Avançar em qualidade é uma premissa defendida pela administração superior da UnB para os próximos anos. Além dos investimentos em ensino, pesquisa e extensão, estão incluídos no planejamento para alcançar esse objetivo o cuidado com o ambiente interno da Universidade, a atenção a temas que são caros à comunidade e a melhor gestão dos recursos humanos que pertencem à instituição.
Para a série especial sobre o ano inaugural da gestão 2016/2020, a Secretaria de Comunicação ouviu representantes de cada um dos oitos decanatos para saber quais foram as principais conquistas da fase inicial e quais desafios se apresentam para a continuidade. Nesta edição, os decanos de Assuntos Comunitários (DAC), André Reis, e de Gestão de Pessoas (DGP), Carlos Mota, destacam as realizações de suas pastas no período.
Pouco mais de um ano após ser nomeado ao DAC, André Reis enxerga progressos significativos nos trabalhos da unidade, sobretudo no que tange a políticas que viabilizam o acolhimento e a permanência qualificada dos estudantes. O edital do Programa Auxílio Creche, criado neste ano, a extensão da validade da avaliação socioeconômica de estudantes em vulnerabilidade e a retomada do vestibular indígena – iniciativa pensada junto ao Decanato de Ensino de Graduação (DEG) – são estratégias frisadas pelo gestor entre outras adotadas para ampliar o acesso, auxiliar na formação, reduzir a evasão e garantir a continuidade de estudantes na instituição.
Está em andamento a elaboração de novo modelo de realização do estudo socioeconômico, citado acima. Uma ferramenta para dar maior agilidade ao processo, desenvolvida em parceria com o Centro de Informática (CPD) da UnB, deve ser implementada já no 1º/2018. “Hoje esse estudo leva cerca de quatro meses para ser concluído. Verificamos que alunos acabam evadindo neste interstício, pois chegam à Universidade já com a necessidade de garantir a sua permanência", observa André Reis, ressaltando a busca pela celeridade, que tem sido uma tônica na gestão.
A melhoria das condições de vida no ambiente da Universidade não foi diretriz presente apenas no DAC. A alta administração verificou que os servidores também precisavam ser atendidos nesse quesito, e isso balizou as ações do DGP ao longo dos meses. Antiga demanda dos técnicos administrativos e promessa de campanha da atual gestão, a flexibilização da jornada de trabalho começou a sair do campo das ideias na UnB.
Negociações com os setores interessados têm sido realizadas com base na resolução do Conselho de Administração (CAD) sobre o assunto e na análise das solicitações por comissão formada para dar andamento ao projeto. “Conseguimos fazer um total de 19 reuniões e atender 23 unidades, entre administrativas e acadêmicas. Todos os processos que chegaram foram atendidos ou retornados para alguma adaptação”, informa o decano Carlos Mota sobre a mudança gradual que impacta diretamente na qualidade e na oferta dos serviços prestados à comunidade.
Contribuir para o aumento do desempenho dos servidores também foi uma preocupação no DGP. A ampliação de oportunidades de qualificação a esse público veio atender tal demanda, além de criar oportunidades de desenvolvimento para a carreira profissional. “O grande desafio que tivemos no início do ano foi estender a oferta de especialização”, aponta Mota. O decanato apoiou o lançamento de três mestrados profissionais, nas áreas de Economia, Educação e Gestão Pública, com turmas iniciando em 2018.
BASES – A atenção à diversidade do público acadêmico orientou algumas ações no DAC. Apesar do alcance das ações realizadas para fomentar uma UnB mais plural, a Diretoria da Diversidade (DIV), vinculada ao decanato, deparou-se com a falta de fundamentos para nortear sua atuação. Prioridade do mandato, o estabelecimento desse arcabouço referencial possibilitou o avanço na discussão sobre políticas para a área, o que se refletiu nas iniciativas promovidas pela DIV.
Um exemplo é a implementação do Programa de Formação e Informação em Diversidade, focado na discussão de temas relacionados dentro da UnB, como inclusão e redução da desigualdade. “Percebemos que a Universidade já discute bem a diversidade, mas sentimos a ausência de trabalho mais incisivo de formação”, observa o decano André Reis. "Agora estamos conseguindo ter ideia do que é diversidade, seu conceito e como pode se transformar em política pública”, completa.
ESTRUTURAÇÃO – A busca pelo aprimoramento das atribuições de cada decanato amplia a lista de destaques das realizações em 2017. No DGP, esse passo foi dado com esforços para maior integração entre as diretorias, visando prestação de serviços à comunidade e mais eficiência aos processos. Só no primeiro ano de gestão, o decanato realizou cerca de 5 mil atendimentos, a tramitação de 2.446 processos de férias, 2.186 de progressão, 1.243 recadastramentos de aposentadorias, entre outros.
Ainda assim, o decano afirma que a unidade recebe muito mais processos do que pode responder. "Estamos buscando modos de trabalhar esse fluxo para minimizar o represamento", diz. Ele espera, em 2018, recompor a força de trabalho do DGP, que considera estar defasada e com grande volume de tarefas.
O decano André Reis visualiza o desmembramento da Diretoria de Esporte, Arte, Cultura e Lazer (DEA) como fato positivo para organização das atividades do DAC. Com a mudança, foram criadas duas novas diretorias: a de Esporte e Lazer (DEL) e a de Organizações Comunitárias, Cultura e Arte (Doca). A primeira é responsável pelo fortalecimento e ampliação do investimento em ações esportivas e de integração da comunidade, com ênfase em valores como pertencimento, qualidade de vida e autonomia.
A Doca está a cargo da promoção de ações culturais e artísticas, além do diálogo com as entidades de representação estudantil, agora normatizadas por resolução aprovada no CAD. “A Doca tem uma prerrogativa de dar acessibilidade, visibilidade e institucionalização, mas mantendo a independência da organização comunitária. Queremos dar condições para que elas sejam reconhecidas”, pontua Reis.
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