A reitora Márcia Abrahão foi uma das convidadas para a solenidade de aniversário dos 64 anos de Brasília no Senado Federal. A comemoração aconteceu na manhã desta segunda-feira (22), sob a presidência da senadora Leila Barros (PDT) e homenageou também a Universidade de Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1962, dois anos após o nascimento da nova capital.
“Mesmo diante do restabelecimento do diálogo e do reconhecimento da importância das universidades federais, ainda enfrentamos o desafio de manter e ampliar nossos orçamentos e de reafirmarmos a autonomia universitária. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, a Andifes, que presido, tem buscado incansavelmente a recomposição do orçamento e a aprovação da lei de nomeação de reitoras e reitores. O papel do Senado na aprovação de leis nesse sentido é cada vez mais fundamental”, disse a reitora.
Ela destacou que, recentemente, a UnB aprovou o vestibular para pessoas com 60 anos ou mais. “Nossa primeira experiência foi um grande sucesso. Essa iniciativa demonstra mais uma vez o pioneirismo da UnB, que completou 62 anos no último domingo, 21 de abril. Estamos, portanto, em idade de continuar estudando, fazendo pesquisa, dando aula e trocando experiências valiosas com a cidade que também comemora mais um ano de vida”, acrescentou.
A reitora ressaltou que, apesar dos inúmeros desafios enfrentados nos últimos anos, como os cortes orçamentários e o achatamento de salários de servidores e docentes, a UnB tem mantido sua qualidade e forte compromisso social. “Isso se reflete nas oportunidades econômicas que a nossa Universidade abre para todo o Distrito Federal, e assim como em nossa atuação durante a pandemia”, enfatizou.
“É assim que temos trabalhado, senadora e senadores, há sete anos e meio, diariamente, para manter uma excelência reconhecida por famílias que buscam o ingresso de seus filhos e filhas em cursos de graduação e pós-graduação, bem como em atividades de extensão de alta qualidade, em uma instituição que figura entre as melhores do país e da América Latina”, concluiu.
A senadora Leila Barros destacou que Brasília foi projetada pelo urbanista Lúcio Costa para abrigar 500 mil habitantes, mas que atualmente reúne 3 milhões de pessoas. “Aqui, vários de nossos maiores artistas deixaram suas impressões digitais, como Athos Bulcão, Burle Marx e, é claro, Oscar Niemeyer. É celebrar a materialização de ideias pioneiras, como o Plano Piloto e as suas superquadras, a Universidade de Brasília e a monumental Praça dos Três Poderes.”
A governadora do Distrito Federal (2006-2007) Maria de Lourdes Abadia destacou que se formou na primeira turma de Serviço Social da Universidade e saudou os professores que deram as primeiras aulas na capital federal. “Como estagiária da UnB, eu fui para o Morro do Urubu fazer a pesquisa das favelas”, lembrou.
Além da senadora Leila Barros (PDT), a homenagem foi solicitada por outros dois representantes do Distrito Federal na Casa, Izalci Lucas (PL) e Damares Alves (Republicanos). Participaram da mesa o procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Georges Carlos Fredderico Moreira Seigneur, o senador pelo DF (1991-1997) e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Valmir Campelo Bezerra, e o representante do Memorial JK e bisneto do fundador da cidade André Kubitschek.
Da Administração Superior da UnB estiveram as decanas de Extensão, Olgamir Amancia, de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional, Denise Imbroisi, e de Gestão de Pessoas, Maria do Socorro Gomes. Os decanos de Administração, Abimael Costa, e de Ensino de Graduação, Diêgo Madureira, além do chefe de Gabinete da Reitora, Paulo César Marques, e o assessor de Assuntos Estratégicos do Gabinete da Reitora, Benny Schvarsberg, também estiveram presentes.
ATIVISTA AMBIENTAL – Um dos convidados para homenagear a cidade, o estudante da UnB Márcio Vinícius Botelho, de 21 anos, se tornou a personalidade climática do ano do Prêmio Descarbonário, promovido pelo The Climate Reality Project. Ele salientou a importância da educação emancipatória. “Eu sou um realista esperançoso, porque meus pais não passaram do ensino fundamental, mas me prepararam para que hoje eu esteja, aqui, falando com vocês, falando com a reitora da Universidade a qual eu pertenço e onde curso Direito.”
Márcio Vinícius salientou a característica cosmopolita da capital do Brasil refletida na UnB. “Brasília tem esse significado de retrato do Brasil pelas figuras dos nossos representantes políticos, pelas pessoas que moram não só no Plano Piloto, mas em Ceilândia, em Taguatinga, em Samambaia e em tantos outros lugares, pelo que eu vejo no meu dia a dia na Universidade de Brasília, dos meus amigos mais próximos, cada um de um estado diferente do nosso país. E observo o quanto isso me enriquece pessoalmente e o quanto enriquece a cidade”, concluiu o estudante, diretor do Projeto Onda Solidária, organização não-governamental com sede no Reino Unido e atuação no Brasil e em países africanos.