SAÚDE

Livro estimula adesão à terapia com fármacos e destaca informações mais importantes sobre os usados com mais frequência em casos específicos

Cartilha busca sanar dúvidas relacionadas ao tratamento de algumas patologias na infância. Imagem: Freepik

 

A falta de instruções adequadas, de fácil acesso ao público, sobre o tratamento de determinadas doenças em crianças, como hipertensão arterial, hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca congestiva, serviu como motivação para pesquisadores e discentes da Universidade de Brasília, além de profissionais de saúde, elaborarem uma cartilha sobre uso racional de medicamentos na infância.

 

Direcionado a leigos, o segundo volume do livro já está disponível e explica, de forma simples, a função de cada um dos remédios comumente receitados para essas patologias, as interações não recomendadas, os efeitos adversos, entre outras informações.

 

>> Acesse aqui a Cartilha infantil dos cuidados no tratamento de hipertensão arterial, pulmonar e insuficiência cardíaca

 

A professora do curso de Ciências Farmacêuticas da UnB Patrícia Medeiros de Souza e a farmacêutica clínica, doutora em Ciências Farmacêuticas e pesquisadora colaboradora da UnB Cínthia Gabriel Meireles estão na organização da cartilha. A elaboração também teve a participação de alunos do curso de Pós-Graduação lato sensu em Farmacologia Clínica e de graduação em Farmácia, Enfermagem e Medicina, bem como de diversos profissionais da saúde.

 

“O material foi todo ilustrado e detalhado em linguagem simples, de forma que possa ajudar a aumentar a adesão à terapia medicamentosa”, destacou Patrícia Medeiros.

 

A adesão ao tratamento com medicamentos é uma meta da Organização Mundial da Saúde (OMS), que propõe a autonomia dos envolvidos na prescrição médica. Isso inclui a pessoa tratada, os familiares e os cuidadores, ou seja, todos aqueles envolvidos ativamente no tratamento e nas tomadas de decisões. Com isso, esses atores terão mais liberdade para questionar, identificar erros e auxiliar no manejo de medicamentos. 

 

“A partir da publicação da cartilha, a população terá acesso à informação baseada em evidências clínicas e científicas, conhecerá o medicamento que precisa tomar, bem como a forma correta e os melhores horários para o remédio fazer o efeito esperado. Além disso, a população conseguirá identificar efeitos adversos e interações medicamentosas causadas por fármacos que fazem parte do tratamento das crianças”, completou a professora.

Publicação faz uso de emojis para ilustrar sintomas de cada doença. Imagem: Reprodução/Cartilha infantil dos cuidados no tratamento de hipertensão arterial, pulmonar e insuficiência cardíaca

 

INFORMAÇÕES ACESSÍVEIS – A ausência de materiais do tipo disponíveis também foi uma das motivações para a organização da cartilha. Para Patrícia, a maior dificuldade está relacionada à falta de acesso a bases técnicas e científicas. Tendo isso em vista, as informações técnicas foram pesquisadas em bases de alto rigor científico e adequadas a uma linguagem de fácil acesso para as mais diversas pessoas, independente do grau de escolaridade.

 

A cartilha conta com bulas dos diversos medicamentos utilizados. As informações foram baseadas em evidência clínica e podem ser atestadas por profissionais de saúde. Nas bulas constam perguntas frequentes sobre os medicamentos, havendo também itens sobre cuidados. Estes incluem informações acerca da indicação, intervalo de administração, se podem ou não ser ingeridos com alimento, manejo clínico, precauções, contra indicações relacionadas à faixa etária da criança, doenças associadas e cuidados necessários durante a gravidez e a amamentação.

 

Ainda segundo Patrícia Medeiros, a intenção é que a cartilha possa sair dos muros da Universidade, aproximando a produção acadêmica da população. Assim, os cuidadores de crianças terão condições para identificar as reações adversas aos medicamentos, saber como administrá-los da melhor maneira, entre outras questões.

 

É esperado que as bulas possam ser utilizadas nos estabelecimentos de saúde, de maneira que sirvam como orientação para aumentar a adesão à terapia medicamentosa, por conta da possibilidade que oferecem de compreensão das informações sobre o assunto, mas também para evitar erros relacionados ao uso de medicamentos e, consequentemente, reduzir custos ao Sistema Único de Saúde (SUS) em atendimentos no quesito.

 

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