O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade de Brasília aprovou, durante sua 611ª reunião, nesta quinta-feira (8), a data de início do calendário acadêmico do 2º semestre/2020 para 1º de fevereiro de 2021. Dos 57 votos, 47 foram favoráveis e oito foram contrários. Houve, ainda, duas abstenções.
"A definição dessa data é importante e imprescindível para o planejamento individual e também de toda a instituição. Estamos propondo esse horizonte temporal levando muitos elementos em consideração, a partir de vários ajustes e estudos detalhados sobre as demandas acadêmicas", pontuou o presidente do Conselho, o vice-reitor Enrique Huelva.
De acordo com Huelva, a proposta é seguir os protocolos do primeiro semestre, criando uma resolução que possa ser flexível em caso de eventuais problemas.
Alguns estudantes manifestaram preocupação quanto ao cumprimento do cronograma e dos prazos das disciplinas. "Há relatos de esgotamento físico e adoecimento mental de alunos", expôs Andre Doz de Carvalho, coordenador do Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães (DCE). Opinião compartilhada pela aluna Marianna Alvarenga que sugeriu a prorrogação da definição da data em uma semana para que houvesse tempo de consultar a comunidade discente: "é um tema sensível e esse semestre em educação remota é muito controverso".
A docente Cláudia Lyra, representante da Faculdade de Educação (FE), defendeu que houvesse uma previsão da data de encerramento do 2º/2020 e de início do 1º/2021 para um planejamento a médio prazo. "Nosso processo seletivo de mestrado e doutorado, por exemplo, tem se arrastado por todo esse ano e há que se pensar ainda no ingresso da turma de 2021."
O decano de Ensino de Graduação, Sérgio Freitas, esclareceu que não foi proposta a data de término do semestre tendo em vista o último parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), de 6 de outubro, acerca das atividades letivas em 2021. Um dos artigos do documento menciona a não obrigatoriedade dos cem dias letivos. "Essa será uma discussão subsequente, que também abordará a possibilidade de atividade remota para 2021."
A diretora do Centro de Educação a Distância (Cead), professora Letícia Lopes Leite, destacou que, apesar de este ser um período atípico e sobrecarregado, é importante reconhecer as possibilidades pedagógicas.
"Muitos docentes têm repensando seus materiais e propostas didáticas. É preciso enxergar a potencialidade mesmo nesse momento estressante, pois o futuro será com o uso de tecnologias", reforçou.
INGRESSO – A reunião do Cepe também aprovou a substituição do Vestibular de 2020, que teria ocorrido no meio do ano, pelo ingresso por meio do Acesso Enem UnB. Com 41 votos favoráveis, três abstenções e apenas um voto contrário, o texto autoriza o preenchimento de cerca de 2.100 vagas com a utilização da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019. A decisão é excepcional e decorre das limitações impostas pela covid-19.
>> Leia mais: Como fica o Vestibular de 2020?
"O Vestibular pode reunir até 40 mil pessoas e o decreto do governo do Distrito Federal só autoriza eventos com público acima de 1 mil pessoas a partir de 5 de janeiro de 2021. Assim, não teríamos tempo hábil de fazer a seleção para ingresso no 2º semestre de 2020", informou o decano.
A equipe do DEG também averiguou que não há possibilidade técnica para realizar o concurso de forma on-line, com base em padrões e protocolos de segurança necessários para um tratamento isonômico e igualitário. "Isso acarretaria prejuízo tanto para instituição quanto para a própria sociedade", observou o decano.
Uma preocupação comum entre os docentes é quanto aos exames de proficiência e habilidades específicas. "Os cursos do IDA [Instituto de Artes] dependem dessa habilidade. Inclusive na UAB [Universidade Aberta do Brasil] a solução foi o envio de vídeos pelos candidatos para demonstrar seu conhecimento prévio e aptidão técnica com os instrumentos musicais, no caso do curso de Música", mencionou a professora Flávia Narita.
Doutora Honoris Causa, a professora do Instituto de Letras (IL) Enilde Faulstich questionou sobre o vestibular para os estudantes surdos para o curso de Língua de Sinais Brasileira - Português como Segunda Língua, que normalmente é feito separadamente em janeiro, para entrada em março.
O decano Sérgio de Freitas garantiu que todas essas questões pontuais, como o vestibular para indígenas, serão avaliadas detalhadamente: "Vamos conversar com as unidades para analisar alternativas e estudar uma melhor forma de seleção, cumprindo as recomendações de segurança nesse momento de pandemia". As validades das provas de habilidades específicas que venceram em 2019 e 2020 também serão prorrogadas.
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