DIVERSIDADE

Com apoio da Secretaria de Direitos Humanos, comunidade realizou série de ações em comemoração ao 29 de janeiro, data em que são lembradas as lutas desta população

Apresentações de vogue, rodas de conversa e hasteamento da bandeira trans foram algumas das ações que marcaram as celebrações pelo Dia da Visibilidade Trans. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Vinte e nove de janeiro tornou-se símbolo das celebrações pela diversidade e pelas conquistas das pessoas transexuais, travestis e transgêneros. Em comemoração ao Dia da Visibilidade Trans, coletivos da Universidade de Brasília (UnB), com apoio da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), prepararam uma programação especial para reunir a comunidade em torno do tema e ecoar iniciativas para promoção ao respeito e debate sobre direitos desta população.

“Esse momento é para mostrar que a instituição está comprometida e construindo uma política de apoio à comunidade trans. Esse grupo ainda sofre muito preconceito tanto em áreas acadêmicas quanto em ambientes de trabalho. Uma das nossas vitórias recentes foi a implementação da política de cotas nos nossos processos seletivos de estagiários”, enfatiza a coordenadora LGBTQIA+ da SDH, Maria Célia Selem.

Nesta segunda-feira (30), às 8h, o tradicional hasteamento da bandeira trans foi realizado no mastro da entrada da Reitoria. Mestrando em Direitos Humanos pela UnB e servidor da Faculdade de Medicina (FM), Rodrigo Mavignier foi um dos espectadores da solenidade. “Vim aqui hoje prestigiar o trabalho da Secretaria de Direitos Humanos e também porque acho importante momentos como esse para o fortalecimento da comunidade e da própria Universidade.”

Para o estudante de Biblioteconomia Giovanni Fernandes, ser trans "é lutar todo dia para ter visibilidade e respeito". Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB


Dando continuidade às comemorações, a Praça Chico Mendes, no campus Darcy Ribeiro, recebeu pessoas trans, travestis e não-binárias da comunidade acadêmica para uma roda de conversa e um sarau cultural durante a tarde. Em clima descontraído, os presentes pontuaram pautas pertinentes para melhorar a diversidade no campus e os desafios enfrentados pela comunidade trans diariamente.

“Não tem como ser trans e se isentar. Ser trans já é uma luta diária! Por isso, temos que aproveitar todas as oportunidades para falar e dar visibilidade às nossas demandas”, diz Giovanni Fernandes, estudante de Biblioteconomia e trans masculino. Integrante do Coletivo Trans da UnB, ele afirma que este mês é importante porque no restante do ano a comunidade trans não tem tanto destaque.

Desmond Valle, estudante de Psicologia e pessoa não-binária, diz que ainda não utiliza o nome social por medo da exposição, mas que espaços de diálogos como o de hoje ajudam os envolvidos a entenderem como e o quanto se expor. “Essa é a primeira vez que estou usando meu nome de forma mais aberta. Para mim é muito mais fácil me aceitar sem me expor tão abertamente às violências”, explica.

Após às 18h, o sarau deu lugar à balada Babynight Trans, que encerrou os festejos e contou com vivências ballroom, cultura originada na década 1970, como parte da expressão negra e latina LGBTQIA+, que engloba práticas performáticas e apoio social. “Foi dentro da comunidade ballroom, da cena voguing do DF, que eu me descobri como pessoa trans não-binária. A partir das nossas performances, a gente cria espaços”, destaca Ciellen, estudante de Arquivologia e representante do coletivo performático Casa de Onijá.

Roda de conversa com comunidade acadêmica trans, travesti e não-binária levantou discussão sobre desafios vivenciados na Universidade e demandas do grupo. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB


VIOLÊNCIA – Marco da luta por respeito e cidadania para pessoas trans, travestis e não-binárias, o Dia Nacional da Visibilidade Trans foi criado em 2004. Após tanto tempo, pelo décimo quarto ano seguido, o Brasil ainda é o país que mais mata pessoas trans no mundo, segundo relatório divulgado este ano pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

No ano passado, ao menos 131 pessoas trans e travestis foram assassinadas no país. O dossiê aponta ainda que há uma subnotificação nos números devido à dificuldade de captar dados de maneira mais precisa. O documento também evidencia a falta de uma mudança significativa em relação à violência e às violações de direitos humanos destas populações.

 

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