PLANO DE OBRAS

Esperado há mais de uma década pela comunidade acadêmica, novo espaço para as artes inclui laboratórios, ateliês, auditório e centros de convivência

O vice-diretor do IdA, Flávio Santos; a reitora Márcia Abrahão; o secretário de Infraestrutura, Augusto Dias; e a diretora do IdA, Fátima Santos. Foto: Mariana Leal/Secom UnB

 

Previsto no projeto original da Universidade de Brasília como porta de entrada do campus Darcy Ribeiro, pela via L4 Norte, o Instituto de Artes (IdA) inaugurou na quarta-feira (18) seu novo prédio. Com vista para o Lago Paranoá e mais de 5 mil metros quadrados, o edifício está equipado com auditório para 96 pessoas, laboratórios, ateliês e salas para aulas, orientações, reuniões e coordenação. A cerimônia, lotada, foi celebrada com apresentações musicais de artistas da UnB.

 

“Desde o início da UnB, o Instituto de Artes está na área que não foi pensada para suas atividades. Hoje, vocês podem dizer que o IdA, depois de 62 anos na UnB, assumiu o seu lugar de protagonismo no campus Darcy Ribeiro, que é na entrada principal da Universidade de Brasília”, declarou a reitora Márcia Abrahão. Lembrando o histórico do espaço, ela explicou que a reivindicação do local foi acatada em 2011, em reunião do Conselho de Administração (CAD), então presidido pelo reitor José Geraldo de Sousa Junior.

 

A construção do prédio foi incluída no Plano de Obras da UnB em 2017. A reitora agradeceu aos membros do Conselho de Administração, por deliberar favoravelmente às obras da Universidade, aos decanatos e à Procuradoria Jurídica, que foi responsável pela organização e planejamento do orçamento. “Com todo esse apoio fomos capazes de ampliar, ano após ano, os recursos destinados às unidades acadêmicas, empenhar 100% desse orçamento e, por fim, realizar obras como esta”, disse.

 

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Márcia Abrahão também recordou as dificuldades enfrentadas nos últimos anos, de perseguições políticas ao desmonte orçamentário das instituições federais, e afirmou que a gestão priorizou ainda mais as áreas afetadas, como foi o caso das humanidades e das artes. “Quanto mais atacavam as artes, mais a gente investia.”

A reitora Márcia Abrahão destacou que, agora, o IdA está no local reivindicado pela unidade, sendo que a solicitação foi aprovada pelo CAD em 2011. Foto: Mariana Leal/Secom UnB

 

“Saudamos agora um lugar de trabalho mais salubre para nossos servidores técnico-administrativos, com maior integração para nossa pós-graduação, com didática para o design e o teatro, que não vão precisar ir de um lugar a outro, pois vão encontrar neste espaço seus fazeres e sonhos”, disse, com emoção, a diretora do IdA, Fátima Santos.

 

Para Fátima Santos, o edifício já é uma parte indissociável do instituto. “As construções e edificações são estruturas que viram ambiente a partir do nosso convívio e, quando colocamos em diálogo nossos fazeres, projetos, potências e sonhos, estamos recebendo este espaço que, com arte, amor e poesia, vai se tornar nossa casa”, frisou a diretora.

 

“Eu fico muito feliz que hoje a gente possa estar aqui inaugurando esse prédio e fazendo um marco decisivo do papel das artes dentro da Universidade. Aqui é um espaço de reflexão, de criatividade, de questionamento”, ponderou o vice-diretor do IdA, Flávio Santos, que caracterizou a conquista como um trabalho coletivo definido em conselhos e setores de fora da Universidade. “O Instituto de Artes, a Universidade e a sociedade precisam do artista. O artista tem um papel fundamental. Ele provoca, faz com que a gente olhe para além do nosso momento presente e a que gente tenha desejo de realizar.”

 

Nivalda Araujo, vice-diretora do IdA na gestão 2018-2022, homenageou a antiga diretora do instituto, Izabela Brochado, responsável por requerer o espaço para a construção do novo prédio. “Comemoramos hoje a presença material desse edifício com o mesmo fôlego de ontem para reivindicar os outros prédios, nosso museu, nosso auditório da música, o teatro e laboratórios.”

 

Antes, o IdA dividia as atividades entre os SG 1, 2 e 4, a oficina das artes, a maquete, os módulos 15 e 18 do ICC, e o Multiuso 1. Agora, a ampliação intensifica o desenvolvimento acadêmico da unidade em ações de ensino, pesquisa e extensão. O espaço recebeu investimento total de R$ 22.427.554,32. O prédio integra dez salas de aula, auditório com 96 lugares, espaço para centro acadêmico e empresa júnior, dois laboratórios de informática, duas salas de reunião, secretarias, salas de estudo, elevadores que garantem acessibilidade ao espaço, entre outros recursos.

 

“Participei desse projeto desde o início. É uma demanda de mais de 10 anos. Foi um enorme desafio consolidar todas as demandas do Instituto de Artes e, além disso, traduzir para nossa equipe técnica até chegar nesse resultado, nessa obra. E claro que isso foi feito com muito diálogo e muita compreensão junto aos conselhos”, apontou o secretário de Infraestrutura, Augusto Dias.

 

O Instituto de Artes é composto por quatro departamentos, que ofertam 17 cursos de graduação, incluindo licenciaturas e bacharelados, e cinco programas de pós-graduação. A unidade tem atualmente 2,4 mil estudantes de graduação e pós-graduação, 129 docentes, 29 técnicas e técnicos administrativos, três técnicos músicos, dois técnicos gráficos e um técnico de som.