LUTA PELA IGUALDADE

Cerimônia abriu o debate sobre a importância dos livros para transformação da sociedade

A Festa do Livro é o ápice de ação cultural trabalhada ao longo do ano pela Editora UnB. Foto: Anastácia Vaz/Secom UnB

 

Aconteceu nesta terça-feira (19), no Anfiteatro 9 do ICC Sul (campus Darcy Ribeiro, Asa Norte), a solenidade de abertura da 1ª Festa do Livro da UnB. Presidida pela reitora Márcia Abrahão e pelo vice-reitor, Enrique Huelva, a cerimônia deu o pontapé inicial do evento. Com a temática Pensadoras e autoras negras brasileiras: uma reescritura do Brasil, a iniciativa é parte do projeto cultural 2023 da Editora UnB (EDU), organizadora do evento.

 

Completaram a mesa de abertura Germana Henriques Pereira, diretora da EDU; Deborah Santos, chefe da Secretaria de Direitos Humanos (SDH/UnB); Jézio Gutierre, presidente da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu); e Jéferson Assumção, diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura (MinC).

 

Germana Pereira abriu a sessão agradecendo a todos os que contribuíram com a organização do evento e ressaltou o objetivo da ação. “Vamos fortalecer o nosso compromisso com livro, ciência e cultura aqui na UnB. O futuro é agora! Nós trabalhamos em função de nos transformar, cada vez mais, em uma Universidade mais justa, mais humana, mais inclusiva, combatente ao racismo e à homofobia, e mais democrática”, destacou.

"Nós trabalhamos em função de nos transformar, cada vez mais, em uma Universidade mais justa, mais humana, mais inclusiva, destaque no combate ao racismo e à homofobia, e mais democrática. E essa é uma das ações para alcançar este objetivo", ressaltou Germana. Foto: Anastácia Vaz/Secom UnB

 

Deborah Santos (SDH/UnB) exaltou a escolha do tema. “Por ser uma mulher negra, professora, pensadora e por estar em um lugar – ainda mais nas últimas décadas – de luta pelas mulheres negras, estamos lutando para a saída da subalternidade, saída da invisibilidade, do apagamento e do silenciamento. Quando uma atividade como esta vem nos colocar como pessoas, pensadoras e mulheres, mais do que nunca, isso é uma felicidade”, emocionou-se.

 

Outro ponto destacado pela mesa de abertura foi a importância do livro na sociedade, principalmente a brasileira. “O livro é um elemento fundamental para construção da cidadania, que enriquece o indivíduo. Mesmo assim, ainda é algo elitista no nosso país, é impressionante como países próximos a nós, como a Colômbia, tenham 3,5 vezes mais nível de leitura e leitores do que o Brasil. Para crescermos como potência mundial, precisamos da democratização da leitura”, afirmou Jézio Gutierre, da Abeu.

 

A Festa do Livro segue até 21 de setembro e os participantes poderão desfrutar de oficinas criativas, palestras, debates e mesas-redondas. O destaque está na feira de livros que acontece no mezanino ICC Sul, onde inúmeros livros poderão ser encontrados com descontos oferecidos pelas mais de 30 editoras participantes. Confira a programação completa.

 

PREMIAÇÃO  Como parte do projeto cultural desenvolvido esse ano pela EDU, foram realizados dois concursos dentro do eixo temático Pensadoras e autoras negras brasileiras: uma reescritura do Brasil: o I Concurso de Ilustrações e o II Concurso de Ensaios.

 

Das ilustrações concorrentes, dez estão expostas na Festa. A vencedora, Uma alegoria da Decolonialidade Negra, da artista Banana Selvagem, foi usada na identidade visual do evento. No concurso de ensaios, foram selecionados nove trabalhos a serem publicados em uma coletânea de edição única e digital, via Portal dos Livros Digitais da UnB.

 

"O tema do projeto cultural despertou um debate entre nós, e está sendo trabalhando em diversas frentes. Nós, como a primeira universidade a implementar as cotas, não podemos deixar esse debate enfraquecer. Esses trabalhos abrilhantam ainda mais toda a nossa festa", disse Germana Pereira. Os vencedores dos concursos foram chamados ao palco para receber os cumprimentos pela vitória.

 

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