O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) aprovou, por unanimidade, a resolução que estabelece normas para o reconhecimento de empresas juniores e institui o Comitê de Empresas Juniores na Universidade de Brasília (Comitê EJ-UnB). Outro ponto de destaque do encontro foram os novos Projetos Pedagógicos de Curso (PPC), com a inserção curricular da extensão, também deferidos pelos conselheiros. Houve ainda a apresentação da minuta de resolução que dispõe sobre a criação do Programa de Professor Sênior. A reunião ocorreu nesta quinta-feira (21), no Auditório da Reitoria, campus Darcy Ribeiro.
“Temos, aproximadamente, 50 empresas em atividade na Universidade de Brasília. É um elemento fundamental da vida universitária e do nosso contato com a sociedade, com o setor produtivo. Um elemento fundamental também para a transferência e a construção do conhecimento, além de se inserir na política extensionista”, ressaltou o presidente do Cepe, o vice-reitor Enrique Huelva.
A decana de Pesquisa e Inovação, Maria Emília Walter, apresentou as duas resoluções. Ela contou um pouco da história do Movimento de Empresa Juniores (MEJ), iniciado na França, em 1967. Na UnB, o movimento chegou em 1992, com a fundação da empresa AD&M, do curso de Administração.
“É importante ressaltar que o trabalho feito no NIT [Núcleo de Inovação Tecnológica], sob o ponto de vista do empreendedorismo, foca os aspectos complementares da formação dos alunos. O DEG [Decanato de Ensino de Graduação] olhou muito para a questão acadêmica; e a Câmara de Extensão, para os aspectos extensionistas”, explicou a decana Maria Emília, ao enumerar os requisitos que a normatização exige para que haja o reconhecimento das empresas.
Para pleitear o reconhecimento, os estudantes deverão submeter o projeto de criação ao colegiado do departamento ou da unidade acadêmica onde ficará a sede do empreendimento. Ele deve conter o plano acadêmico, no qual é determinada a atuação da empresa júnior como componente metodológico de fortalecimento da formação acadêmica dos discentes, além do detalhamento das atividades de extensão, em indissociabilidade com o ensino e a pesquisa, a serem desenvolvidas. No plano, é necessário também estar a indicação do docente orientador.
“O nosso objetivo é qualificar a formação dos nossos estudantes. Por isso, quando a gente estabelece que a empresa precisa atuar em uma perspectiva extensionista, significa trazer a dimensão acadêmica para a atividade. Ela não pode ser uma atividade com uma perspectiva meramente gerencial, comercial”, ponderou a decana de Extensão, Olgamir Amancia.
Os demais critérios da minuta, para que haja o reconhecimento das empresas são: o projeto de estatuto, o plano de trabalho do docente orientador responsável, o plano de investimentos das receitas para o incremento das atividades-fim da associação e o projeto de extensão. Este último é necessário para registrar a iniciativa como atividade de extensão junto ao Decanato de Extensão (DEX).
O Comitê EJ-UnB é o responsável por receber as propostas de reconhecimento das empresas, após a aprovação do departamento ou unidade acadêmica. Ele também deverá indicar ajustes necessários nas propostas, prestar orientações e propor aperfeiçoamentos, entre outras atribuições. O grupo será formado por quatro docentes e um discente.
São consideradas empresas juniores no âmbito da UnB as entidades organizadas sob a forma de associação civil, visando realizar ações que contribuam para o desenvolvimento acadêmico e profissional dos associados, capacitando-os para o mercado de trabalho. As empresas devem ser geridas exclusivamente por estudantes regularmente matriculados nos cursos de graduação da Universidade.
PPCs – Sete cursos apresentaram os novos projetos pedagógicos, atendendo ao Plano Nacional de Educação (PNE), que propõe a inserção curricular da extensão na graduação, com carga horária mínima de 10%. Os cursos são: bacharelado e licenciatura em Letras Inglês, do Instituto de Letras (IL); Engenharia de Energia e Engenharia Eletrônica, da Faculdade UnB Gama (FGA); bacharelado em Física, do Instituto de Física (IF); Enfermagem, da Faculdade UnB Ceilândia (FCE); e bacharelado em Química Tecnológica, do Instituto de Química (IQ).
A decana Olgamir Amancia agradeceu às unidades e às comissões responsáveis pelos pareceres. “Houve muito cuidado com a inserção curricular da extensão, garantindo o que está previsto na legislação e que fique demarcado a excelência e a inclusão nos PPCs, para que o processo de aprendizagem ocorra sob uma perspectiva mais humana”, disse.
DOCENTES – Ao apresentar a proposta de criação do Programa de Professor Sênior, o decano de Pós-Graduação, Lúcio Rennó, explicou que a medida permite a ampliação da atuação de professores seniores aposentados que queiram continuar vinculados à UnB no ensino, na pesquisa e na extensão. “Essa proposta difere de outras formas de vinculação que temos previstas na Universidade. Essa resolução possibilita que nossos professores aposentados na categoria seniores concorram a financiamento interno da UnB” destacou o decano.
O texto da minuta determina que a admissão no Programa de Professor Sênior não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária e afins. Entre os requisitos para participar da iniciativa, além de estar aposentado pela UnB, o docente deve possuir título de doutor válido em todo o território nacional.
O vice-reitor Enrique Huelva finalizou a reunião do Cepe agradecendo aos membros pelo compromisso e pela dedicação em 2023. “Um trabalho de excelência, com resoluções muito importantes. Ano que vem também será de bastante trabalho. Vamos continuar com as apreciações, reformulações curriculares e outras questões estruturantes. Obrigado a cada um dos conselheiros e à equipe da SOC [Secretaria dos Órgãos Colegiados]”.
Confira aqui a íntegra da 661ª Reunião do Cepe, transmitida pela UnBTV: