A comissão do novo Plano Diretor para o campus Darcy Ribeiro consolidou os resultados da consulta pública realizada junto às comunidades acadêmica e externa para levantar informações sobre a percepção dos usuários quanto a este espaço. Realizada durante 35 dias, de novembro a dezembro de 2022, a pesquisa recebeu 1.366 respostas válidas, e, do total, 73,9% eram de estudantes, segmento com maior proporção entre os membros da comunidade acadêmica; em seguida, professores (14%) e técnicos administrativos (11,5%), respectivamente, responderam em maior número. As informações servem como recomendações para a elaboração do Plano, que estará em vigor pelos próximos dez anos.
“A comissão avaliou positivamente os resultados, o que demonstra que toda a comunidade que frequenta o Darcy Ribeiro está disponível a contribuir para um campus melhor”, afirma Caio Silva, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e coordenador da pesquisa. "A consulta pública também é uma estratégia para deixar a comunidade mais sensível ao tema. Mostrar que o campus não é só lugar de estudar, mas é lugar de se reconhecer, conviver", acrescenta.
A consulta foi dividida em sete eixos temáticos, conforme as equipes de estudo estabelecidas para formulação do plano: Morfologia Arquitetônica; Conservação e Gestão Sustentável de Recursos Naturais, Áreas Protegidas e Demais Áreas Verdes; Paisagem e Paisagismo; Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural; Infraestrutura de Transportes e Mobilidade; Infraestrutura de Saneamento; e Infraestrutura de Energia Elétrica.
Os participantes avaliaram quesitos como a qualidade e manutenção de espaços físicos, saneamento, mobilidade e energia elétrica em notas de 1 a 10, sendo menor que 5 considerada ruim; 5 e 6, regular; 7 e 8, boa; e 9 e 10, muito boa ou excelente. Entre os resultados, identificou-se que o local mais frequentado no campus é o Instituto Central de Ciências (ICC) e que 71,8% dos usuários vão ao Darcy Ribeiro por pelo menos quatro dias na semana. A maioria vai ao campus no período da manhã e da tarde.
MORFOLOGIA – No eixo Morfologia Arquitetônica, que se refere aos edifícios do campus, 65,8% dos respondentes avaliam como boa ou muito boa a adequação ao cumprimento das atividades propostas nos espaços do campus onde mais frequentam. Ainda, 439 pessoas, o que equivale a 32,2%, acreditam que o conforto destes espaços é bom e 64,9% dos usuários afirmam que os edifícios onde mais circulam cumprem bem ou muito bem a sua funcionalidade.
"Em geral, edifícios como o ICC e o da Faculdade de Tecnologia foram muito elogiados em relação à qualidade espacial. Quanto ao cumprimento das atividades, o IB e o IQ foram muito elogiados nesses parâmetros", aponta o professor Caio Silva.
O docente, que dirige este eixo temático, afirma que os dados coletados serão utilizados para a recomendação de avanços em áreas de manutenção de ambientes, espaços verdes, mobiliário, entre outros. “A ideia é que seja consolidado um relatório com uma análise mais clara e com recomendações de melhorias”, conta.
RECURSOS NATURAIS E PAISAGEM – A pesquisa também avaliou a percepção dos usuários sobre o estado de conservação das áreas de Cerrado remanescentes no campus. A maior parte do público (37,1%) considera que estes espaços estão bem conservados. Já sobre o uso destas áreas e de outras verdes, 38% apontam como excelente e 36% sinalizam que é bom.
Quanto à disponibilidade de espaços livres próximos aos locais frequentados pela comunidade universitária, 27,5% consideram que há uma quantidade excelente. Sobre a qualidade desses espaços, 792 pessoas, ou 58,7%, avaliam que são bons ou excelentes, e 417 pessoas (30,7%) acreditam que os ambientes são bem conservados.
Os resultados da pesquisa revelam os principais usos que a comunidade acadêmica faz dos edifícios, a sua relação com os espaços verdes, o Cerrado e os locais de lazer do campus.
MOBILIDADE E PATRIMÔNIO – O público foi perguntado, ainda, sobre o patrimônio da Universidade. Com relação às obras de arte existentes nos edifícios do campus, as mais identificadas são esculturas (45,7% das 693 respostas sobre o assunto). Entre as ações de promoção, valorização ou educação do patrimônio cultural, a comunidade avalia que a maior parte é voltada ao ensino (65,1%), depois à extensão (57,7%) e à pesquisa (48,6%).
Sobre mobilidade no campus Darcy Ribeiro, 58,7% das pessoas utilizam transporte público, enquanto 32,4% vão de automóveis particulares. Entre os usuários de transporte público, a maioria (29,7%) aponta que é boa a oferta no campus e 28,5% vê como regular. Das pessoas que utilizam a bicicleta como meio de locomoção no Darcy Ribeiro, 34,9% (285) consideram que a oferta de ciclovias é boa.
Ao identificar os principais hábitos de transporte da comunidade acadêmica, a pesquisa poderá nortear a melhor aplicação dos recursos e as melhores estratégias para essa área. “Dados como esse são vitais para o planejamento do campus nos próximos anos”, afirma Benny Schvarsberg, presidente da comissão de elaboração do Plano Diretor.
SANEAMENTO E ENERGIA ELÉTRICA – No eixo de Infraestrutura de Saneamento, destaca-se a a percepção sobre a limpeza dos edifícios onde a comunidade mais circula e arredores. Das avaliações, 33,6% são de notas 7 e 8 (boa) e 36,6%, de notas 9 e 10 (muito boa ou excelente).
Já no eixo Infraestrutura de Energia Elétrica, os respondentes consideram, majoritariamente (53%), que a iluminação dos arredores do campus Darcy Ribeiro é mediana ou boa. Ainda, 39,4% acreditam que a distribuição de tomadas nos edifícios deixa a desejar.
Ao final da pesquisa, foi aberto um espaço para respostas livres, onde a comunidade fez elogios e reclamações, como pedido de mais iluminação nos arredores do campus e melhor tratamento em relação os banheiros dos prédios. Essas sugestões também têm contribuído para a elaboração do Plano.
Confira alguns dos resultados da consulta pública. Artes: Igor Outeiral/Secom UnB
PRÓXIMOS PASSOS – Além da consulta, a comissão responsável pela construção do documento realizou estudos técnicos e científicos nos diferentes eixos temáticos e oficinas, com a participação da comunidade acadêmica, para colher sugestões que possam subsidiar o Plano. Tanto os dados da consulta pública, utilizados pelas equipes técnicas em seus relatórios finais, quanto os estudos temáticos irão compor a memória técnica da elaboração do Plano, que será registrada este ano em um e-book.
“Considerando esses estudos, coordenados por professores especialistas nas diversas áreas, os resultados da consulta pública e as seis oficinas participativas temáticas, realizadas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), na Faculdade de Tecnologia (FT), no Instituto de Ciências Humanas (ICH) e nos Serviços Gerais 12 (SG-12), será agora constituída uma equipe de sistematização, síntese de diagnóstico e diretrizes que elaborará o Plano Diretor do campus", detalha Benny Schvarsberg.
Após a consolidação dos dados, a minuta de resolução do Plano Diretor do campus Darcy Ribeiro passará por uma audiência pública e será encaminhada para avaliação e aprovação pelo Conselho de Administração (CAD) da UnB. Segundo Benny, a previsão é que o documento seja submetido ao órgão colegiado ainda este ano.
Assista à entrevista com Caio Silva sobre a consulta pública:
*estagiário em Jornalismo na Secom/UnB.
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