RECONHECIMENTO

Com o envio de mensagens carinhosas, iniciativa motiva trabalhadores que atuam no combate à covid-19

Em momento emocionante, professora Juliana Caixeta, da FUP, lê carta para os representantes do Samu. Foto: Divulgação

 

Mais uma ação do projeto Cartas Solidárias enviou mensagens em reconhecimento aos esforços dos profissionais que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus. Desta vez, os homenageados foram os servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), responsáveis por socorrer e transportar pacientes com covid-19. Coordenada pelo Subcomitê de Saúde Mental e Apoio Psicossocial do Comitê Gestor do Plano de Contingência em Saúde da Covid-19 (Coes), a entrega das cartas ocorreu na segunda-feira (15), na sede da corporação, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).

 

Idealizada com apoio da Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária do Decanato de Assuntos Comunitários (Dasu/DAC), a iniciativa é uma forma de agradecer os profissionais de saúde que enfrentam diariamente riscos neste cenário pandêmico. As primeiras cartas foram distribuídas em maio, no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), unidade de referência no tratamento da covid-19. Desde então, o projeto articulou, junto à direção do Samu, a entrega das cartas aos servidores envolvidos no atendimento inicial da população.

 

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Voluntária no projeto, a professora da Faculdade UnB de Planaltina (FUP) Juliana Caixeta relata que, para a ação, foram recebidas cem cartas escritas por estudantes, docentes, técnicos e egressos da Universidade, além de seus familiares. Deste número, 74 mensagens foram identificadas como adequadas ao perfil dos servidores do Samu. “As demais eram direcionadas aos profissionais de área de segurança e de nutrição”, explica.

 

Segundo a docente, encarregada pela entrega à corporação, a dinâmica de distribuição foi diferente da primeira ação no Hran, já que os profissionais do Samu atendem de forma contínua a população do Distrito Federal. Dessa forma, entre os intervalos das ligações recebidas pelos servidores, ela os contemplava com as correspondências.

 

Houve um número significativo de mensagens de filhos de docentes e egressos. Para representar esses remetentes, a professora Juliana Caixeta convidou seu sobrinho de cinco anos, Cauã Caixeta, para ajudá-la na atividade. A carta lida para os representantes do Samu foi escrita pelo filho do professor da FUP Eduardo Bessa.

 

Na mensagem, Pedro Henrique Campos, de seis anos, pede aos profissionais que tenham cautela durante suas atividades e agradece a corporação pelo trabalho desempenhado e pelos cuidados que tiveram com ele quando nasceu, pois necessitou de observação em uma incubadora. A declaração emocionou os profissionais.

Carta feita por Pedro Henrique, filho de Eduardo Bessa, professor da Faculdade de Planaltina (FUP/UnB). Imagem: Reprodução

 

Para Juliana Caixeta, o trabalho voluntário desenvolvido pelo projeto oferece oportunidade para a promoção da saúde integral, seja física ou mental. “Existem pesquisas que comprovam que o voluntariado gera uma sensação de bem-estar e de pertencimento ao grupo, com envolvimento muito intenso. Isso traz muitos benefícios para quem participa. E, por outro lado, a pessoa que recebe a ação é agraciada nesse encontro de reconhecimento do outro, de valorização e respeito”, ressalta.

 

RECONHECIMENTO – O diretor-geral do Samu, Alexandre Garcia, relata que os servidores do órgão têm se sentido impactados de diversas formas no trabalho de combate ao Sars-CoV2. Segundo ele, como lidam diariamente com o sofrimento humano, as angústias relacionadas a essas questões podem ser levadas para suas casas. Para ele, as cartas repercutem na motivação dos servidores não apenas para enfrentar a pandemia, mas também as demais enfermidades que acometem a população sazonalmente. “Quando você promove a valorização e o reconhecimento do servidor, seja com ações, com palavras ou gestos, isso resulta em força e motivação para aquele trabalho”, afirma.

 

“É muito bom para o servidor entender que está sendo valorizado, mesmo com um gesto simples como uma carta. Tenho certeza que cada um guardará a sua para nunca mais perder. Quando estiver em um momento de questionamento ou dúvida, vai abrir aquela carta e vai entender que alguém o valoriza”, completa Garcia.

 

ROTINA – A principal atribuição da unidade durante a pandemia é a de transportar infectados com covid-19 que procuram a rede de saúde e são testados positivos. Esses pacientes são transferidos para o Hran. “Eles não podem pegar ônibus, nem táxi. Quem faz esse transporte é o Samu. Então, já sabemos que vamos transportar paciente que é positivo para o novo coronavírus”, explica o diretor-geral do Samu.

O Samu recebeu 74 cartas escritas pela comunidade acadêmica da UnB, familiares e egressos. Foto: Divulgação

 

De acordo com Alexandre Garcia, o número de atendimentos feitos pelo Samu nesses meses de avanço da epidemia sofreu variações, comparado a períodos anteriores. Antes da pandemia, em 24 horas, o Samu atendia em média 2.900 chamadas, para as quais enviava cerca de 200 viagens de viatura. Para o transporte entre hospitais, a corporação encaminhava em torno de 12 viaturas diariamente.

 

“O número de ligações caiu, mas o envio de transporte aumentou muito”, aponta Garcia. Ele afirma que a queda nas ligações pode estar relacionada à redução na circulação de veículos e ao fechamento de bares, com repercussão na diminuição dos acidentes de trânsito e dos conflitos que resultam em ferimento.

 

Mesmo assim, ele destaca que houve crescimento de 30% no transporte inter-hospitalar. “Hoje estamos recebendo em torno de 1.500 ligações por dia e enviamos o mesmo número de antes de veículos de transporte para esses atendimento. Porém, o envio de transporte inter-hospitalar aumentou para média de 20 atendimentos diários.”

 

Apesar da prioridade em realizar o deslocamento de pacientes com covid-19, o Samu permanece com o serviço disponível para outras circunstâncias avaliadas como emergenciais. Em função do risco que os servidores da corporação correm diariamente em qualquer dessas situações, os equipamentos de proteção individual (EPIs) passaram a ser adotados para todas as atividades emergenciais.

 

Na central de atendimento da corporação, é feita uma triagem com as informações fornecidas pelo público no número 192. Na ligação, os servidores identificam a situação e, para os casos emergenciais, encaminham as viaturas. Um setor de atenção à saúde mental oferece suporte à população, caso constatadas manifestações de ansiedade durante o atendimento.

 

PARTICIPE TAMBÉM – O projeto pretende continuar com as atividades de solidariedade. Segundo a coordenadora do GT de Promoção à Saúde do Subcomitê de Saúde Mental e Apoio Psicossocial do Coes, Josenaide dos Santos, no momento o grupo se articula para homenagear as equipes envolvidas no suporte a situações frágeis, como a de despedida de um ente familiar. Por isso, ela solicita a participação da comunidade acadêmica, com envio de mensagens de solidariedade e apoio aos profissionais do Cemitério Campo da Esperança. As cartas devem ser encaminhadas ao e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

*estagiário de Jornalismo na Secom/UnB

 

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