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O Projeto Produtor de Água do Pipiripau, parceiro da Universidade de Brasília desde 2012, conquistou o segundo lugar no prêmio internacional Water Changemaker Awards (para agentes transformadores da água, em tradução livre). Promovido pela Parceria Global pela Água (Global Water Partnership – GWP, na sigla em inglês), o concurso premia iniciativas que tenham contribuído para aumentar a resiliência contra a ação das mudanças climáticas.
"A UnB, por meio do Departamento de Engenharia Florestal, é um dos 17 parceiros nacionais e distritais do Projeto Produtor de Água, apoiando tecnicamente com pesquisas, monitoramento, e fiscalização", afirma o professor de Engenharia Florestal (EFL/FT) Henrique Chaves, representante titular da Universidade no projeto. Também colaboram pela UnB professores e alunos de graduação e pós-graduação.
O projeto tem como um de seus objetivos promover a recuperação hidroambiental da bacia do ribeirão Pipiripau, localizada entre o Distrito Federal e Goiás. Dessa forma, o grupo trabalha para ampliar a oferta de água para os mais de 180 mil habitantes da área.
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Durante o anúncio das premiações, a GWP descreveu que o Projeto Produtor de Água do Pipiripau demonstra como a boa governança da água pode ser um instrumento de paz e de resolução de conflitos. Os organizadores da premiação também reconheceram a habilidade do projeto em identificar a necessidade de harmonizar os usos múltiplos da água, em particular para a agricultura e para a natureza, e a importância de reunir todas as partes interessadas.
"Concorrendo a este importante prêmio da GWP, o Projeto Produtor de Água teve seu primeiro reconhecimento internacional ao ser vice-campeão entre mais de 300 projetos", comemorou Chaves.
O projeto brasiliense concorreu com ações de vários países e compartilhou o segundo lugar com a iniciativa mexicana Bacias hidrográficas e cidades: participação social para melhorar a saúde de ecossistemas e reservatórios de água, em tradução livre.
Cerca de 200 produtores rurais da região participam da iniciativa. Além deles, o projeto reúne ainda 17 organizações, entre instituições públicas, privadas e organizações não governamentais (ONGs). Um acordo de cooperação técnica rege a parceria e elenca as obrigações de acordo com a especialidade e as atribuições de cada participante.
RESULTADOS – Por conta de sua baixa disponibilidade hídrica, principalmente nos períodos mais secos do ano, a região tem histórico de conflito pelo uso da água, que vem sendo amenizado desde o início do projeto, em 2012. Uma das obras viabilizadas foi a revitalização do canal de irrigação Santos Dumont, que abastece a área desde 1980 com água do ribeirão Pipiripau. Entregue em outubro de 2020, a nova estrutura de 20 quilômetros reduz o desperdício de água em cerca de cem litros por segundo. A bacia é utilizada ainda para irrigação de hortaliças e para a aquicultura. É também fonte de água para animais.
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O projeto beneficiou mais de 35% das 600 propriedades localizadas ao longo da área da bacia, que ocupa 23.527 hectares (90,3% no DF e o restante em Goiás), o equivalente a pouco mais de 23 campos de futebol. O financiamento vem da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa). Cerca de 250 hectares estão em processo de recuperação vegetal, com a plantação de 420 mil mudas nativas. Também foram implantados terraços em 1.400 hectares e instaladas 200 bacias de retenção de água ao longo de 134 quilômetros de estradas de terra no curso da bacia.
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Ao portal da GWP, os representantes do projeto explicaram que houve impacto na mudança dos valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes, hábitos e competência entre os agricultores, ajudando-os a compreender os benefícios de trabalhar em conjunto com a sustentabilidade ambiental.
Outro resultado apresentado foi a melhoria nas práticas de manejo do solo e da água. Hoje o lavrador sabe como manter a umidade do solo por mais tempo, tornando a lavoura mais resistente às secas sazonais, o que possibilita aumentar ou até mesmo economizar os gastos com água em sua produção.
Com a melhoria da infraestrutura e das práticas de gestão, a demanda de água é reduzida significativamente, minimizando os conflitos e seus impactos aos produtores e ao meio ambiente. Ao aumentar a infiltração de água e reduzir o escoamento, também são esperadas melhorias na recarga das águas subterrâneas e no escoamento de base, melhorando a disponibilidade de água durante os meses de seca. Um processo de alocação de água negociado é realizado anualmente, com base em monitoramento prévio e simulações futuras que podem antecipar potenciais restrições hídricas e fornecer aos produtores o planejamento essencial para minimizar os impactos durante os períodos de escassez de água.
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