O apreço pela educação une as histórias dos professores Rozana Reigota Naves e Marcio Muniz de Farias, nova reitora e novo vice-reitor da Universidade de Brasília. Filha de professora, Rozana vivencia o dia a dia da docência desde a infância. Marcio dedicou-se ainda menino para conquistar bolsas de estudo e as primeiras colocações no vestibular. O empenho de ambos rendeu trajetórias acadêmicas notáveis, marcadas pelo respeito e pela admiração de colegas e alunos.
Indicados aos cargos com o apoio majoritário de estudantes, docentes e técnicos que participaram de consulta à comunidade, Rozana e Márcio dialogaram com a Secretaria de Comunicação (Secom/UnB) sobre o futuro da Universidade. Confira um pouco da caminhada dos dois gestores que estarão na Administração Superior pelos próximos quatro anos.
Rozana Reigota Naves
Docente do Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (LIP/IL) desde 2006, Rozana Reigota Naves é a primeira brasiliense a assumir a Reitoria da Universidade de Brasília. Na instituição, ela cursou o mestrado e integrou a primeira turma do doutorado do Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL/IL). A graduação em Letras foi concluída na Universidade Católica de Brasília (UCB), na primeira metade da década de 1990, período em que foi mãe da sua primeira filha.
Em 27 anos de salas de aula e laboratórios, a nova reitora acumula vasta experiência em gestão. Coordenou cursos de graduação e programa de pós-graduação, chefiou departamentos e dirigiu o Instituto de Letras (IL/UnB). Foi decana de Administração (DAF) na gestão de Márcia Abrahão. Ao se despedir do decanato, em 2022, recebeu manifestação de apoio da equipe, que lotou a rampa de acesso à unidade em agradecimento aos trabalhos realizados em parceria.
As boas relações interpessoais são marcas de Rozana, que cresceu em família de três irmãs. Ela viveu os três primeiros anos no Guará e então mudou-se para Taguatinga, região administrativa em que frequentou escolas privadas graças a bolsas de estudo concedidas em favor da mãe, professora da educação básica. “Fomos alunas dela e mantemos colegas daquela época até hoje. Sempre muito amorosa com todos, ainda que rigorosa, nos ensinou a agir com ética e respeito em relação a todas as pessoas da comunidade escolar: da direção à servente de limpeza.”
Entusiasmada para o início da gestão, Rozana anseia por um futuro na UnB “vibrante, participativo e humanizado”. Com o compromisso de promover uma gestão democrática, a nova gestora afirma querer a instituição protagonista no debate e na oferta de soluções às principais questões nacionais e internacionais. A justiça socioambiental é uma de suas bandeiras “como área transdisciplinar que congrega ensino, pesquisa, extensão e inovação”.
Rozana, que tem os jardins entre a ala sul do Instituto Central de Ciências (ICC) e a Reitoria como um de seus lugares favoritos, apoia as expectativas da gestão no potencial da comunidade. “Esperamos poder promover a transformação dessa Universidade que amamos e que defendemos por meio da qualidade do nosso trabalho. Esperamos trazer de volta o desejo das pessoas de imaginar uma Universidade diferente, que é vanguarda e que tem história. Esperamos que as pessoas sintam novamente o prazer de pertencer à UnB.”
Marcio Muniz de Farias
Professor da Faculdade de Tecnologia (FT) há 38 anos, Marcio Muniz refere-se à Universidade de Brasília como “paixão” e “lar”. Natural da pequena Ipu, no Ceará, o agora vice-reitor veio à UnB pela primeira vez em 1986, logo após concluir o mestrado em Engenharia Civil na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Na ocasião, foi convidado a compor grupo de Geotecnia na FT, unidade que passou a integrar após aprovação em concurso, em 1987.
O doutorado foi obtido na University College Of Swansea (Reino Unido), um oceano de distância da Universidade Federal do Ceará (UFC), em que estudou Engenharia Civil como o primeiro selecionado para o curso e o quinto na colocação geral do vestibular. O feito é lembrado com carinho pelo docente que foi criado em área rural em família de 18 irmãos. “Talvez 20”, brinca em relação à descoberta posterior de um irmão e aos rumores da existência de mais uma irmã.
Em Brasília, Marcio compartilhou – e compartilha – conhecimento com dezenas de orientandos da graduação e da pós-graduação, em linhas de pesquisa que incluem estudos premiados em métodos numéricos aplicados e pavimentação. Coordenou o Programa de Pós-Graduação em Geotecnia (PPGG/FT) e liderou comissões e colegiados de sua unidade acadêmica.
Agora Marcio quer dedicar suas atribuições na vice-reitoria em favor de uma Universidade que seja referência e espaço de vivências para a vida toda. “Desejo simplesmente que a UnB seja um local onde as pessoas possam encontrar a felicidade que encontrei”, diz. “Devo tudo à UnB”, afirma ele, que desenvolveu a carreira de pesquisador na instituição em que teve seu “primeiro e único emprego”.
Foi na UnB que conheceu a esposa, a professora da FT Yaeko Yamashita, mãe de seu filho, Jonas, graduado em Engenharia Civil na UnB. “Passei mais tempo aqui do que em qualquer outro local durante minha vida”, diz. A relação entre Márcio e a Universidade segue sólida, com o olhar para um futuro de novos feitos e realizações.