Os diretores de unidades da Universidade de Brasília receberam no início desta semana um balanço geral da Pesquisa Social UnB: condições para a retomada do calendário, realizada pelo Comitê de Coordenação das Atividades de Recuperação (CCAR). Trata-se do primeiro banco de dados desse tipo coletado de forma institucional pela UnB, com ampla cobertura e permitindo analisar a diversidade de perfis e situações das pessoas que dão vida à Universidade.
Com os dados da pesquisa, a Reitoria passa a ter uma noção mais real de quantas pessoas precisarão de apoio para conectividade na retomada do calendário acadêmico. Esse suporte inclui o lançamento de editais para garantir o acesso à internet pelos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, bem como pagamento de auxílio ou empréstimo de máquinas a discentes sem computador ou tablet.
>> Edital de apoio à inclusão digital está disponível
“O levantamento foi realizado a partir da preocupação de que não se pode aprofundar desigualdades no processo de ensino remoto”, afirma o professor Lúcio Rennó, diretor do Instituto de Ciência Política (Ipol) e coordenador do Subcomitê de Pesquisa Social do CCAR. Em seis semanas de atividades, o comitê concluiu a elaboração do questionário, a realização do trabalho de campo e a análise de dados. A pesquisa foi realizada por um grupo interdisciplinar com larga experiência em levantamentos de opinião pública.
Os diretores receberam nota técnica, apresentação resumida dos resultados e tabelas e figuras com informações agregadas para discentes de graduação e docentes, além de arquivo com dados desagregados sobre discentes de sua própria unidade. “Agora, a UnB tomará as necessárias medidas de disponibilização de equipamentos de informática e de acesso à internet”, diz o vice-reitor Enrique Huelva, coordenador do CCAR.
Ao todo, foram coletados 25.897 questionários, preenchidos por técnicos, docentes, estudantes de graduação e de pós-graduação. Os resultados apresentam perfil socioeconômico da comunidade universitária, avaliação da disponibilidade de equipamentos de informática, acesso à internet, condições de trabalho/estudo no domicílio, uso de ferramentas digitais e situação de saúde dos membros da comunidade e suas famílias.
“Os dados são úteis para aprimorar nossa vida acadêmica. As informações auxiliam sobremaneira a organização da retomada das atividades não presenciais”, avalia o vice-reitor. A maior participação na pesquisa foi dos docentes, com a adesão de 77,7%. Entre os técnicos, a taxa de resposta ficou em 40,6%. Foi baixa a adesão dos estudantes de pós-graduação, 20,2%. Já 50% dos estudantes de graduação responderam ao questionário disponibilizado on-line.
Os resultados do corpo discente de graduação foram bastante expressivos para a compreensão das necessidades na adoção de atividades acadêmicas de maneira remota:
• 6% não têm computador ou tablet, próprio ou compartilhado.
• Aproximadamente 30% têm acesso precário, lento ou não têm qualquer acesso à internet.
• 74% do corpo discente são usuários de ônibus, transporte público e coletivo, como modal mais frequente de locomoção aos campi.
• A comunidade discente entrevistada é afetada pela pandemia, é dependente do SUS e tem familiares em grupos de risco.
Esses e outros dados de estudantes de graduação foram analisados em detalhes, porque a taxa de resposta é considerada aceitável e compatível com outras pesquisas do tipo, realizadas por internet ou por e-mail. O mesmo ocorreu em relação aos docentes, com ampla cobertura e limitado potencial para distorções. “Os dois grupos foram analisados mais detidamente, neste primeiro momento. Mas isso em nada impede análises futuras mais detalhadas sobre técnicos e alunos de pós”, explica Lúcio Rennó.
>> Confira a íntegra da Nota Técnica do Subcomitê de Pesquisa Social do CCAR
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*matéria editada em 21/7 para disponibilização do link geral para os resultados da pesquisa.