Comitiva composta por estudantes, docentes e técnicos da Universidade de Brasília embarcou nesta segunda-feira (3) para uma expedição à Amazônia. Será uma viagem de 21 dias, com um percurso de 6 mil km que incluirá visitas a terras indígenas e comunidades locais. As atividades são parte do projeto de extensão Vivência Amazônica e estão vinculadas à disciplina Tópicos Especiais sobre a Amazônia, ofertada pelo Núcleo de Estudos Amazônicos (NEAz) do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam).
Desde a sua primeira edição em 2016, a Vivência Amazônica possibilitou a formação de cerca de 160 extensionistas, de mais de 20 cursos de graduação. A formação tem início desde a preparação da expedição, seis meses antes. Os estudantes participam ativamente em todas as etapas, organizados em comissões de alimentação, roteiro, saúde, entre outras.
Uma comissão científica é responsável, por exemplo, pela organização de rodas de conversa nas comunidades e outras atividades de intercâmbio, explica Jonathas Valério, estudante de Engenharia Ambiental. “Nos preparamos para o diálogo e a troca, de conhecimentos a alimentos, com as comunidades que visitamos”, completa o estudante, que aguarda ansioso pelos três dias que passará em um quilombo e poderá assistir a apresentações de Siriri, dança típica do Mato Grosso.
O trajeto da expedição em 2022 se estenderá pelo interior do estado e prevê visitas a terras indígenas dos povos chiquitano, rikbaktsá e xavante, ao quilombo Mata Cavalo e ao assentamento Dorcelina Folador. O ponto final no roteiro será a Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, no noroeste do Mato Grosso.
Estudante de Ciências Biológicas, Victória Castanho comenta a importância do contato com a diversidade sociocultural para a sua formação: “Fala-se muito da importância ecológica da Amazônia, mas pouco de que se trata também de uma floresta de gente”. Segundo ela, os efeitos da experiência já se fazem sentir em seu estágio docência. “As aulas que dou para crianças e adolescentes mudaram a partir dessa compreensão de que a degradação da Amazônia ameaça não só espécies animais e vegetais.”
O professor Manoel Pereira de Andrade, um dos coordenadores da Vivência Amazônica, destaca que “colocar os pés na terra, depois da pandemia, foi um desafio”. Para enfrentá-lo, o NEAz contou com o apoio de diversas unidades acadêmicas, como Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV), Faculdade de Tecnologia (FT), Faculdade UnB Planaltina (FUP), Instituto de Ciências Biológicas (IB) e Instituto de Geociências (IG). Mas os desafios do momento tornam a retomada ainda mais especial e a Vivência Amazônica segue em jornada.
PANDEMIA – Em 2020 e 2021, a expedição da Vivência Amazônica foi substituída por atividades remotas, devido à pandemia da covid-19. Lives e fóruns de discussão garantiram as interações entre extensionistas e representantes de comunidades e organizações da sociedade civil e movimentos sociais.
Cuidados com relação à covid-19 também foram observados pelos organizadores da expedição em 2022. Por isso, todos os participantes foram orientados a apresentar comprovante de vacinação antes de embarcar. Uma forma de garantir a segurança de quem viaja e das comunidades anfitriãs.
Confira podcast produzido pela revista Darcy sobre a quarta edição da Vivência Amazônica:
A UnBTV também produziu série documental sobre as atividades do projeto em 2018. Assista:
Relembre outras edições da expedição:
>> Expedição da UnB vai à Amazônia
>> Estudantes embarcam para experiência na Amazônia
>> Vivência aproxima universitários da realidade da Amazônia
>> Viagem a uma Amazônia desconhecida