A Faculdade UnB Ceilândia (FCE) realizou no início deste semestre letivo a primeira edição da Cerimônia do Jaleco, rito em que há entrega da vestimenta profissional aos estudantes e que representa o início da jornada em cursos da área de Saúde. O evento registrou mais de cem participantes dentre docentes, calouros de Enfermagem e seus parentes.
A coordenadora do curso de Enfermagem na FCE e organizadora do evento, Laiane Ribeiro, explica que a ideia de habituar os familiares dos discentes ao espaço universitário apareceu de uma conversa com a mãe de uma estudante recém-ingressa na UnB. “Essa mãe falou da necessidade de conhecer mais o local em que a filha estudaria", conta.
A celebração fez parte da Cerimônia de Boas-Vindas da FCE e aconteceu em 1º de setembro. Cada estudante poderia convidar até dois parentes. “Conversei com a comissão dos estudantes criada para a Cerimônia do Jaleco e questionei o que achavam da presença dos familiares no evento e eles adoraram, acharam o máximo”, relata. "Recebemos um feedback muito positivo. A maioria das famílias não conhecia a Universidade de Brasília, ou o campus de Ceilândia. Inclusive, foi a primeira vez que alguns pisaram em uma universidade pública. Foi bem gratificante”, diz a coordenadora.
>> Leia também: FCE 15 anos: momento de celebrar, reivindicar e sonhar
Para a caloura Hellen Katherine, 21 anos, que se dedicou durante um ano e meio à rotina de estudos em curso preparatório, a entrada na Universidade foi um processo desafiador. “Minha mãe sempre esteve do meu lado, todas as vezes que eu pensava em desistir ela segurava minha mão e me mostrava o quanto eu era capaz. Caminhou comigo durante toda essa jornada, me oferecendo apoio emocional e, principalmente, espiritual”, conta.
"Sempre vou lembrar do juramento que fiz, e do quanto a empatia e o altruísmo são importantes nesta profissão. Nunca vou esquecer do discurso da minha mãe. Sinto extremamente feliz ao ver o brilho nos olhos dela e do meu pai ao me ver chegar até aqui”, comenta a nova estudante de Enfermagem orgulhosa da cerimônia.
Hellen destaca também a importância do apoio familiar durante a graduação. “Os pais é que estão ao nosso lado sempre, que sofrem com a gente por cada reprovação e que se alegram conosco pela aprovação. Nada mais justo do que honrar aqueles que fizeram de tudo para que chegássemos onde chegamos”, conclui.
A mãe de Hellen, Dagma Marcelina, 52 anos, percebe que a Cerimônia estreita e fortalece os laços familiares. “Poder participar desse momento como mãe foi emocionante e prazeroso. Parabenizo a UnB pela iniciativa e, principalmente, por envolver a família na vida acadêmica dos alunos. Foi um dia que, com certeza, ficará marcado em nossas vidas”, compartilha.
PASSADO E FUTURO – Durante a solenidade, houve a passagem da lâmpada, ato tradicional do curso de Enfermagem, geralmente realizado na formatura e inspirado na enfermeira inglesa Florence Nightingale, precursora da enfermagem moderna. A profissional trabalhou na guerra da Crimeia (Europa), por volta de 1854, e costumava levar uma lâmpada para iluminar as enfermarias, e, assim, tornou-se conhecida como a dama da lâmpada.
No evento, uma aluna com vestes de época representando Nightingale cruzou o auditório, simbolizando a passagem da lâmpada. "Essa cerimônia marca a vida do estudante na jornada de Enfermagem”, justifica a coordenadora Laiane Ribeiro. "Acreditamos que essa cerimônia de aproximação fortalece os laços [entre os familiares e a Universidade]. Assim, os alunos estarão mais confiantes nessa jornada que se inicia. Sabemos que é bem desafiadora”, avalia a coordenadora.
*estagiária de Jornalismo na Secom/UnB.