer as questões que preocupam vocês. Além de ser um pedido à nossa gestão, é um retorno da direção para a comunidade”, afirmou a reitora Márcia Abrahão. “Para nós é muito importante ouvir. Os órgãos colegiados acabam não dando conta de tratar de todos os desafios das unidades. Temos muito ainda a fazer para podermos nos voltar cada vez mais para manter o ensino, a pesquisa e a extensão de excelência, com compromisso social.”
O diretor da FS agradeceu a oportunidade de troca. “Enriquece nossa perspectiva do que podemos construir junto à Administração Superior para nossa faculdade. Que estes diálogos façam aquilo que todos nós queremos, que é crescer”, disse o professor.
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