As tecnologias educacionais inovadoras têm sido importantes aliadas no processo de ensino e aprendizagem neste contexto de pandemia. Essas ferramentas também serão essenciais na preparação para a retomada do calendário acadêmico, de forma remota, na Universidade de Brasília, em 17 de agosto. Professor da Faculdade UnB Gama (FGA), Vandor Rissoli acredita que a partilha de experiências nesse sentido pode inspirar docentes e contribuir com alternativas para o desempenho das atividades a distância.
Coordenador do Laboratório de Tecnologias Educacionais (LaTEd), ele já trabalhava com ferramentas inteligentes de educação e aproveitou o momento da pandemia para experimentar alguns recursos tecnológicos, diante da nova realidade de ensino. Entre as estratégias que têm auxiliado o professor no trabalho com alunos do curso de Engenharia de Software está a adoção do Sistema de Apoio Educacional (SAE), que acompanha a situação de aprendizagem individual de cada estudante e a informa ao professor e aos monitores das disciplinas em tempo real.
O SAE é uma das ferramentas do programa Aprendizagem para o Terceiro Milênio (A3M) do Centro de Educação a Distância (Cead/UnB). Com base nas informações sobre o estado cognitivo dos estudantes disponibilizadas pelo sistema, é oferecida uma orientação diferenciada a cada um deles. Para isso, o SAE dispõe de um recurso de inteligência artificial, o MInA. Trata-se de um agente animado, utilizado para repassar, de forma lúdica, orientações pedagógicas, incentivando os alunos a buscarem uma evolução no aprendizado e respeitando o ritmo individual de cada aprendiz.
>> Acesse o Sistema de Apoio Educacional (SAE)
“As ferramentas abrem a possibilidade de as aulas terem o ritmo diferente para cada aluno. Se o estudante for empenhado, irá progredir mais rápido, enquanto aqueles que tiverem alguma dificuldade poderão ser mais bem assistidos pelos recursos e pelo próprio professor. Aos poucos, o processo, que envolve alunos, professor e instituição, vai ficando mais maduro”, comenta Vandor Rissoli.
O sistema é utilizado no Brasil desde 2007 e já foi adotado pela Universidade Católica de Brasília (UCB), pela Secretaria de Educação do Distrito Federal (SE-DF) e por alguns cursos da UnB. "A ferramenta está disponível aos interessados e já foi apresentada em eventos científicos nacionais e internacionais”, aponta o docente, que é doutor em Informática na Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS).
Conheça o SAE:
APLICAÇÃO – Experiência recente do professor com o sistema tutor inteligente se deu durante as aulas de três disciplinas práticas na área da Informática, mantidas remotamente para alunos de Engenharia de Software interessados em seguir com os estudos no período de isolamento social. São as disciplinas Orientação a Objetos, Sistemas de Bancos de Dados 1 e Sistemas de Bancos de Dados 2.
Durante as atividades, realizadas pela plataforma Moodle, os estudantes aprenderam a programar e a trabalhar com armazenamento e análise de dados. Como o calendário acadêmico do primeiro semestre letivo estava suspenso, as atividades foram ministradas sem que as notas e o controle de frequência fossem contabilizados no processo de avaliação formal da Universidade. A iniciativa também buscou ocupar os alunos, que ficariam reclusos por tempo indefinido, com conteúdos que contribuíssem para a formação acadêmica.
Para o professor, a experiência das aulas remotas é um pouco diferenciada, pois o processo fica mais autônomo e os participantes precisam ter mais responsabilidade com os próprios interesses. Caso o aluno tenha dúvidas, o professor pode buscar materiais ou ainda usar a videoconferência para dar orientação mais personalizada.
Rissoli relata ainda que a adoção do SAE nas disciplinas a distância foi positiva. “Pude acompanhar a evolução dos alunos. Aqueles que ficaram tendo aulas remotamente participaram depois de uma pesquisa de satisfação no final do período letivo, e o resultado mostrou que a experiência das aulas foi bem recebida pelos alunos. Houve uma ambientação e interação com as ferramentas”, conta o docente.
A pesquisa realizada pelo LaTEd com os alunos das três disciplinas remotas constatou que 100% deles escolheram a tecnologia de cooperação como sendo o recurso que mais colaborou com a própria aprendizagem.
Pouco mais de 83% dos estudantes destacou a ferramenta de videoconferência como a que mais auxiliou e quase 17% preferiu o compartilhamento de material e soluções no grupo. Outro resultado importante é que todos os estudantes disseram estar satisfeitos com as disciplinas, que atenderam as expectativas iniciais no período letivo diferenciado em função da pandemia.
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