RECONHECIMENTO

Professora da Faculdade de Direito está entre as vencedoras da edição inaugural de premiação dedicada a mulheres na ciência. Sentimento expresso é de “vitória coletiva”

Laureada em diversas áreas de atuação, pesquisadora agradece condições de trabalho propiciadas em gestões femininas. Foto: Divulgação

 

Referência internacional em temas como bioética, direitos humanos e gênero, Debora Diniz Rodrigues é uma das três vencedoras da categoria Trajetória do 1º Prêmio Mulheres e Ciência, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O anúncio da conquista da docente da Faculdade de Direito (FD) foi feito em fevereiro, e o prêmio foi concedido hoje (12). A premiação inclui R$ 40 mil e presença em missão ao Reino Unido para debater políticas de educação superior e ciência.

 

O reconhecimento ao trabalho de Diniz se dá na grande área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes e vem menos de um ano após a docente ser mencionada entre as mais importantes cientistas do mundo, de acordo com o Alper-Doger (AD) Scientific Index. “Esse é um prêmio que vai dizer que queremos olhar e valorizar o que as mulheres fazem na ciência. Então, é um marco, um elemento de um marco histórico de um tempo. Quer dizer, as mulheres contribuem, as mulheres são importantes, o que as mulheres pesquisam é importante para a promoção da ciência brasileira”, declara Diniz.

 

A professora declara felicidade pelo momento profissional e diz que a conquista é coletiva. “É da Universidade de Brasília, de todas as alunas e os alunos que um dia me permitiram ser professora, me permitiram orientar”, afirma. “Não existo sem a Universidade de Brasília. Não existo sem a Faculdade de Direito. Não existo sem a pós-graduação da Faculdade de Direito. São os meus colegas, as minhas colegas, os estudantes que me permitiram pesquisar, pensar, construir linhas de pesquisa.”

 

Debora Diniz também elogia a liberdade e a estrutura disponíveis para produzir na UnB. Em especial, agradece ao ambiente de oportunidades oferecido na gestão da reitora Rozana Naves e de sua antecessora, Márcia Abrahão. “Foram condições e possibilidades de existência de pesquisas que foram fundamentais em uma Universidade liderada por mulheres.”

 

A categoria Trajetória também traz como vencedoras Camila Ribas e Mariangela da Cunha. As cientistas representam, respectivamente, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) nas áreas de Ciências da Vida e Ciências Exatas, da Terra e Engenharias. O prêmio do CNPq reconhece ainda pesquisadoras e instituições nas categorias Estímulo e Mérito Institucional. O Mulheres e Ciência é realizado em parceria com o Ministério das Mulheres, o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (Caf) e o British Council.

 

TRAJETÓRIA RECONHECIDA – A biografia de Debora Diniz é permeada por realizações em múltiplas facetas profissionais, que incluem atuações como professora, pesquisadora, antropóloga, etnógrafa, escritora e documentarista. O currículo abrange a publicação e organização de mais de 30 livros e de 180 artigos destinados a periódicos acadêmicos.

 

Um dos trabalhos de campo culminou em documentário sucedido pelo livro Zika, do sertão nordestino à ameaça global, vencedor do Prêmio Jabuti em 2017, na categoria Ciências da Saúde. Com o mesmo objeto de estudo, foi apontada pela revista Foreign Policy como uma das cem pensadoras globais.

 

Doutora honoris causa pela Universidade de Ottawa, no Canadá, é também vencedora do Prêmio Dan David, atribuído pela trajetória em defesa da justiça de gênero. Diniz integra o High-Level Advisory Group para o Gender and Health Hub, vinculado à Universidade das Nações Unidas e fez parte de painéis da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

 

Na UnB, a cientista reúne grandes audiências em eventos como a aula inaugural de semestre letivo #InspiraUnB e em conferências temáticas. “Esse é o lugar que me formou e é o lugar para o qual eu retorno para distribuir o que quer que eu tenha aprendido. Então, é sobre a UnB em primeiro lugar e secundariamente sobre alguém a qual a UnB permitiu construir algo que foi considerado como importante nesse retrato da ciência produzida por mulheres”.

 

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