Nesta segunda-feira (22), a Universidade de Brasília foi homenageada pelos seus 60 anos na Câmara Legislativa do Distrito Federal. A sessão solene foi uma iniciativa da deputada distrital Arlete Sampaio, formada em Medicina pela Universidade. A Câmara concedeu ainda uma Moção de Louvor à reitora Márcia Abrahão, “pelos valiosos serviços prestados ao Distrito Federal e pelo compromisso com a defesa da ciência e da democracia”. Na plateia, estudantes, professores e egressos prestigiaram a instituição sexagenária, que viveu momentos difíceis, mas manteve a excelência acadêmica ao longo de seis décadas.
A deputada Arlete Sampaio rememorou sua trajetória acadêmica, com destaque para a atuação no movimento estudantil, e reforçou a relevância da UnB para a capital do país. “A gente tem que perceber o quanto a Universidade é importante para o Distrito Federal porque, para além do ensino e pesquisa, tem também a extensão, que aproxima seus estudantes e seus professores da comunidade e faz com que a Universidade, como pensava Darcy Ribeiro, não seja só um centro de formação, mas que reflita os problemas e busque soluções para a realidade do nosso país e de nossa cidade”, disse.
Além da deputada distrital, a mesa da sessão solene foi composta pelo chefe de gabinete da Reitoria da UnB, Paulo César Marques, que representou a reitora, impossibilitada de comparecer à cerimônia, pelo presidente da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), Jacques de Novion, e pela coordenadora de Combate ao Racismo do Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães (DCE), Juliana Alves da Silva.
Também compuseram a mesa representantes de instituições que, em seus depoimentos, fizeram questão de destacar a importância de terem passado pela Universidade de Brasília: a reitora substituta do Instituto Federal de Brasília (IFB), Giovanna Tedesco, que fez graduação, mestrado e doutorado na Universidade; a vice-diretora da Fiocruz Brasília, Denise Oliveira e Silva, com doutorado realizado na UnB; e a reitora da Universidade do Distrito Federal Jorge Amaury (UnDF), Simone Benck, mestra pela UnB.
O professor Paulo César Marques relembrou o histórico de lutas da Universidade. “Podemos dizer que a comunidade da UnB tem conseguido manter firmes os ideais vanguardistas da sua origem, mesmo tendo de resistir, em alguns momentos, aos que atacam a sua existência. Na ditadura militar, por exemplo, perdemos quase todos os nossos professores e tivemos estudantes assassinados, como Honestino Guimarães. Nós resistimos. Nos reerguemos, nos reinventamos. Fomos pioneiros e inovamos na educação do nosso país”, lembrou.
“Nesses 60 anos, fomos a primeira universidade federal a criar as cotas raciais, política que se mostrou de sucesso e foi adotada pelas outras universidades, fizemos o primeiro vestibular exclusivo para indígenas, quando o ensino superior era impensável e inacessível para eles”, destacou. “Para dar a dimensão da importância da UnB para o DF e o Brasil, quase trezentas mil pessoas já colaram grau na UnB nesses 60 anos, entre graduados, mestres e doutores. São quadros que estão no governo local e federal, em outros estados, em grandes corporações no país e em postos internacionais.” O chefe de gabinete reforçou que, mesmo com todo o pioneirismo, somente depois de 54 anos da criação da UnB ocorreu a eleição da primeira mulher reitora. Dezoito reitores antecederam Márcia Abrahão no cargo.
SONHO E REALIDADE – O presidente da ADUnB, Jacques de Novion, destacou o “peso e a importância” do projeto da UnB, construído ao longo de diferentes gerações. “A UnB esteve, desde o seu nascimento, completamente envolvida nos acontecimentos nacionais. Uma história jovem, mas de muita dedicação e comprometimento. Uma história de resistência e de sonhos. Afinal, governos vêm, governos vão, mas nós seguimos firmes, determinados e comprometidos com a sociedade e o futuro. A nós, nos cabe o contínuo esperançar”, frisou.
A representante do DCE, Juliana Alves da Silva, refletiu sobre os avanços na diversidade da comunidade e destacou que a UnB é um mecanismo em movimento. “A gente não pode negar que, de certa forma, existem duas universidades: a Universidade que a Administração Superior cuida com tanto carinho ao longo de todas as gestões, mas também a Universidade sempre ativa e em movimento que os estudantes conhecem. Eles sabem os melhores horários, os melhores trajetos para se fazer, quem são os professores que lidam melhor com as adversidades da comunidade estudantil”, afirmou. “É um orgulho imenso fazer parte da UnB e estar aqui representando o corpo estudantil como estudante que foi aprovada na Universidade pelo sistema de cotas.”
A deputada Arlete Sampaio destacou, ainda, a importância do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que fez a UnB ampliar a atuação em Planaltina e chegar a outras regiões do DF, com a instalação dos campi de Ceilândia e Gama. “Isso muda, inclusive, a cidade, a relação da cidade com a Universidade, a relação dos estudantes com a Universidade.”
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