Docentes, estudantes e técnicas e técnicos administrativos do Instituto de Psicologia (IP) conversaram com a Administração Superior e apresentaram demandas da unidade acadêmica. Entre as principais solicitações estavam a reposição e ampliação de servidores e uma nova sede.
Professora do Departamento de Processos Psicológicos Básicos, Laércia Abreu chamou a atenção para a infraestrutura do instituto, que fica localizado no ICC. “Temos convênios internacionais, pesquisa de ponta, uma equipe altamente capacitada, mas a gente não tem espaço físico. Precisamos de um prédio para a Psicologia”, disse. Ela elogiou a iniciativa da gestão de conversar de perto com as unidades.
“Essas visitas são importantes também para vocês conheceram os limites da Universidade de Brasília. Estamos em uma universidade pública. E quando assumimos a gestão, tivemos um corte de 50% do nosso orçamento”, explicou a reitora Márcia Abrahão, na conversa realizada em 24 de novembro, no anfiteatro 8 do ICC.
“O que nós fizemos, mesmo com 50% a menos de orçamento, foi trabalhar com as obras inacabadas. A prioridade foi terminá-las. Desde 2017, o Conselho de Administração tem definido os planos de obras da Universidade. Não há, até o momento, planejamento para retirar o IP do ICC. O que não impede de pensarmos em alternativas para o futuro”, informou.
Márcia Abrahão anunciou que parte do espaço onde está atualmente a Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV) será destinada ao IP, em breve.
Docente do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho (PST), Tiago Jessé Souza de Lima destacou outro desafio do instituto: a reposição de profissionais. “Temos dificuldade com o déficit grande de professores. No PST, por exemplo, quatro docentes solicitaram a mudança de departamento e, agora, temos quatro vagas a menos.”
“Temos déficit de professores e de técnicas e técnicos. Nós tivemos carreiras extintas e carreiras em que a contratação está suspensa. A recomposição de docentes é uma necessidade, mas esbarra na obrigatoriedade de um projeto de lei. Estamos trabalhando nisso, vejo boa vontade do Ministério da Educação (MEC), mas não acho que seja algo rápido”, ponderou a reitora.
A promoção da saúde mental e dos direitos humanos também foi destacada no encontro. O decano de Assuntos Comunitários, Ileno Izídio, citou alguns avanços na UnB, a exemplo do atendimento psicossocial e da assistência estudantil. “Encontramos alternativas para criar auxílios, como o digital, para compra de equipamentos pelos estudantes, e oferecer alimentação gratuita, tudo em uma situação de crise orçamentária.”
Outra ação mencionada durante o diálogo foi o desenvolvimento de uma política para as mães. A iniciativa busca promover o bem-estar de mulheres técnicas administrativas, docentes e estudantes. “O texto está sendo elaborado e, em breve, vai para o CAD, para votação”, adiantou a reitora Márcia Abrahão.
CLIMATIZAÇÃO – O calor também foi um dos temas da reunião. A psicóloga do Centro de Atendimento e Estudos Psicológicos (Caep) Mariana Correia Lacerda ressaltou a importância de a Universidade ter uma clínica-escola de psicologia que funciona em um prédio próprio. A profissional de saúde avalia que a estrutura é boa, mas “dentro da sala de atendimento faz muito calor”. Mariana contou que o Caep abriu, este ano, 300 novos prontuários e que passam pelo local cerca de 200 pessoas por dia.
A discente Júlia Valle relatou que o Centro Acadêmico de Psicologia (CAPsi), localizado no ICC Sul, enfrenta desafio semelhante. “Quase não tem ventilação e é o único espaço de convivência dos estudantes de psicologia”, disse.
Representando a Prefeitura, Ana Cristina Brandão informou que foi aberta uma nova licitação para a aquisição de aparelhos de ar-condicionado. “Em breve, teremos esse problema resolvido”, garantiu. Quanto ao Caep, o representante da Secretaria de Meio Ambiente (SeMA), Eduardo Ferreira Pereira, informou que o setor vai buscar métodos alternativos para resfriamento do local, como cortinas verdes.
O Caep é um centro vinculado ao Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília. Tem como função apoiar os departamentos na realização das atividades práticas para a formação profissional e acadêmica dos estudantes de graduação e de pós-graduação do IP. Compreende atividades de atendimento psicológico, ensino, pesquisa e extensão em psicologia.