CIÊNCIA CONTRA A COVID-19

Idosos, gestantes e pessoas com doenças raras são público-alvo de informativos

Idosos são parcela importante dos grupos de risco da Covid-19. Foto: Ariadna Creus e Àngel Garcia/COIB.

 

Pesquisadores de vários departamentos da Universidade de Brasília elaboraram documentos com orientações de prevenção à Covid-19 para gestantes, idosos e pessoas com doenças raras. Todos com um objetivo comum: garantir que a informação chegue de maneira direta e clara aos públicos prioritários.

 

As publicações trazem orientações sobre usos de equipamentos de proteção individual, identificação dos sintomas e práticas de higiene, fundamentais para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.

 

IDOSOS — Os idosos formam um dos principais grupos de risco da pandemia de Covid-19 e estão no foco do informativo produzido pela Liga Acadêmica de Gerontologia e Geriatria. “O material foi desenvolvido tanto para idosos quanto para cuidadores que lidam em casa ou para profissionais. Para que possam acessar informações corretas e realmente se precaver do problema e de outras consequências que o isolamento social pode trazer”, explica a professora do Departamento de Enfermagem e coordenadora da publicação, Andréa Faustino.

Para Andréa Faustino, atribuir comportamentos como teimosia aos idoso é uma das faces do preconceito. Foto: arquivo pessoal.

 

Faustino alerta ainda para a propagação de informações preconceituosas, que atribuem aos idosos comportamentos como teimosia e dificuldade em seguir as regras das autoridades em saúde durante o isolamento social.

 

“É necessário pensar na diversidade do envelhecimento. Nós vamos ter idosos que não vão aceitar tão bem essa situação, e também idosos que estão cumprindo rigorosamente as medidas necessárias”, afirma. A coordenação da elaboração do material foi feita em conjunto com a professora Keila Cruz, também do Departamento de Enfermagem.

 

GESTANTES — Já a demanda para a produção de um material com foco no atendimento às gestantes e parturientes partiu de profissionais de saúde atuando na linha de frente no atendimento a este público.

 

“Recebi ligações de um filiado nosso do Rio de Janeiro solicitando que orientássemos os profissionais sobre como agir na hora do parto e no atendimento ao bebê. Pensamos, então, em como não perder os avanços que temos na humanização do parto nestes tempos e reunimos essas recomendações numa página na internet”, explica Daphne Rattner, presidente da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (Rehuna) e professora da Faculdade de Medicina da UnB.

 

“A pandemia trouxe para as gestantes a maior certeza de que o hospital é um local para pessoas doentes, o que tem feito muitas mães procurarem orientação e buscarem ter seus partos fora de ambientes hospitalares. Essa é, contudo, uma decisão que precisa de preparação física, emocional e de planejamento”, ressalta Daphne.

 

No material produzido, é possível perceber que o direito a uma assistência humanizada e as indicações para partos normais e cirurgias de cesárea não mudaram por conta da doença. “As cesáreas e partos normais continuam com as indicações de sempre. A mulher continua com direito a um acompanhante a sua escolha, mas não pode trocar de acompanhante, que precisa ser uma pessoa sem sintomas de Covid-19”, finaliza.

 

DOENÇAS RARAS — No Brasil, 13 milhões de pessoas têm doenças raras, de acordo com o Ministério da Saúde. Ou seja, possuem alguma das cerca de oito mil doenças raras já catalogadas.

Natan Monsores coordena o Observatório de Doenças Raras da FS. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB.

 

Pensando nelas, o Observatório de Doenças Raras da Faculdade de Ciências da Saúde (FS) elaborou uma cartilha com as principais orientações de prevenção à pandemia do novo coronavírus.

 

“Nós tentamos fazer orientações específicas para alguns grupos de maior risco, como pessoas com doenças respiratórias graves, sobre os cuidados e manutenção de equipamentos e orientação a cuidadores”, explica o professor Natan Monsores.

 

O docente coordenou a elaboração do material juntamente com a professora Maria Paula Zaitune, também da FS.

 

"Muitas pessoas que possuem doenças raras já têm a saúde mais fragilizada, por isso, fomos um dos primeiros grupos a orientar a utilização de máscaras para todas estas pessoas, e reforçamos as orientações para os cuidadores domiciliares e profissionais, para que, ao entrar e sair das residências, não sejam vetores de transmissão do vírus", detalha o professor. 

 

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