GESTÃO 2016/2020

Diretor do campus, Augusto César Brasil fala sobre dificuldades a serem vencidas para que haja continuidade no crescimento

 

Para abordar os desafios e as perspectivas de diferentes unidades acadêmicas e administrativas, a Secretaria de Comunicação entrevista gestores da Universidade de Brasília. O diretor da Faculdade do Gama (FGA), Augusto César de Mendonça Brasil, traça panorama das questões a serem superadas para que o campus siga se destacando.

Foto: Beto Monteiro/Secom UnB 

 

Quais são os atuais desafios da Faculdade do Gama?

 

Eu diria que o desafio atual é consolidar este campus como um campus mesmo. Quem entra aqui, vê que ainda tem muita coisa a ser estabilizada do ponto de vista de infraestrutura. Isso resulta em problemas acadêmicos, de pesquisa e de pós-graduação. Nós temos história. A FGA começou ocupando o prédio que era do antigo fórum do Gama. Não havia a atual estrutura do campus, que começou a ser construída enquanto estávamos no antigo espaço. Em 2011, foi inaugurado o primeiro prédio, com salas de aula, secretaria acadêmica, auditório. Cerca de um ano depois, inauguramos a Unidade Acadêmica (UAC), com salas de professores, direção, secretaria da direção e alguns laboratórios de ensino de graduação. Logo em seguida, foi inaugurado o Módulo de Serviços e Equipamentos Esportivos (MESP), onde há o restaurante universitário. A partir daí, o que se vê no campus, em termos de infraestrutura, é que não tivemos uma consolidação do local. Falta estacionamento, urbanização, parques, jardins, calçadas etc. A cerca que existe na entrada do campus foi concluída entre o final de 2016 e o começo de 2017.

 

Quando este campus foi pactuado, a parcela do investimento referente à infraestrutura seria feita pelo Governo Federal, por meio do Reuni, e a parte da urbanização ficaria a cargo do Governo do Distrito Federal (GDF). Mas conhecemos a história recente do GDF, que passou por problemas envolvendo trocas de governadores. Na gestão Agnelo, houve concentração de recursos na construção das vias próximas ao campus e do BRT, mas não existiu investimento na consolidação do estacionamento. Parte do que era responsabilidade do Governo Federal também parou. O Reuni colocou o que tinha de colocar e não teve uma segunda etapa. Aquele pacto que havia foi retrabalhado. A FGA e a administração superior da UnB tiveram de partir para uma articulação junto a outras instituições, como o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e o GDF, para consolidar a parte de infraestrutura. Agora que assumi, comecei a sentar à mesa com todas essas pessoas. No meio disso, existe a questão de termos uma área de proteção ambiental. Nela, nada podemos fazer. Então, temos problemas de licenças ambientais do campus e para construção de novos prédios. Essas são questões delicadas.

 

Em determinado momento, tivemos de devolver o prédio do antigo fórum para o TJDFT. Lá funcionavam nossos dois programas de pós-graduação, nossa extensão e alguns projetos de pesquisa, também vinculados à pós. Com isso, perdemos um espaço muito grande e tivemos de nos readequar. Hoje, existe no campus uma área cheia de contêineres. São contêineres, mas quando se entra, vê-se piso de vinil, ar-condicionado, uma infraestrutura parecida com a dos prédios. Embora tenhamos alguns projetos de edificações já feitos e só falte a licitação, este horizonte é de quatro anos, se tudo der certo. Na FGA, somos 150 professores e 2.500 alunos. Não conseguimos esperar esse tempo para expandir algumas áreas que são de pós-graduação, pesquisa etc. Os professores captaram projetos de pesquisa e esses contêineres são todos de projetos de professores. Parte do projeto deles foi viabilizar a própria infraestrutura para que se desenvolvessem. À época, a reitoria negociou um contêiner pactuado entre a gestão e os alunos, para termos espaço para empresas juniores. Naquela ocasião, solicitamos outros módulos à reitoria, para serem destinados à pós-graduação. Estamos esperando a licitação.

 

Quais são os pontos críticos do Gama?

 

Temos problema com segurança no campus, o que deixa a comunidade estressada, tensionada. Então ela vê o problema de infraestrutura com outra ótica: a da urgência. Trata-se de uma demanda muito imediata, ao mesmo tempo em que são questões comuns de universidades públicas. Dessa forma, as demandas não estão sincronizadas com o momento atual. Nossos grandes desafios são os projetos de infraestrutura, a licença ambiental e o orçamento para executar os projetos. Um dos nossos gargalos internos, por exemplo, é que temos muita dificuldade em executar compras de itens de laboratório, por exemplo.

 

Quais são as perspectivas da FGA acerca da nova gestão da UnB para o quadriênio 2016/2020?

 

A professora Márcia Abrahão acompanha a Faculdade do Gama desde a época em que presidia o Reuni [entre 2008 e 2011]. Então, espero que, na nova gestão, o campus consiga ter sua infraestrutura consolidada. E que se resolva o problema de compras, que não é exclusivo da FGA. Espero, enfim, que a UnB conheça e reconheça o que é prioridade para a instituição.

 

O que se pode esperar do Gama para os próximos quatro anos?

 

Temos 130 professores desenvolvendo pesquisas e programas de pós-graduação. Estamos crescendo, seguindo a história evolutiva normal de uma faculdade. Contudo, nossa capacidade de adaptação é pequena em relação às nossas necessidades, por causa das nossas limitações de infraestrutura. A infraestrutura atual tem limitado a capacidade produtiva dos programas de pós. É fundamental que tenhamos a construção concluída de um novo laboratório. Ainda assim, não podemos deixar de crescer. Por isso, vamos continuar explorando as estruturas temporárias. Queremos também que, nestes próximos anos, a FGA tenha cara de campus e capacidade institucional de articulação para obter nosso estacionamento, jardins, calçadas e ambientes de socialização dos estudantes.

 

Como o corte de gastos neste ano deve impactar o campus do Gama?

 

Até o momento, estamos informados de que a matriz orçamentária destinada a nós será a mesma de 2016. Isso não quer dizer muita coisa. Ainda assim, precisamos vencer a dificuldade de execução de compras. Além disso, sabemos que vai ser complicado conseguir verba para investimentos e que a urbanização deve ser influenciada por isso.

 

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