ALIMENTAÇÃO

Anelise Rizzolo, do Departamento de Nutrição, aborda os prejuízos do consumo de produtos com baixo valor nutritivo produzidos pela indústria alimentícia

Os ultraprocessados são produtos com baixo valor nutritivo e que contêm, em sua composição, aditivos que podem incluir conservantes, corantes e saborizantes artificiais. Imagem: Reprodução/UnBTV

 

Resultado de procedimentos industriais que alteram as características originais dos ingredientes naturais, os ultraprocessados são produtos com baixo valor nutritivo e que contêm, em sua composição, aditivos que podem incluir conservantes, corantes e saborizantes artificiais. Também são conhecidos por serem práticos, de rápido preparo e mais baratos.

 

No Brasil, esses alimentos apresentam rótulos que indicam a existência de altos níveis de sódio, açúcar e gordura, substâncias que podem causar danos à saúde. Para discutir o impacto dos alimentos ultraprocessados na saúde pública, o programa UnBTV Entrevista conversou com a professora Anelise Rizzolo, do Departamento de Nutrição (FS/UnB).

 

Estima-se que 57 milhões das mortes no Brasil sejam motivadas por esta categoria alimentícia. Segundo Anelise, já existem estudos que relacionam o consumo de ultraprocessados com doenças que abalam a saúde mental e disfunções ligadas à hipertensão, obesidade, diabetes, pois sabe-se que o organismo humano é uma estrutura biológica conectada à própria decomposição e absorção dos alimentos.

 

“Os alimentos ultraprocessados, como não são alimentos – são fragmentos de alimentos que entram numa fórmula –, às vezes facilitam muito a absorção daqueles nutrientes que vão direto para o cérebro, direto para os órgãos, e isso tem um impacto. Tem impacto que a gente não sabe direito qual é, mas já podemos pressupor que não é muito bom, porque você está ali mudando aquela lógica do próprio sistema”, afirma Anelise.

 

Rizzolo enfatiza a importância de políticas públicas que regulem a produção e o consumo desses produtos, além de promover alternativas saudáveis. Educar e conscientizar a população são medidas vistas como essenciais para enfrentar esse desafio e mudar hábitos alimentares.

 

“Hoje existe o decreto da cesta básica [Decreto nº 11.936/2024], que foi publicado recentemente, e já é um ganho. A gente precisa de investimento público para que as outras políticas que vão promover os alimentos saudáveis estejam disponíveis. Porque se a gente tira e não coloca nada no lugar, a gente continua violando o direito das pessoas de se alimentarem”, conclui a professora.

 

Confira a íntegra da entrevista, feita pela UnBTV:

 

*com informações da UnBTV.

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