COLABORAÇÃO CONTRA COVID-19

Com a contribuição da sociedade, números serão convertidos em estratégias para combater a pandemia

Plataforma fornecerá dados para tomada de decisões do poder público. Foto: Lucio Bernardo/ Agência Brasília

 

Algumas regiões de Brasília continuam apresentando o agravamento dos casos de covid-19. Para tentar compreender os motivos que podem justificar essas ondas de contaminação, o Observatório de Predição e Acompanhamento da Epidemia Covid-19 (PrEpidemia) preparou o Formulário Cidadão, uma ferramenta de coleta de dados sobre movimentações e comportamentos das pessoas. O Observatório é um dos projetos aprovados em edital lançado pelo Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão da Covid-19 da UnB (Copei).

  

A sociedade pode contribuir para a geração destes relatórios de forma simples e rápida. Basta acessar o formulário e preencher os campos solicitados (após o cadastro das informações, é preciso clicar em enviar para garantir que os dados tenham sido enviados corretamente para o servidor).

 

O Formulário Cidadão também poderá ser acessado a partir da plataforma do PrEpidemia. No site, é possível encontrar, também, outras ações do Observatório contra a covid-19, como notas, relatórios, além de dashboards geográficos (painéis).

 

Coordenador da proposta, o professor Edilson Bias (Instituto de Geociências), explica que o projeto tem potencial gerador de informações para desenhar de forma mais precisa o que está acontecendo em regiões específicas do Distrito Federal. De acordo com o professor, a junção dos dados em uma única plataforma pode tornar o resultado mais robusto e detalhado, por meio de um mapeamento social coletivo e colaborativo.

 

“O Formulário Cidadão está baseado na premissa de que juntos somos mais fortes. A partir de algumas perguntas rápidas, serão coletados, anonimamente, dados e informações que poderão auxiliar gestores, pesquisadores e a sociedade em geral a enfrentar e a tomar decisões sobre a covid-19, por meio do que chamamos de crowdmapping, ou mapeamento colaborativo”, afirma.  

Professor Edilson Bias, do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília, coordena o projeto. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

FACILIDADE – Para alcançar o maior número de colaboradores, a equipe que realiza o estudo optou por utilizar um aplicativo com ampla compatibilidade, incluindo celulares e computadores. Basta os participantes ter uma conexão estável com a internet. O software funciona on-line, coletando os dados em tempo real. E envia automaticamente para o banco de dados do projeto em nuvem.

 

Além da coleta e mensuração dos dados, o questionário também pretende obter informações para dar maior consistência aos estudos sobre o Sars-CoV2 que estão sendo promovidos pelo Observatório PrEpidemia. 

 

De acordo com o professor Edilson Bias, os dados coletados possuem uma temática diretamente voltada para o “onde”, permitindo mapear o local com certa precisão, e, assim, ampliando a visão dos pesquisadores sobre os espaços onde os registros estão sendo coletados: a chamada “Inteligência Geográfica”. O professor afirma que, para a equipe, os resultados permitem entender, por meio de painéis (dashboards) e análises casos positivados e não positivados de pessoas submetidas a testes (PCR ou Rápido), incluindo se ficaram internados, se estão tendo alguma movimentação, etc.

 

Os dados serão de grande relevância para criar protocolos de controle, para gestão de crise. Em um momento crítico, em que o governo local autorizou a reabertura de diversas atividades, será crucial o mapeamento de áreas com maior ou menor gravidade e incidência de covid-19, tudo viabilizado por meio do que Edson Bias define como “clusterização”: o agrupamento de informações provenientes da coleta.

 

O aplicativo escolhido para realizar a coleta e compilação dos dados permite, sobretudo, a estruturação de uma base de dados segmentada e sólida, que resultará em informações mais precisas. Essas informações, por sua vez, serão de extrema importância para a gestão pública, e podem auxiliar nas tomadas de decisão dos gestores no cenário de pandemia. Desta forma, as chances de que estratégias realmente efetivas tenham impacto positivo contra a covid-19 aumentam.

Sistema é capaz de transformar dados em mapeamento preciso. Imagem:Portal PrEpidemia/ Equipe de geoprocessamento do Observatório

 

PRIVACIDADE – Como são anônimas, as informações permitem o desenho do mapa, sem o risco de incorrer em falhas de privacidade dos colaboradores. Para o professor Edilson Bias, este é o ponto principal do Formulário Cidadão: os dados estão seguros e protegem a identidade, bastando o participante fornecer seu CEP ou localização aproximada. A partir disso e, com uso de geotecnologias, os dados serão transformados em coordenadas, organizados e agrupados.

 

Essa não é a primeira iniciativa no sentido de criar bancos de dados informativos. O Observatório já mantém um Termo de Entendimento junto a um laboratório de referência para a coleta de exames realizados em todo o Brasil, o que viabiliza o mesmo processo, mas com o mapeamento dos exames positivados, sempre preservando o anonimato dos pacientes.

 

Os dados solicitados no formulário são o CEP residencial, idade, sexo, local de trabalho ou estudo, se a pessoa utilizou transporte público (metrô ou ônibus), se faz parte do grupo de risco, se apresentou sintomas da covid-19, se buscou auxílio em alguma Unidade Básica de Saúde (UBS), o tipo de encaminhamento recebido e se existe algum óbito por covid-19 na família.

 

Essas informações foram pensadas para criar um panorama preciso, com contorno voltado para dados geográficos, e não de caracterização do indivíduo. 

 

O professor destaca que o aplicativo não deve ser visto como uma ferramenta efêmera, apenas para este momento, já que as informações serão enviadas enquanto houver necessidade de acompanhamento para auxiliar as decisões do poder público, por meio da ciência. “O Observatório PrEpidemia pretende abrir um canal de obtenção contínua de dados, dentro de um processo colaborativo, e, para tal, conta com o apoio e compromisso de todos”, conta.

 

Conheça um pouco mais o Observatório PrEpidemia:

 

 

 

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