MAGISTÉRIO

Reitora ressaltou que definição do orçamento deve levar em conta a atuação e o impacto das instituições nos territórios para o desenvolvimento do país

A reitora Márcia Abrahão lembrou que, em 11 anos, houve aumento de 700% de estudantes indígenas em todas as universidades federais do país. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

A reitora da Universidade de Brasília, Márcia Abrahão, participou da mesa de abertura da Reunião Técnica sobre Egressos das Licenciaturas em Educação do Campo e Intercultural Indígena na quinta-feira (17), no auditório do Ministério da Educação (MEC). O evento discutiu a carreira do magistério indígena e do campo e o processo de inserção de professores licenciados nos concursos públicos estaduais e municipais. O evento foi promovido pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), do MEC.

 

Representantes da área da educação ressaltaram a posição do governo atual em estabelecer união e reconstrução das políticas por meio do diálogo. A reitora relembrou que os gestores das universidades federais foram convidados a ir ao Palácio do Planalto em janeiro deste ano para trabalhar em conjunto para a reconstrução do país. “Nossas universidades estão ávidas para participar desse momento importante, para participar da elaboração do novo PNE (Plano Nacional de Educação) e, juntos, mostrarmos à sociedade a importância da educação, da ciência e da tecnologia”, declarou Márcia Abrahão, que também é presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

 

A secretária da Secadi, Zara Figueiredo, falou sobre a resistência das secretarias, fóruns e movimentos sociais diante do cenário político dos últimos seis anos, que ameaçava a integridade do “tecido social”. “Nós chegamos aqui porque somos capazes de resistir, de nos mantermos firmes e ter certeza de onde nós queríamos e precisávamos chegar”, declarou a secretária, que reforçou a necessidade de consolidar as licenciaturas já instituídas e monitorar as metas estabelecidas no PNE para que elas sejam cumpridas. A representante da Secadi agradeceu a atuação do Ministério Público e da Defensoria Pública por cobrar das autoridades e oferecer suporte.

 

A professora da Faculdade UnB Planaltina (FUP) e representante do Fórum Nacional de Educação do Campo (FONEC), Mônica Molina, comemorou o pioneirismo da UnB nos 15 anos do curso de licenciatura em Educação do Campo da FUP e reforçou a relevância do acesso à educação superior. “Essas políticas têm um impacto enorme para a permanência dos ‘sujeitos camponeses’ nos territórios, para transformação desses territórios, em busca de igualdade e de justiça social”, ponderou.

A reitora Márcia Abrahão e a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC, Zara Figueiredo. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

O diretor de Políticas e Programas de Educação Superior da Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC), Alexandre Brasil, destacou o debate sobre políticas que promovam a permanência dos estudantes, além do acesso. Ele caracterizou como um desafio a garantia de empregabilidade dos egressos, de atrair estudantes para os cursos e assegurar que futuramente estarão empregados, com apoio profissional.

 

Márcia Abrahão ressaltou a importância de duas secretarias do MEC, a Sesu e a Secadi, trabalharem de forma integrada. A reitora informou que nos últimos 11 anos houve aumento de 700% de estudantes indígenas em todas as universidades federais do país.

 

“Isso implica em termos política não só para o ingresso, mas também para a permanência. Nós, da UnB, temos uma quantidade muito grande de estudantes indígenas e precisamos apoiar em todas as instituições os estudantes indígenas, quilombolas e todos os povos que representam a sociedade brasileira”, observou.

 

Ela destacou que o número de estudantes matriculados não pode ser o parâmetro principal a ser usado pelo governo federal na discussão sobre o orçamento das universidades. “As nossas instituições têm que ser vistas a partir da devida importância que têm suas atuações nos territórios para mudança de realidades do nosso país. Isso é fundamental levar em conta quando a gente está discutindo o orçamento para as universidades." A reitora fez um apelo aos órgãos estaduais e municipais para entenderem que a formação nessas licenciaturas e o ingresso no mercado de trabalho são fundamentais e representam a diversidade do país.

 

De acordo com o Ministério da Educação, a licenciatura Intercultural Indígena foi criada em 2005, a partir de uma comissão constituída por representantes indígenas e membros da Sesu e da Secadi. O curso é oferecido em 22 universidades e tem 1.442 alunos matriculados. 

 

A licenciatura em Educação do Campo foi criada em 2006, por meio do Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo), voltado especificamente para a formação de educadores para a docência nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio nas escolas rurais. Atualmente, 35 universidades e institutos federais oferecem o curso e 6.036 alunos estão matriculados. 

 

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