Está em cartaz a web-exposição de arte interativa Prospecções afetivas: em tempos de pandemia, organizada pelo artista e professor do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes (Vis/IdA) Artur Cabral, com curadoria da também artista e professora Suzete Venturelli. As obras são opção para o público que, agora, durante o isolamento social, busca novas formas de interagir com a arte.
A exposição, que o público confere direto da tela do computador ou smartphone, foi montada em pouco mais de três semanas. Tudo feito de maneira voluntária, sem financiamento. A abertura também foi virtual, com direito a sets ao vivo de live coding, em que o artista cria as peças por meio de códigos em tempo real. Durante as apresentações, o público pôde interagir por meio de chat.
“Aquilo que era só físico passa a ser virtual, modificando nosso contexto de redes”, afirma Artur Cabral. Após um pedido do IdA para promoção de iniciativas que pudessem se inserir em uma nova realidade, o docente, que atua na área de arte digital, organizou os trabalhos.
Artistas de diversas partes do Brasil e também da Itália, dos Estados Unidos e dos Países Baixos exibem provocações sobre o momento atual, expressam saudade do tempo pré-pandemia, compartilham reflexões sobre as vidas perdidas e sobre fugazes movimento de liberdade. As tecnologias têm trazido apaziguamento para a rotina de isolamento social ao mesmo tempo em que evidenciam a falta de contato físico.
Algumas peças foram pensadas para a exposição, outras repensadas em virtude do contexto da pandemia.
“Somos afetados pelo mundo, mas como afetar e ser afetado pela arte? No momento atual, sensações, percepções e afetos se misturam. Estamos passando por muitas experiências emocionais”, observa a docente Suzete Venturelli.
Para ela, a arte tem o poder de alterar as pessoas, uma vez que a sensibilidade aumenta ou diminui com a exposição a trabalhos artísticos.
Entre as obras, estão o chat Later date, proposto pela artista Lauren Lee McCarthy, e o PoemAPP “Covid-19”, aplicativo pensado pelos artistas Pablo Gobira e Antônio Mozelli, que criaram, por meio de realidade aumentada, uma forma de interagir com a obra por meio de palavras.
“Essa capacidade de fazer refletir, questionar e ressignificar talvez seja uma das principais características da expressão artística”, afirma Francisco Barretto, artista baiano e professor do Laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em interatividade, Computação e Novas Interfaces (ICON) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ele é autor da peça Labirinto da Vida (Maze of Life, no original em inglês), junto com os alunos Fellipe Narde, André Bahiense, Ramon Freire e Victor Calazans.
“A batida da música gera, junto com as imagens, uma experiência em que a rotina se contrapõe ao desejo por voltarmos ao movimento normal, nos distanciarmos da pandemia”, opina a designer Isis Albuquerque, que conferiu a exposição. Para ela, as técnicas utilizadas pelos artistas provocam reflexões sobre o momento que traz, ao mesmo tempo, cadência e ansiedade.
SERVIÇO: Exposição Prospecções Afetivas: em tempos de pandemia
Visitação 24 horas por dia, sete dias por semana. É necessário ter instalado o plug-in do Adobe Flash Player.
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