O Comitê Gestor do Plano de Contingência da Covid-19 da UnB (Coes) lançou boletim informativo com ações realizadas pelo grupo. O documento reflete os esforços de especialistas, da comunidade acadêmica e externa, e de gestores da administração central.
“A criação da Dasu [Diretoria de Atenção à Saúde Universitária] foi singular para lidar com a pandemia, com a congregação de especialistas, ao subsidiar a Universidade na orientação e cuidado de nossa comunidade”, expressa o docente Ileno Izídio, decano de Assuntos Comunitários (DAC) e presidente do Coes.
Para o gestor, o boletim é um suporte para a comunidade no que tange à informação. “A comunidade informada passa a se apropriar dos cuidados necessários e, desta forma, podemos pensar os cenários para um possível retorno”, ressalta.
O boletim apareceu como uma das primeiras necessidades do Coes. Contudo, a emergência de respostas técnicas e acadêmicas frente a rápida disseminação do vírus colocou o documento em segundo plano. Tornou-se prioritário o diagnóstico da situação da Universidade, o acolhimento da comunidade e o fornecimento de orientações especializadas às instâncias envolvidas no combate à pandemia.
A partir de dados oriundos da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde, e da universidade estadunidense John Hopkins, o Comitê analisa diariamente a evolução da pandemia no mundo, no Brasil e no Distrito Federal, e apresenta reflexões e orientações técnicas à comunidade acadêmica, à administração e a outras instituições no DF.
No boletim, os leitores podem navegar entre diversos links que encaminham às ações feitas pela UnB em parceria com a Secretária de Saúde (SES-DF), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), Centro de Atendimento e Estudos Psicológicos (Caep/IP) e unidades acadêmicas, além acessar infográficos com os avanços da pandemia e situação local do contágio.
O documento reflete a análise especializada da evolução da pandemia e das ações tomadas pela Universidade para subsidiar respostas à comunidade. “Cada subcomitê do Coes informa semanalmente as ações desenvolvidas em suas unidades para a formulação de um novo boletim, disponível todas as segunda-feiras”, detalha Ileno. Informações mais abrangentes sobre as atividades propostas pelos subcomitês podem ser acessadas no repositório digital Covid-19 UnB em Ação.
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Ferramenta útil para fornecer à sociedade informações de qualidade e embasadas na ciência, o lançamento do boletim ocorre em um momento em que o país chega a marca de mais de mil mortes diárias. “Isso significa que as ações que estão sendo tomadas de modo geral no país, não estão conseguindo controlar e achatar a curva de infecção pelo novo coronavírus”, observa o decano.
O Brasil ocupa, hoje, o segundo lugar entre os países com mais pessoas contaminadas, antecedido apenas pelos Estados Unidos. O docente defende a manutenção do isolamento social como medida profilática à Covid-19, em razão da falta de tratamento para a doença e do possível congestionamento do sistema de saúde. “São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, estão em uma situação muito complicada e, possivelmente, caminharão para o lockdown, assim como fizeram outras capitais do país”, explica. O lockdown, ou bloqueio total, é um uma medida mais rigorosa de isolamento.
BRASÍLIA – O Coes reconhece os esforços do governo do Distrito Federal (GDF) para conter a contaminação. A região foi a primeira a adotar o isolamento social. O Comitê ressalta, contudo, que o cenário aparentemente controlado do contágio, comparado às outras Unidades da Federação, ainda não justifica o relaxamento das medidas, adotado para alguns setores do comércio, nas últimas semanas. Para o Coes, essas medidas de flexibilização são prematuras.
“O número de mortes duplicou nesse período, avançando sobre as regiões administrativas em que a vulnerabilidade social é maior”, aponta Ileno. “Ceilândia, por exemplo, duplicou seu número de mortes. Se abrir tudo, a infecção vai explodir em Brasília, seguida pelo colapso do sistema de saúde e, eventualmente, pelo aumento das mortes”, complementa o decano.
Para o docente, a interação entre a Universidade e o governo do Distrito Federal representa um diálogo permeado por perspectivas técnicas. “Há 115 pesquisas aprovadas pela Universidade para ajudar a comunidade e o GDF a lidar com a situação de crise pandêmica. A nossa parceria tem sido direta, com disponibilidade de funcionários, de equipamentos, estudos e desenvolvendo pesquisas inovadoras, em prol de todos”, detalha.
*estagiário de Jornalismo na Secom/UnB
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