O projeto Cartas Solidárias reconheceu mais uma vez a importância da atuação daqueles que, diariamente, enfrentam os impactos da pandemia do novo coronavírus. Agora, as mensagens de estímulo foram destinadas aos profissionais do cemitério Campo da Esperança (Asa Sul), para evidenciar a relevância do trabalho que desempenham ao lidar, de forma direta, com a consequência mais trágica da covid-19: a morte. Josenaide dos Santos, professora e coordenadora de Articulação de Redes para Prevenção e Promoção da Saúde da Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (CoRedes/Dasu), realizou a entrega das cartas nesta terça-feira (8).
A ação faz parte da campanha #vocênãoestásozinhavocênãoestásozinho e, até o momento, foram enviadas cartas a profissionais do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Hospital do Coração, Hospital Universitário de Brasília (HUB) e Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Envolvido na iniciativa, o Grupo de Trabalho de Promoção à Saúde recebe as cartas por e-mail, além de selecioná-las e organizá-las.
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Atuam nessa iniciativa técnicos da UnB, professores do curso de Letras, Terapia Ocupacional, Sociologia e Antropologia. As mensagens são enviadas pelas comunidades acadêmica e externa com diferentes gêneros textuais, que vão desde carta pessoal até poema, poesia, música, entre outros.
Para a ação realizada no cemitério Campo da Paz, foram recebidas 50 cartas escritas por estudantes, professores e técnicos da UnB, além de adolescentes residentes em Brasília e até mesmo no Paraná.
A professora Josenaide já participou de outras entregas e compartilhou como foi esta última. “A experiência de estar diante dos trabalhadores do cemitério foi potente, no sentido de ser afetada pela importância e valorização das atividades desses profissionais", disse.
"Estar no cemitério foi enfatizar a compaixão, a empatia e o respeito pelos profissionais que desenvolvem um trabalho tão importante para nossa sociedade durante este período desafiador”, relata a coordenadora da CoRedes.
Para Josenaide, existe uma diferença perceptível nos desafios enfrentados por esses trabalhadores em comparação com os de outros que estão na linha de frente do combate à covid-19.
“No cotidiano, os trabalhadores do cemitério lidam com a morte, com seus percalços, sendo o principal cuidar dos mortos, com os preconceitos que essa função carrega. É diferente. Eles trabalham no desfecho da vida. É uma profissão sem reconhecimento pela sociedade e cheia de preconceitos, porque lida com a morte. A diferença é o cenário, outros profissionais estão envolvidos no sofrimento dos pacientes para manutenção da vida, e os trabalhadores do cemitério lidam com o sofrimento dos que ficaram para lidar com a morte”, observa.
PARTICIPE – A iniciativa tem sido executada, desde o início da pandemia, pelo Subcomitê de Saúde Mental e Apoio Psicossocial, vinculado Comitê Gestor do Plano de Contingência em Saúde da Covid-19 (Coes), com apoio da Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (Dasu/DAC). A intenção é agradecer e valorizar os profissionais que arriscam diariamente suas vidas no atual cenário da pandemia.
Atualizações sobre os próximos passos do projeto Cartas Solidárias podem ser encontradas no perfil da Dasu no Instagram (@dasu_unb) e no boletim semanal do Coes. Segundo a professora Josenaide dos Santos, as próximas cartas serão entregues aos profissionais do Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Interessados (das comunidades acadêmica e externa) podem enviar mensagens a esses trabalhadores até 30 de setembro. Basta escrever para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
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