“Estamos começando um novo momento. Estamos saindo das trevas para voltar à luminosidade de um novo tempo.” Foi assim que o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, iniciou a reunião com mais de 100 reitores de universidades e institutos federais que aconteceu nesta quinta-feira (19) no Palácio do Planalto. A ocasião teve tom de reencontro de velhos amigos e de valorização da ciência e da educação.
A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, comentou ter sido muito significativo o encontro. “Voltamos a ser respeitados pelo governo federal. Podemos afirmar, com segurança, que a educação está de volta ao Palácio do Planalto. Na reunião, o presidente garantiu incluir as universidades nas discussões das soluções para os problemas do país.” O lado triste da ida presencial ao palácio foi constatar a destruição promovida pelos atos terroristas de 8 de janeiro. "Um sentimento duplo, portanto: tristeza pelos ataques à democracia e esperança pelo modo como as universidades e institutos federais voltam a ser tratados."
Lula criticou a atuação do governo anterior perante as instituições de educação, salientando interferências indevidas e cortes orçamentários. Defendeu que o investimento em educação deve ser prioridade e assegurou autonomia às universidades e encontros anuais com reitores, como fazia em seus dois mandatos anteriores. “Não existe, na história da humanidade, nenhum país que conseguiu se desenvolver sem que antes tivesse resolvido o problema da formação de seu povo”, disse.
O presidente afirmou que atuará para combater a redução no número de ingressantes no ensino superior, principalmente de pessoas socioeconomicamente vulneráveis. Segundo ele, é papel do Estado garantir que todos tenham chance e oportunidade de acesso à educação para que se possa mirar um país menos desigual.
No que diz respeito ao avanço tecnológico, o chefe do Executivo chamou atenção para a importância de se discutir as mudanças no mercado de trabalho. “Para vocês terem uma ideia, nos anos 1980 eu trabalhava na Volkswagen e eles tinham 44 mil trabalhadores. Hoje, eles possuem sete mil e produzem o dobro do que produziam antes. A tecnologia é um benefício extraordinário para o país, mas é um benefício que não chegou ao povo pobre, que perde emprego e não tem formação.” Lula ressaltou que as universidades devem refletir e atuar sobre esse cenário, junto com empresas, sindicatos e o governo federal.
O compromisso social das instituições públicas também foi tema do discurso do presidente. Para ele, é preciso que as universidades não estejam preocupadas apenas com os problemas dentro da sala de aula, mas também com os que dizem respeito a temas sociais. Ele exemplificou com a necessidade de educar cidadãos para que sejam responsáveis com questões raciais, trabalhistas e ambientais. “É esse novo educar que precisamos para o Brasil.”
O ministro da Educação, Camilo Santana, também discursou na reunião, acentuando o projeto de se pensar o ensino em toda sua amplitude. “Devemos olhar a educação a partir de uma visão sistêmica, desde a creche até a pós-graduação.” O ministro ainda abordou a urgência de solucionar problemas de evasão e de valorizar a educação básica.
Leia também:
>> Professor Luis Afonso Bermúdez recebe título de Emérito
>> Comissão do Plano Diretor oferece primeira oficina participativa com comunidade acadêmica
>> INT lança edital de intercâmbio
>> Matrizes de Referência do PAS são atualizadas
>> Administração superior projeta passos da UnB em 2023
>> Lista de aprovados na primeira chamada do Vestibular 2023 é divulgada
>> Consuni realiza primeira reunião de 2023
>> UnB tem representantes no governo federal
>> Nova campanha institucional convida comunidade a construir o futuro da UnB
>> Arthur Trindade avalia atuação da segurança pública nos atos violentos de 8 de janeiro