Entre os dias 7 a 12 de outubro ocorreu a Competição Brasileira de Robótica (CBR), no Centro de Convenções de Salvador (Bahia). Da Universidade de Brasília participaram quatro equipes oriundas dos cursos de engenharias ofertados nos campi Darcy Ribeiro e Faculdade UnB Gama (FGA), em diferentes categorias.
A CBR é uma competição de robótica e inteligência artificial feita em parceria com a associação internacional de engenheiros Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE) e disputada nas seguintes categorias: RoboCup Soccer; RoboCup @Home; RoboCup Brasil Flying Robots Trial League; IEEE RoboCup Robot Racing (Corrida); além das categorias IEEE e RoboCup Junior.
UnB NA COMPETIÇÃO – A EDRA, equipe de robótica aérea vinculada ao curso de Engenharia Aeroespacial da FGA, foi uma das representantes da UnB na CBR. O grupo, com foco no desenvolvimento de drones autônomos, competiu pela primeira vez na categoria RoboCup Brasil Flying Robots Trial League e conquistou o segundo lugar.
O estudante do terceiro semestre de Engenharia de Software Matheus Rodrigues, 19, é líder de construção de sistemas embarcados da EDRA e explica que para o robô funcionar é necessário apenas um ”play no computador e o drone realiza a missão sozinho”. O discente relata que a equipe passou por um imprevisto, sendo necessário competir com um drone de backup – segunda opção utilizada caso ocorra um problema com o original. Os participantes tiveram apenas duas semanas antes do início da competição para programar o novo aparelho. Isso, contudo, não foi obstáculo para conquistarem o pódio.
“Viramos noites programando [o drone] para conseguir fazer as missões, porque pensamos: não iríamos chegar lá de mãos vazias. Vamos tentar dar o nosso máximo e mostrar para quê fomos”, relembra.
Matheus ressalta que, além da vontade de ganhar, os sete dos 20 membros da EDRA que foram para a CBR estavam com o intuito de adquirir conhecimento. “Foi uma experiência na qual voltamos com a cabeça erguida e uma felicidade muito grande, obviamente, e também com a cabeça cheia de ideias”, completa.
Capitão do projeto de extensão UnBall, o discente de Engenharia Mecatrônica do oitavo semestre Raul Myron, 21, realça como a ida à competição diversifica a experiência acadêmica.“A Universidade não fica fixa em sala de aula e, o mais importante para nós, como equipe, é que a pessoa aprenda e tenha experiências nas quais o aprendizado não se dá só em sala de aula”, aponta.
A UnBall competiu na categoria IEEE Very Small Size Soccer, disputou contra 23 equipes e conseguiu a décima quinta posição, com a idealização de um novo projeto.
Raul conta que o aparelho foi feito do zero, reestruturado, balanceado e o grupo está sempre em busca de realizar implementações inéditas: “são pequenas coisas que vamos sempre melhorando no robô, e que, no final, fazem grande diferença nas partidas”.
Para o estudante do décimo segundo semestre de Engenharia Elétrica e capitão da UnBeatables, Matheus Souza, 24, a competição é uma chance de compartilhar conhecimentos entres as equipes de todo o Brasil. “Nós conseguimos ver diversas outras equipes de faculdades do país e perceber que todo mundo enfrenta quase os mesmos problemas”, reflete.
A UnBeatables competiu na categoria RoboCup Soccer – Humanoid League/SPL com o robô NAO e levou o segundo lugar. O dispositivo é programado pelo grupo para jogar futebol de maneira autônoma, sem qualquer interferência humana.
Já a estudante do décimo semestre de Engenharia Mecatrônica e integrante da equipe Droid, Victória Cristina Brito, 23, enfatiza o longo tempo de preparaçõ até o momento da competição. “Para a equipe se preparar para competição são meses. Enfrentamos diversos desafios, inclusive logísticos para conseguir auxílio. E também com o próprio robô, que dá muitos problemas e é sempre uma surpresa, pois, surgem quando – teoricamente – era para tudo estar certo”, afirma.
A Droid participou de duas categorias, a IEEE Open e a IEEE Standard Educational Kits (SEK), alcançando a segunda e terceira posição, respectivamente.
Na primeira categoria, dedicada aos novatos das equipes, os participantes tinham o desafio de simular um über autônomo. Para tanto, utilizaram peças de montar, no estilo lego. Na segunda, um robô de armazém de produtos precisava realizar tarefas, como descobrir a localização de objetos, traçar o melhor percurso a seguir e a estratégia mais favorável para entregar um número alto de peças em pouco tempo.
“A experiência da CBR foi gratificante para toda equipe. Foi ótimo ver a curva de aprendizado do pessoal. E o clima foi muito bom, todos focados, muitos alunos da UnB e várias pessoas torcendo por nós”, conclui Victória.
*estagiária de Jornalismo na Secom/UnB.