A equipe da Universidade de Brasília da Interdisciplinary Negotiation Team (ou UnB NegTeam, como é conhecida), irá disputar, de quinta (19) a domingo (22) , a final da etapa nacional do Meeting de Negociação, evento que reúne estudantes de graduação de todo o país. O objetivo é defender estratégias e negociar soluções para problemas que envolvem interesses distintos. Os vencedores desta fase representarão o Brasil na International Negotiation Competition, entre os dias 28 de junho e 3 de julho, nos Estados Unidos (EUA).
O Meeting de Negociação é um evento anual, e a equipe da UnB, formada no final de 2019, participou pela primeira vez em 2021, de maneira remota. Este ano, o evento será novamente on-line.
A equipe atual é formada por 11 estudantes dos cursos de Relações Internacionais, Direito e Administração. Destes, sete participaram da edição passada da competição e quatro são novos integrantes.
As atividades promovidas pelo grupo envolvem aulas teóricas, workshops e simulações baseados na metodologia da negociação colaborativa, a partir de técnicas desenvolvidas pelo Harvard Negotiation Project.
“O método consiste em adotar uma forma de negociação cooperativa entre as partes. A negociação cooperativa não significa que é passiva. Significa que as partes definem muito bem seus interesses e suas posições, mas também se importam em atender aos interesses dos oponentes”, explica a professora Maria Amélia Dias, do Departamento de Administração da UnB.
“O objetivo final é de chegar a um acordo, mas também de valorizar e manter o relacionamento com os oponentes. Por isto, o método é chamado de ganha-ganha. Ambos os lados da negociação ganham”, conclui a docente.
Nas palavras da estudante de Administração Ycleda de Oliveira, cofundadora do grupo, “esse é o grande lance da negociação colaborativa: buscar o que está por trás da sua proposta e tentar chegar a um denominador comum melhor para você e para mim”. “A gente tira essa ideia de que em uma negociação um lado vai perder e outro vai ganhar”, completa a discente.
HISTÓRICO – Por um ano (entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021), o UnB NegTeam foi registrado como projeto de extensão, coordenado pela professora Maria Amélia Dias.
No entanto, a docente precisou deixar a coordenação da equipe – mas segue colaborando com as atividades. Desde então, o UnB NegTeam continua ativo de maneira independente, mas os estudantes buscam apoio de professores para retomar o vínculo com a Universidade.
A estudante de Direito Letícia Amorim entrou este ano na equipe. Ela conta que, em um primeiro momento, houve um estranhamento com a técnica de negociação colaborativa. “No Brasil, a nossa tendência é de litigar, não de chegar a um acordo – que é muito mais rápido e efetivo, porque as partes vão se sentir contempladas, [o que não ocorre com] uma decisão judicial em que o tempo é alvo de recursos porque uma das partes não está contente”, explica Letícia. “Para mim foi uma quebra de paradigma”, completa.
Letícia pondera que a negociação perpassa várias áreas da vida no nosso dia a dia, desde o trabalho até as relações pessoais. “Eu diria que é uma habilidade para a sua vida, você aprende a conversar de uma forma adequada, ser convincente e assertivo”, afirma. “A gente trabalha várias questões comportamentais que vão muito além do estudo. Eu acho que realmente foi uma das atividades que mais impactou a minha formação”, conclui.
MEETING – Nesta etapa da competição, o UnB NegTeam vai disputar com equipes de outras sete instituições de ensino do país: Universidade Federal de Pernambuco, Universidade de São Paulo, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Centro Universitário Una, Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Fundação Getúlio Vargas.
Nesta edição, os organizadores modificaram algumas regras: antes, apenas uma dupla de estudantes de Direito atuava como negociadora. Os demais integrantes trabalhavam na elaboração da estratégia. Neste ano, as duplas serão compostas por um estudante de Direito e outro de qualquer curso.
Além disso, em 2021 a competição se organizou primeiramente por etapas regionais antes da nacional. Assim, dois integrantes do UnB NegTeam receberam prêmios de Melhor Negociador na regional Centro-Oeste: Pedro Henrique Gonet Branco e Lucas Cordeiro de Sousa.
Na seletiva nacional, a equipe competiu com outras 15 instituições de ensino superior e terminou em sétimo lugar. Desta vez, não foram realizadas etapas regionais: todos os inscritos foram divididos em dois grandes grupos, e apenas oito aprovados seguiram para a fase seguinte. “A expectativa é sempre muito alta. Acredito que a gente manteve a nossa forma de preparação”, conta Ycleda.
A equipe costuma se reunir de maneira remota aos sábados, e a primeira etapa de trabalho consiste na apresentação do método. “Temos uma parte de teoria, incentivando os colegas a lerem os livros relacionados à técnica. E tem uma parte prática a partir de casos”, afirma a estudante. Além disso, o grupo recebe convidados para palestras sobre temas como regulação emocional e comunicação.
DINÂMICA – E como funciona a competição? Primeiramente, o caso a ser negociado é enviado para as equipes com um mês de antecedência, período em que os times se organizam para estudar as informações e traçar estratégias.
Chegada a hora da disputa, de maneira individualizada, cada dupla tem cinco minutos para apresentar aos avaliadores sua estratégia. Em seguida começa o primeiro round de negociação entre duas duplas, com uma hora de duração. Encerrado o tempo, passa-se ao segundo round, e o terceiro e último consiste em uma negociação com quatro times em campo ao mesmo tempo, com duração de uma hora e 15 minutos. Ao final de cada rodada, os avaliadores dão feedbacks às equipes, destacando pontos positivos e falhas nas estratégias adotadas.
Como esta etapa selecionará o representante do Brasil na competição internacional nos EUA, o caso enviado às equipes, bem como todos os debates no Meeting, devem ser em inglês. A veterana Ycleda conta que ainda existem outras regras a serem seguidas pelos participantes: “Não podemos criar fatos, temos que seguir exatamente os dados que estão no caso [enviado pela organização] para defender os interesses em jogo”, explica.
Aos interessados em acompanhar o evento, a abertura oficial, as master classes e o encerramento são transmitidos pelo YouTube, mas o público não pode acompanhar os rounds da disputa.
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