Darcy Ribeiro pensou a Universidade de Brasília como espaço de crítica social, reflexão e integração com a comunidade. Há 60 anos a UnB mantém o ideal fundador e reforça esse compromisso com a realização da Semana Universitária que, nesta edição, homenageia o centenário do antropólogo e soma-se às comemorações do sexagenário da Universidade. A abertura da 22ª edição da Semuni foi realizada no Memorial Darcy Ribeiro, apelidado pelo próprio Darcy de Beijódromo, nesta segunda-feira (29). Foi momento de retomar o passado com o pensamento no futuro da Universidade.
O decano de Extensão em exercício, Alexandre Pilati, reforçou que esta edição da Semuni tem tudo para ser bastante especial. E elencou os principais motivos para isso: “O primeiro é o retorno à convivialidade, que é marca fundamental no extensionismo. A convivialidade presencial será marca das interações que ocorrerão nesta semana, após dois anos de edições totalmente remotas; a celebração do centenário de um dos nossos fundadores, homem de muitas peles, o antropólogo e educador, político e escritor, Darcy Ribeiro. Sua figura e seu legado são as principais referências da Semana Universitária 2022; e os 60 anos da UnB, a quem Darcy Ribeiro, numa bela metáfora, chama de uma ‘ave de utopia’, uma universidade que nasceu para confrontar os modelos conservadores de produção do conhecimento e de relação entre universidade e sociedade”, disse.
A Semana Universitária da UnB é um programa anual, organizado pelo Decanato de Extensão, composto por atividades propostas pelas unidades acadêmicas, centros e hospitais da Universidade. Trata-se de um grande encontro, no qual as comunidades interna e externa podem conhecer melhor os cursos e a produção acadêmica e cultural da UnB.
“A Semuni está cada vez mais integrada à sociedade e isso é motivo de grande alegria para nós, da UnB. Passamos por momentos muitos difíceis durante o auge da pandemia, que ainda não acabou, mas podemos, felizmente, estar agora presencialmente aqui. Ficamos muito felizes em poder celebrar a presencialidade nesta edição da Semana Universitária, que nos transporta para o ideal fundador da UnB e nos indica que estamos na direção correta: atuante como sempre, necessária como nunca”, reforçou a reitora da UnB, Márcia Abrahão, lembrando o slogan dos 60 anos da UnB.
O vice-reitor da UnB, Enrique Huelva, reforçou o caráter cada vez mais democrático e plural da Universidade. “Vimos nos últimos 20 anos uma verdadeira democratização do acesso e da permanência na Universidade. A gente não quer que isso pare. Essa é a mensagem que temos de reafirmar nesse momento tão especial em que congregamos a comunidade interna e externa na Semana Universitária. A gente não quer que a Universidade deixe de construir o país, deixe de construir a democracia e deixe de se construir internamente.”
PRÊMIO – A mesa de abertura contou ainda com a presença da embaixadora da Espanha no Brasil, María Del Mar Fernández-Palacios, que participou da premiação do III Concurso de Fotografia de Extensão, realizado em colaboração com a embaixada. “Temos muitos laços com essa prestigiosa instituição há muito tempo. Temos acordos nas diversas áreas de conhecimento. É uma universidade muito querida pela nossa embaixada e com a qual nosso departamento de educação e cultura e também o Instituto Cervantes sempre trabalharam muito bem”, destacou. “O objetivo da exposição é aproximar a ciência e a tecnologia da sociedade por meio da fotografia.”.
A estudante Lavínia Inácia Mota foi a vencedora do concurso criado para dar visibilidade aos projetos, programas e ações de extensão da UnB, a partir da temática Fotografia e Ciência.
HOMENAGEM – Na sequência, o professor emérito Hugo Rodas, que morreu em abril deste ano, foi homenageado com a apresentação da Agrupação Teatral Amacaca (ATA), criada a partir de um projeto da Universidade que era dirigido pelo docente.
Em seguida, foi realizada a mesa-redonda Universidade de Darcy Ribeiro desde a perspectiva indígena, que propôs um diálogo entre os docentes indígenas Altaci Rubim, do Instituto de Letras (IL), e Gersem Baniwa, do Instituto de Ciências Sociais (ICS), a escritora afroindígena Verenilde Pereira e o influencer e estudante indígena Oziel Ticuna.
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