Nesta quinta-feira (6), o Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à covid-19 (Copei) encerrou suas atividades em um seminário com a participação de membros da iniciativa, participantes de pesquisas contempladas pelo comitê e representantes da administração superior da Universidade de Brasília.
Criado em março de 2020, por meio de ato da reitoria, com 35 membros, o Copei foi estruturado com o objetivo de estimular ações de combate à pandemia de covid-19 na pesquisa, na inovação e na extensão. A atuação da iniciativa deu-se em quatro eixos: estímulo a projetos de pesquisa, inovação e extensão; captação de recursos e agilização de execução; divulgação científica; e pesquisa científica como suporte ao ensino.
Para apoiar o financiamento de projetos voltados à temática, o Comitê lançou editais prospectivos junto ao Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI) e ao Decanato de Extensão (DEX) – um com prazo delimitado e outro de fluxo contínuo.
“O Copei foi idealizado a partir da necessidade de realizar uma chamada prospectiva no sentido de a gente ver o que a Universidade poderia oferecer [no combate à covid-19]. Não era algo muito estruturado, não tinha as exigências de um edital”, explicou Cláudia Amorim, presidenta do Comitê.
“Fizemos questão de fazer esse seminário de encerramento para honrar esse trabalho e tantas pesquisas maravilhosas que fizemos como instituição. Senti que foi necessário esse fechamento, pois vocês se doaram em um momento muito difícil para nós. Alguns tiveram que sair de casa para realizar pesquisa no auge da pandemia, e isso foi muito importante”, destacou a reitora da UnB, Márcia Abrahão, ao falar para os pesquisadores presentes. Ela relatou que ouviu diversos elogios à Universidade, principalmente em relação ao trabalho realizado durante a pandemia.
BALANÇO – No total, 223 projetos de pesquisa, extensão e inovação para o combate à covid-19 foram aprovados nas chamadas do Copei, DPI e DEX. Desses, 115 foram selecionados em primeira chamada e outros 108 na segunda chamada. Durante os três anos de atuação do Comitê, foram realizados mais de cem encontros – 31 reuniões on-line com todo o grupo e as demais lideradas pelos 12 subcomitês criados no Copei, que atuaram paralelamente.
Das propostas aprovadas nas chamadas prospectivas, 40% eram de pesquisa, 35% de inovação e 25% de extensão – algumas contemplaram mais de uma categoria. Do total, 42% dos projetos eram da área de Vida, 24% de Humanas, 13% de Exatas e 21% eram multidisciplinares. Houve ainda o envolvimento de mais de 2 mil docentes, técnicos e discentes. Até 2022, foram investidos mais de R$ 30 milhões nas pesquisas da UnB para enfrentamento à pandemia.
CRONOLOGIA – Em maio de 2020, foi iniciada a execução do primeiro projeto contemplado nos editais prospectivos do Copei. Para alavancar o financiamento deste e dos demais aprovados, o Comitê lançou, em junho daquele ano, um portfólio de projetos de combate à covid-19 da Universidade. O portfólio segue sendo atualizado com informações sobre as pesquisas ainda em andamento.
Houve também a criação do Fundo de Doações, em parceria com a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), e de uma campanha para captação de recursos para os projetos, com apoio da Secretaria de Comunicação (Secom) e da UnBTV.
As iniciativas do Comitê também tiveram impacto no campo do ensino e incentivaram que os estudantes entrassem em contato com pesquisas sobre a covid-19. “Em julho de 2020, nós lançamos as disciplinas Pesquisa Científica em Grandes Temas I e II, e foram um sucesso. No mês seguinte [antes do início do semestre letivo], 29 edições dessa disciplina foram registradas pelos diversos departamentos”, comentou Cláudia Amorim.
Além disso, foi realizado, em agosto de 2020, um webinário para a apresentação à sociedade de alguns dos projetos aprovados nas chamadas do Copei.
PRIMEIRAS TESTAGENS – Entre as pesquisas desenvolvidas pela UnB durante a pandemia e prospectadas nas chamadas institucionais está a de Fortalecimento da Infraestrutura Laboratorial Para Testagem de Covid-19 e Pesquisa Científica, liderada pelo professor Ricardo Titze de Almeida, da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV). A pesquisa, realizada em duas fases, teve as primeiras ações voltadas a uma das principais preocupações no início da pandemia: a testagem da população.
“E eu me inseri nessa questão porque dominava a técnica de PCR [método de testagem] antes da pandemia, e me motivei a dar um apoio a espaços como o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF). Eles já possuíam uma boa experiência com o zika vírus, e foi de extrema importância termos laboratórios fortes e aproveitar a experiência continuada”, explicou Ricardo em apresentação no seminário.
Outra ação da primeira fase foi a montagem de um laboratório no Hospital das Forças Armadas (HFA) e treinamento de militares para realização da testagem, além da estruturação de um segundo laboratório na própria Universidade.
Já a fase 2 foi voltada à pesquisa, de fato, e teve apoio dos estudantes da disciplina Pesquisa Científica em Grandes Temas 2. “Realizamos essa parte ainda a distância, para tentar evitar maior disseminação do vírus, acompanhando pacientes de hospitais do GDF que testaram positivo via PCR. Nós demos informações, orientações e coletamos dados clínicos”, detalhou o docente.
Os resultados da pesquisa ainda serão publicados. Além deste projeto, a UnB ainda tem outros com foco no combate à covid-19 em andamento. A previsão é que todos sejam finalizados até 2025.
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