ÓRGÃOS COLEGIADOS

Administração superior prestou contas de obras em andamento e conselheiros deliberaram sobre inclusão de outros projetos no Plano de Obras de 2023

O CAD já havia rediscutido a construção do Aula Magna em 2023 para adequação do projeto. Imagem: Projeção do prédio Aula Magna/Divulgação

 

Aprovado no Plano de Obras de 2021, o prédio chamado Aula Magna, um auditório para 1.500 pessoas localizado no campus Darcy Ribeiro, foi pautado novamente para deliberação na reunião do Conselho de Administração (CAD) da Universidade de Brasília, em 5 de setembro. Projetado pelo professor aposentado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) Matheus Gorovitz, o Aula Magna foi ganhador do concurso realizado na UnB em 2010 para idealizar um complexo de construções previstas por Oscar Niemeyer e Lucio Costa. A continuidade da construção foi aprovada por 32 votos a favor e uma abstenção.

Em 2023, a obra já havia retornado para nova aprovação do conselho devido à necessidade de adequação no projeto original. Na reunião, o professor Matheus Gorovitz apresentou as modificações propostas, que foram aprovadas por aclamação.

Os conselheiros votaram também pela inclusão de cinco novas obras no Plano de Obras aprovado em 2023: adequação de acessibilidade na Faculdade de Direito (FD), construção do novo edifício sede do Instituto de Física (IF), construção de novo prédio da Faculdade de Educação, denominado FE-7, adequação e ampliação do Centro de Convivência Negra (CCN) e construção do Centro Integrado em Saúde (CIS/FCE).

“O Plano de Obras da UnB é um documento aprovado pelo Conselho de Administração, que possui critérios objetivos, técnicos e que segue todo arcabouço legal para uma obra pública. Atualmente, para ter uma obra de nova edificação licitada, ela tem que constar do Plano de Obras, elaborado seguindo critérios de priorização, e seguir o andamento processual interno, que envolve aprovação na Procuradoria Federal, e possuir todas licenças e autorizações do poder público”, explicou o secretário de Infraestrutura, Augusto César Dias. Ao atualizar a situação das obras do Plano de 2023, ele informou que cinco foram finalizadas, três estão em andamento e quatro em processo de licitação.

A reitora Márcia Abrahão retomou pela terceira vez a discussão sobre a Aula Magna, após o assunto ter sido alvo de críticas no processo de consulta da comunidade à reitoria. “Se o CAD resolver desistir desse projeto, eu simplesmente mando um ofício para o Ministério da Educação (MEC) informando que a Universidade desistiu. Hoje, eu estou cumprindo uma deliberação do CAD que colocou no Plano de Obras de 2021 e o ratificou posteriormente em 2023”, explicou a reitora Márcia Abrahão. O projeto original abarcava a construção de um auditório, um centro de convenções e um hotel, situados entre Reitoria e Biblioteca Central (BCE), mas apenas o auditório, chamado Aula Magna, será construído.

O orçamento previsto para a construção é de aproximadamente R$ 120 milhões e a UnB recebeu R$ 47 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “O PAC é para obras novas, não é para manutenção nem para custeio. As universidades precisam ter projetos prontos ou em andamento para que o recurso chegue”, esclareceu.

 

Confira mais imagens da projeção do espaço do Aula Magna, concebido por Matheus Gorovitz:

 

DEMOCRACIA – O diretor da Faculdade UnB Ceilândia (FCE), João Paulo Chieregato, ressaltou o espírito democrático presente nas reuniões do CAD. “A gente se orgulha muito dessa Universidade e de quantos avanços tivemos nos últimos anos, mesmo com escassez orçamentária. Temos um modelo de continuidade que não pode permitir retrocesso.”

Relembrando a obra do Centro Integrado em Saúde (CIS), que vai prestar serviço não só para comunidade acadêmica como para a população da Ceilândia, Chieregato se disse orgulhoso pela previsão da construção no Plano de Obras. Assim como o auditório, o CIS não dispõe ainda de todo o montante necessário, mas foi algo planejado e dialogado por anos. “Esse projeto foi maturado durante muitos anos até poder chegar aqui”, afirmou.

“Quando o professor Matheus Gorovitz apresentou o projeto, além de ser aprovado por esse CAD, foi muito elogiado colocando todos os pontos de necessidade e de importância para a Universidade. Parabenizo o espírito democrático de trazer novamente para cá algo que já foi aprovado e legitimado e com total garantia de ser realizado por essa Universidade”, comentou o diretor da Faculdade UnB Planaltina (FUP), Reinaldo de Miranda, que também agradeceu pela transparência com os dados de infraestrutura da Universidade e pelo compromisso e tratamento igualitário entre os quatro campi.

O professor Pio Penna Filho, do Instituto de Relações Internacionais (Irel), lembrou do histórico do auditório na Universidade. “Não se trata de uma decisão autocrática. Nós discutimos durante várias e várias horas. Todos tínhamos uma compreensão, e acho que temos ainda, da importância do auditório para a UnB”, disse.

Da mesma maneira, o diretor da Faculdade de Ciências da Saúde (FS), Laudimar Alves, insistiu que o Aula Magna é um projeto que por anos vem sendo discutido no conselho. “Essa obra vem logicamente dentro de um planejamento. Isso não começou ontem, nem na gestão da professora Márcia Abrahão. São coisas que já vêm sendo discutidas há muitos anos e ela vem sendo efetivada e vem sendo materializada, não só essa obra como outras nesta gestão.”

A reitora Márcia Abrahão apresentou, durante a reunião, o ofício recebido pelo MEC indicando apoio na captação de recursos. Durante a Conferência Nacional de Educação (Conae), com participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a reitora contou que foi questionada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, sobre o local em que o evento estava sendo realizado. “Falei que era o maior espaço que tínhamos para eventos e que tínhamos esse projeto do auditório pronto e à disposição dele para financiar.”

O MEC reconheceu a importância da obra não apenas para a Universidade, mas para toda a população do Distrito Federal, incluindo órgãos públicos como o MEC. “O ministério se mostrou interessado em ajudar a UnB a buscar o restante dos recursos, e isso vai depender, obviamente, da capacidade de articulação externa da próxima gestão.”

Parte da organização da Conae 2024, a vice-diretora da Faculdade de Educação (FE), Danielle Xabregas, reiterou as dificuldades citadas pela reitora devido à falta de um espaço adequado para realização de grandes eventos na UnB. “Acho que o Plano de Obras apresentado aqui nos traz as evidências da melhoria da nossa infraestrutura. Queria colocar a posição da FE endossando a necessidade em relação ao projeto do Aula Magna. Como coordenadoras da Conae, vivenciamos todas essas dificuldades encontradas na realização do evento.”

A representante do Centro de Excelência em Turismo (CET), Marutschka Moesch, fez considerações sobre a importância do projeto para a Universidade. “Se formos pensar em recursos, eles sempre são menores que nossas necessidades, e isso é histórico. Nós teríamos aqui um equipamento para capital de suma importância que pode gerar recursos permanentes para a Universidade”, explicou. Ela entende que é necessário pensar o momento como estratégico para a imagem da Universidade, que tem destaque nacional e internacional.