COOPERAÇÃO

Quatro alunos do último período fizeram estágio no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e contribuíram para o atendimento às vítimas por um mês

Caio Paiva, Ana Carolina Freire, Lauanda Gamboge e Ana Carla Souza tiveram a oportunidade de praticar Clínica Médica em um hospital-escola de excelência, ao lado de profissionais experientes e de estudantes de outras universidades. Foto: Arquivo pessoal

 

Durante o estado de calamidade causado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, quatro estudantes do último semestre de Medicina da UnB realizaram estágio no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), capital do estado, vinculado academicamente à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O grupo contribuiu para o atendimento às vítimas entre 30 de abril e 29 de maio.

 

A ida ocorreu via acordo de mobilidade acadêmica entre universidades federais, por meio da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). O convênio permite que graduandos conheçam a realidade de outra instituição por um determinado período.

 

Assim, antes de ingressarem no 12º semestre, os alunos candidataram-se para frequentar o hospital-escola de Porto Alegre e foram admitidos para atuar no pronto-socorro da instituição.

 

“O estágio voluntário foi feito na fase de internato, na qual o aluno realiza atividades de ensino em serviço supervisionado por professores e preceptores”, explica o professor Ricardo Martins (FM/UnB), responsável pelos estágios externos em Clínica Médica.

Em geral, o grupo atuou em casos de pessoas que aspiraram água ou ficaram muito tempo imersos na enchente. Foto: Thales Renato/Midia Ninja

 

ENCHENTES – O que o grupo não imaginava é que fosse contribuir para o atendimento médico das vítimas do desastre que acometeu o Rio Grande do Sul. "Chegamos bem no início das chuvas e, já de cara, foi muito diferente. Na UnB, não temos muito contato com emergências e lá é referência", relatou Caio Paiva, um dos graduandos.

 

“Além disso, não podíamos imaginar atuar em uma proporção muito maior, e com demanda crescente por conta das enchentes”, relembra o estudante. Por não conhecer a cidade, os estudantes concentraram as atividades do estágio no hospital. Eles relatam que, além dos casos clínicos, havia muitas demandas de assistência social e psicológica.

 

“Também presenciamos a diminuição de insumos, como água e remédios, o que causou um descompasso nos tratamentos contínuos, como os das pessoas com diabetes. Outro caso marcante foi o de um voluntário que teve um infarto durante as ações e nós pudemos acompanhá-lo”, conta Paiva.

 

De acordo com o estudante, ter contato com outras formas de pensar e agir foi muito importante. “Toda a organização, hospitalidade e ensinamentos foram primordiais para a minha formação. Um dos pontos que mais me tocou foi o envolvimento e ação de todos, o que vou levar comigo."

 

“O fato de terem passado pela experiência de apoiar o atendimento de emergência junto a uma população acometida por uma grande tragédia foi e será marcante para a vida pessoal e profissional deles”, comenta o professor.

 

“Isso foi motivo de grande orgulho para nós, pois a atuação dos nossos estudantes recebeu muitos elogios por parte dos responsáveis por eles no estágio feito no HCPA", destaca Ricardo Martins.

 

ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.