Estudantes da Faculdade de Comunicação (FAC) acabam de ganhar o prêmio Expocom de melhor jornal-laboratório. A premiação ocorreu no início de setembro, em Balneário Camboriú (SC), na etapa nacional da 30ª Expocom, realizada durante o 47º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.
O prêmio contemplou as duas edições de 2023 do Jornal Campus, números 455 e 456. A edição nº 455 traz matérias que retratam as desigualdades entre o Plano Piloto e a periferia da capital federal ao mesmo tempo em que apresentam o escopo cultural, o cotidiano dos moradores, a desinformação, o meio ambiente e a alimentação da região. E a de nº 456 aborda problemas estruturantes da sociedade brasileira, como racismo, violência de gênero, LGBTQIA+fobia, segurança pública, acesso à saúde, cultura e lazer. Ambas as edições foram produzidas sob supervisão da professora de Jornalismo Fernanda Vasques (FAC/UnB).
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O jornal-laboratório da Faculdade de Comunicação da UnB concorreu com jornais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Também foi premiado na etapa da região Centro-Oeste, realizada em Goiânia. Nela, a edição nº 456 do Campus recebeu ainda o prêmio de melhor design de imprensa.
"Sinto-me honrada de poder representar as duas turmas que fizeram as edições vencedoras do Campus. Todo o esforço e dedicação que coloquei no jornal foram recompensados com esse reconhecimento tão grandioso, e fico imensamente feliz por isso", diz a estudante Alice Groth.
Concedido anualmente e dividido em seis categorias, entre elas Jornalismo, Produção Transdisciplinar e Relações Públicas e Comunicação Organizacional, o Prêmio Expocom divulga os melhores trabalhos experimentais produzidos por estudantes de Comunicação do país. O evento é promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).
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JORNAL CAMPUS – Criado na década de 1970, o Campus é o jornal-laboratório mais antigo do país ainda em atividade. Nos últimos anos, o veículo, que era tradicionalmente impresso, tem passado por transformações com o surgimento das novas plataformas digitais.
As edições vencedoras da última Expocom, por exemplo, ganharam um perfil no Instagram para divulgar as pautas e aproximar os leitores do dia a dia da produção. E, no Spotify, foi disponibilizada audiodescrição da edição nº 455, de julho de 2023, para pessoas cegas ou com baixa visão.
Com diferentes editorias colaborativas entre si, a redação do Jornal Campus contou com as funções de editor-chefe, editores de texto, de arte, de fotografia e web, diagramadores, checadora e repórteres, tendo sido criada uma nova função, a de editor de serviços, com o objetivo de não só reportar os fatos, mas também de prestar um serviço ao cidadão, indicando caminhos e alternativas na solução de problemas enfrentados no cotidiano.
"Da concepção do projeto editorial ao projeto gráfico, tudo foi feito pelos estudantes", destaca a professora de Comunicação da FAC Fernanda Vasques, que supervisionou a elaboração das duas edições vencedoras. "A gente fez um jornal do qual a gente se orgulha muito e os estudantes estão muito felizes com essa premiação, que é importante para o currículo de cada um deles", diz.
"O jornal-laboratório dá liberdade criativa para os estudantes e somos responsáveis por todas as etapas, então isso trouxe motivação para construírmos um jornal do jeito que queríamos. Essas oportunidades são raras, é difícil ter experiências completas como essa ao longo da graduação. O Campus, hoje, é uma matéria optativa, mas na minha visão deveria ser obrigatória", diz Alice Groth.
"Enriquecedora", é a definição da futura jornalista para a experiência como editora-chefe da edição nº 455. "Trouxe-me a oportunidade de estar em uma posição muito importante de gestão da redação. Pude entender melhor sobre todas as etapas de produção de um jornal impresso e eu tinha que estar por dentro de tudo que acontecia. Por exemplo: tive que editar todas as versões dos textos que chegavam e monitorar as apurações, analisar e opinar sobre os conteúdos que produzíamos para o Instagram, acompanhar o andamento do projeto gráfico etc. Foi desafiador, mas muito enriquecedor", conta.