Soluções para a retomada das atividades na UnB pensadas por grupos de estudantes de graduação e pós foram reconhecidas durante a Maratona Covidas, competição de ideias inovadoras promovida pelo Parque Científico e Tecnológico da instituição (PCTec/UnB). Realizada no fim de junho, a maratona teve sua cerimônia de premiação na última sexta-feira (10). Os próprios estudantes, professores e gestores da Universidade participaram da solenidade, que ocorreu em plataforma virtual, assim como toda a competição.
Ao todo, foram nove projetos premiados em três áreas: Tecnologias Digitais, Desenvolvimento de Dispositivos e Tecnologias Sociais e Planejamento. Vinte e quatro equipes se inscreveram. Os projetos vencedores foram escolhidos por um comitê composto por nove docentes e pesquisadores da UnB. Cada área teve um pódio com três vencedores. Os primeiros colocados ganharam um prêmio no valor de R$ 2 mil, os segundos colocados levaram R$ 1 mil e os terceiros, R$ 500.
A reitora Márcia Abrahão parabenizou os participantes da maratona, tanto pelo envolvimento com a iniciativa quanto pelos resultados. "Tivemos 140 inscritos da graduação e mais 13 da pós-graduação. Isso não é pouca coisa em um momento em que estamos isolados", observou, durante a solenidade de premiação. Ela destacou como o fomento à cultura de inovação tem sido uma prioridade na UnB, citando a criação do Decanato de Pesquisa e Inovação, a aprovação de uma política para a área e a vinculação do PCTec à Reitoria como ações práticas. "Os resultados já aparecem, com o avanço em rankings internacionais, puxado também pelo indicador que mede a relação com o setor produtivo. Só posso desejar que vocês continuem sendo criativos e empreendedores como mostraram nesta maratona", reforçou a gestora.
>> Assista aqui à apresentação dos projetos (a partir dos 26:30, aproximadamente)
Um aplicativo pensado para sinalizar a necessidade de reabastecimento de dispensers de álcool em gel espalhados pelos campi foi o projeto vencedor na categoria Tecnologias Digitais. AquiGel foi desenvolvido pela equipe Sarct. "No contexto de pós-pandemia, nosso principal objetivo é combater a propagação da covid-19 e de outras doenças, como gripes e conjuntivite, promovendo a assepsia das mãos. Além disso, também buscamos promover o cuidado com a Universidade", diz o representante da equipe, João Victor Magalhães. "Valorizar a Universidade não é só se esforçar nos estudos e se formar, é cuidar das pessoas e do patrimônio público", acrescenta.
O segundo lugar na categoria foi da equipe Fiscais de Quarentena, com o projeto Adote um aluno, uma plataforma colaborativa para compartilhar aulas, materiais e mentorias a fim de minimizar os problemas de acessibilidade a recursos acadêmicos evidenciados pela pandemia. Em terceiro lugar ficou a equipe Mecasauro, criadora do projeto AquiUnB, que lista pontos de venda de refeições e lanches na Universidade, exibindo rotas de deslocamento e controle de filas, notificando cliente e fornecedor.
A categoria Desenvolvimento de Dispositivos teve duas equipes em primeiro lugar: CSTQ Jr. e InventivAção. A equipe CSTQ Jr. apresentou o projeto TotemGel, um dispenser de álcool acionado por pedal, construído com materiais de baixo custo e projetado para reduzir furtos e vandalismo. Já a equipe InventivAção apresentou o projeto Pé Consciente, um protótipo para abrir, travar e fechar a porta das cabines de banheiros usando pedal. O terceiro lugar ficou com a equipe NICE, que projetou o QUITOLIGHT, que propõe a combinação de quitosana e luz UV em filtros de ar-condicionado para melhorar a qualidade do ar em ambientes fechados e reduzir a disseminação do vírus.
A categoria Tecnologias Sociais e Planejamento teve como vencedora a equipe + Social, com o projeto UniverCIDADE, uma rede colaborativa para disponibilizar espaços de estudo e tecnologias em bibliotecas públicas, para os alunos com dificuldades para estudar em casa ou em se deslocar até os campi. Nessa rede, as bibliotecas seriam extensões dos campi da UnB, sendo preparadas para tal.
Representante da equipe + Social, Ana Karolina Alves Amorim explica que a aplicação do projeto depende basicamente de parcerias. "Na primeira fase, a ideia é coalizar com as administrações regionais de Brazlândia, Ceilândia, Cruzeiro e Paranoá o uso do espaço e equipamentos presentes nas bibliotecas públicas, que estão atualmente fechadas em virtude da pandemia. Isso porque esses já são ambientes com uma infraestrutura mínima para o estudo, e seriam capazes de atender à comunidade de alunos que não possuem acesso a tecnologias em casa e/ou condições adequadas de estudo", detalha.
A equipe GeoHelp ficou em segundo lugar, com um projeto focado no pareamento de transporte, espaço e equipamentos para possibilitar as atividades universitárias, num esquema de coworking. A equipe Engrena alcançou o terceiro lugar com o projeto Programa 5S, um protocolo de convivência que aborda comportamentos a serem adotados durante a retomada e a ocupação dos espaços físicos, visando minimizar a disseminação de covid-19.
Vice-diretora do PCTec/UnB, a professora Michele Marques Carvalho destaca o potencial de execução dos projetos desenvolvidos na Maratona Covidas. "Todas as ideias podem ser usadas em startups, estamos buscando parcerias para isso. São ideias que contribuem para a retomada das atividades minimizando a possibilidade de contágio, seja reduzindo aglomerações e deslocamentos, incentivando a higiene das mãos, atuando no controle de condições ambientais ou propondo estruturas para o ensino fora dos campi", observa.
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