Um grupo de estudantes da Universidade de Brasília embarca neste sábado (2) para uma vivência de 22 dias pela Amazônia. A expedição faz parte do projeto de extensão Vivência Amazônica, organizado pelo Núcleo de Estudos da Amazônia (NEAz), do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam) da UnB. O intuito é aproximar os universitários da realidade socioambiental e cultural da região.
“A ideia da Vivência Amazônica é proporcionar ao estudante uma experiência. É experimentar. Nesse sentido, ela é muito importante para a academia, pois consegue juntar teoria e prática ao mesmo tempo. E o estudante experimenta e teoriza em cima daquilo”, diz a professora do NEAz Enaile Iadanza, uma das coordenadoras do projeto.
“Vários já fizeram seus TCCs relacionados à alguma comunidade. Outros estão fazendo seus mestrados, fizeram especialização. E a ideia é que esses estudantes que participam da Vivência Amazônica se motivem a estudar problemas e soluções para região”, completa.
A Vivência Amazônica existe desde 2016 e já levou cerca de 200 estudantes para diferentes destinos na Amazônia. Esse ano, os estudantes passarão pelos estados do Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Acre, e também por Bolívia e Peru. Estudante de Relações Internacionais, Maria Victória Romero embarca pela segunda vez:
“Construir a Vivência Amazônica é um processo desafiador, revelador e gratificante. Ir pela segunda vez só reafirmou que a nossa maior fonte de força e conhecimento reside no coletivo. A Vivência é mais do que uma simples viagem. É o resultado de um processo de formação, de entendimento que a luta perpassa toda a vida e que requer a participação ativa de todas as pessoas”, compartilha.
A Vivência Amazônica 2023 é fruto de um trabalho coletivo de estudantes, técnicos e professores envolvidos no projeto, que se reúnem semanalmente para planejar, organizar as atividades e estudar o percurso a ser percorrido. Lá, o grupo buscará contato com comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, extrativistas, agricultores familiares, camponeses e movimentos sociais, aprendendo sobre suas formas de vida, cultura e saberes.
Eles também participarão de oficinas de artesanato, culinária e medicina tradicional, palestras sobre temas relevantes para a região, intercâmbios com universidades locais, festas e rituais típicos. Um dos principais pontos a ser vivenciado será a cidade de Xapuri, no Acre, onde Chico Mendes viveu e foi morto.
Lá ocorrerá uma homenagem ao líder seringueiro que foi assassinado em 1988 por defender a floresta e os direitos dos povos amazônicos. Os estudantes poderão conhecer o legado do ambientalista, visitando o Memorial Chico Mendes, a Reserva Extrativista Chico Mendes e a Casa do Seringueiro, além de interagir com familiares e amigos dele.
“Nossa preparação é feita desde o começo do ano. Participamos de eventos, desenvolvemos atividades para arrecadar recursos, tivemos aulas com lideranças, tudo isso nos aproximou da Amazônia antes mesmo de estarmos lá”, conta a estudante da Faculdade de Comunicação Carolina Calvet, pronta para desbravar a região.
Para mais informações sobre o projeto, acesse o site do Neaz e acompanhe o Instagram do NEAz: @estudosamazonicosunb.
Confira podcast produzido pela revista Darcy sobre a quarta edição da Vivência Amazônica:
A UnBTV também produziu série documental sobre as atividades do projeto em 2018. Assista:
Relembre outras edições da expedição:
>> Expedição da UnB vai à Amazônia
>> Estudantes embarcam para experiência na Amazônia
>> Vivência aproxima universitários da realidade da Amazônia
>> Viagem a uma Amazônia desconhecida
>> Viagem a uma Amazônia desassistida