GRADUAÇÃO EM DESTAQUE

Yogi Nam, graduando de Engenharia de Software, alcançou a premiação máxima. Henrique Salum, de Engenharia da Computação, recebeu menção honrosa

Este é primeira medalha de ouro na competição do Campus UnB Gama. Foto: Antonio Scarpinetti/Banco de Imagens SEC Unicamp

 

Matemática, Geometria e Lógica estão entre os conhecimentos aplicados pelos universitários Yogi Nam de Souza Barbosa e Henrique Salum para conquistar, respectivamente, medalha de ouro e menção honrosa na 26ª Olimpíada Brasileira de Informática (OBI2024). A competição reuniu estudantes de todo o país e sua última fase aconteceu em setembro. 

 

Graduando de Engenharia de Software no Campus UnB Gama, Yogi foi o terceiro colocado entre 2.455 competidores do país na modalidade Programação Nível Sênior, que pode ser disputada por discentes no primeiro ano da graduação ou no quarto ano de cursos técnicos. Na categoria, os seis primeiros colocados recebem medalha de ouro. Os dois primeiros lugares foram conquistados por estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Depois que terminou a prova, eu sabia que tinha conseguido um bom desempenho. Esperava uma medalha de prata, mas a medalha de ouro me surpreendeu. Foi algo muito bom”, compartilha Yogi, que já traz na bagagem duas medalhas de prata conquistadas no 2º e 3º ano do ensino médio na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).

 Yogi Nam é o primeiro medalhista de ouro da UnB Gama na OBI. Foto: Arquivo pessoal
Yogi Nam é o primeiro medalhista de ouro da UnB Gama na OBI. Foto: Arquivo pessoal

 

Natural de Alto Paraíso de Goiás, município a cerca de 250 km de Brasília, ele concluiu o ensino médio em escola da rede pública de sua cidade. Hoje, aos 20 anos, se orgulha de ter alcançado a premiação no segundo semestre da graduação. 

 

“Foi um excelente incentivo para estudar programação mais avançada, conhecimento que será aproveitado em disciplinas que teremos mais para frente no curso, o que vai me ajudar a chegar nessas matérias mais preparado”, garante Yogi. 

 

Henrique Salum, estudante de Engenharia da Computação no campus Darcy Ribeiro, Asa Norte, ficou na 53ª posição da mesma modalidade e foi agraciado com menção honrosa. Ele também aprovou a experiência.

 

“Foi bem legal participar. A primeira e segunda fase foram mais fáceis. Já a última foi bem difícil. Acredito que se tivesse praticado mais teria conseguido um desempenho ainda melhor”, conta o jovem de 19 anos.

 

Yogi acrescenta que a OBI tem vários níveis, podendo ser disputada até por estudantes do ensino fundamental. “Além do incentivo para estudar, a competição abre muitas oportunidades, como bolsas de estudo em universidades, e funciona como etapa classificatória para quem deseja fazer um treino em programação na Unicamp”, cita o universitário, convidando mais pessoas a participar. 

 

TRAJETÓRIA – A preparação para a Olimpíada começou no primeiro semestre da graduação, quando tiveram conhecimento sobre a competição. “O monitor e o professor da disciplina Tópicos Especiais em Programação incentivaram muito a turma a participar. Disseram que, se estudássemos desde o primeiro semestre, teríamos chance de conquistar uma medalha”, recorda Yogi.

 

Para ele, as disciplinas da faculdade ajudaram bastante. “Geometria é uma área bem difícil e muito ignorada em programação competitiva. Uma das questões envolveu esse conhecimento e foi fundamental para o meu desempenho”, compartilha.

 

A competição é realizada em três fases, e a última prova teve cinco questões a serem resolvidas em um prazo de cinco horas. “É preciso ter um estudo mais aprofundado para avançar na Olimpíada. As provas envolvem solução de problemas que primeiro exigem entender o pensamento lógico e matemático pertinente para, então, achar o algoritmo a ser aplicado na programação afim de resolver o problema”, detalha Yogi. 

 

Já Henrique Salum ficou sabendo da competição na disciplina Algoritmo de Programação de Computadores, ministrada pelo professor Vinícius Ruela. “O professor nos incentivou bastante a participar da Olimpíada. Inclusive, na última fase eu estava viajando para o Rio de Janeiro e só consegui fazer a prova lá porque ele entrou em contato com o organizador da OBI e me ajudou a resolver as questões burocráticas”, conta.

 

Para se preparar, Henrique participou de um projeto de extensão da UnB em programação competitiva, cujas aulas aconteciam aos sábados, pela manhã. “O projeto ensinou conceitos que não aprendemos no começo do curso. Aprendi alguns métodos de resolução de questões que usei na prova. Nos passaram bastante conhecimento”, conclui.

 

Docente do curso de Engenharia de Software, Edson Alves comemora a conquista de Yogi, que é também um marco para o Campus UnB Gama. Até então, o melhor resultado da UnB Gama na OBI tinha sido a medalha de bronze conquistada pelo graduando Thalisson de Jesus, em 2020.

 

“Eu tinha uma expectativa de bom resultado devido ao desempenho do Yogi nas duas primeiras fases. Quando ele me avisou que o resultado era uma medalha de ouro foi uma grande satisfação, porque o nível da prova e do evento é altíssimo, assim como o dos participantes, e terminar com o terceiro melhor resultado do Brasil é um marco para o Campus UnB Gama”, declara Edson Alves.

 

O docente explica que “as olimpíadas de conhecimento estimulam o estudante a ir além da grade curricular dos cursos e a desenvolver todo o seu potencial latente”. No caso específico da OBI, “ela desenvolve a capacidade de solução de problemas e a escrita de programas corretos, habilidades que são essenciais no mercado de trabalho de TI [Tecnologia da Informação]”. 

 

O docente acrescenta que “as grandes empresas do ramo utilizam questões semelhantes às da OBI em seus processos seletivos, então o estudante que participou da competição tem maiores chances de ingressar em tais empresas em comparação com quem não teve essa oportunidade”. 

 

SOBRE – A Olimpíada Brasileira de Informática (OBI) busca despertar nos alunos o interesse pela Ciência da Computação, um campo do conhecimento importante na formação básica da atualidade.

 

A OBI é organizada pelo Instituto de Computação da Unicamp e estruturada em duas modalidades, denominadas Programação e Iniciação. Cada uma é dividida em níveis, agrupando estudantes de acordo com a etapa/ano da formação, de modo a contemplar competidores desde o quarto ano do ensino fundamental até o primeiro ano do ensino superior. A participação é gratuita para escolas e competidores. As inscrições dos últimos devem ser feitas por um professor ou funcionário da instituição de ensino, chamado de Coordenador Local da OBI.

 

Mais informações estão disponíveis no site da OBI

 

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