ÓRGÃOS COLEGIADOS

Documento traz o reordenamento de alguns espaços e reforça o papel acadêmico do edifício histórico da UnB

A reitora Márcia Abrahão destacou que o ICC teve avanços importantes, especialmente em relação à acessibilidade. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Após 53 anos de construção, o histórico Instituto Central de Ciências (ICC), conhecido como Minhocão, teve o Plano de Ocupação de seus espaços físicos atualizado. Aprovado com uma abstenção pelo Conselho de Administração (CAD) no dia 3, o documento detalha o reordenamento dos espaços e reforça o uso acadêmico do edifício. Durante a reunião, também foi apresentado o relatório de implantação do Sistema Integrado de Gestão (SIG), que simplificou diversos processos da Universidade de Brasília. 

 

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“Fico feliz que as unidades, depois de mais de uma década, possam planejar e dar mais transparência na alocação de espaços. Esse trabalho reforça a importância do planejamento e decisões colegiadas. Tivemos avanços significativos no ICC, especialmente em acessibilidade, com a inauguração de novas plataformas elevatórias e elevadores no Instituto de Ciências Exatas (IE) e na Faculdade de Comunicação (FAC), para atendimento de toda a comunidade. Além disso, entregamos novos quiosques na Ala Sul e, em breve, finalizaremos na Ala Norte, melhorando o paisagismo do Minhocão”, destacou a reitora da Universidade de Brasília, Márcia Abrahão.

 

O secretário de Infraestrutura, Augusto Dias, apresentou o Plano de Ocupação das instalações do ICC. “Precisamos antecipar o planejamento e as ações de infraestrutura para evitar prejuízos futuros e ociosidade dos espaços na Universidade de Brasília”, afirmou. O plano já havia sido discutido pela Comissão Permanente de Infraestrutura (CPInfra).

 

“Quero parabenizar o CAD pela criação da CPInfra, uma comissão que se reúne mensalmente para realizar avaliações, diagnósticos e propor ações, como a que está sendo apresentada hoje, para sustentar as iniciativas em andamento. Do ponto de vista da infraestrutura, as ações exigem muito planejamento e um aporte substancial de recursos. É crucial que esse avanço continue”, comentou a decana de Orçamento, Planejamento e Avaliação Institucional, Denise Imbroisi.

 

O Plano de Ocupação do ICC reflete o trabalho desenvolvido pela Secretaria de Infraestrutura (Infra) para consolidar a distribuição espacial, conforme os planos de reordenamento elaborados pelos órgãos de planejamento ao longo da história da UnB. Além disso, busca definir ocupações em função da relocação de unidades acadêmicas que agora contam com novos edifícios. Um exemplo é a Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV), que deixará o ICC após a conclusão das obras da nova sede. O espaço que era ocupado pela FAV no mezanino será dividido entre o Instituto de Psicologia (IP) e o Instituto de Geociências (IG).

 

O diretor do IG, Welitom Borges, agradeceu à CPInfra pelo empenho em melhorar e qualificar os espaços utilizados pelas unidades do ICC. “Temos recebido muitos artefatos arqueológicos e estamos planejando ampliar o espaço do Museu de Geociências. Com a área da FAV que será repassada ao IG, isso se tornará possível”, adiantou.

 

Entre as principais diretrizes do plano estão a promoção de espaços de ensino, pesquisa e extensão, além de encontros acadêmicos mais qualificados, preservando a linguagem arquitetônica do patrimônio. O plano também prioriza, no reordenamento dos espaços, critérios de acessibilidade e condicionamento ambiental.

 

Com 116 mil metros quadrados, o ICC é um dos prédios mais importantes da UnB, abrigando nove unidades acadêmicas e seis administrativas e diversos laboratórios. “Todos que convivem com a realidade do ICC reconhecem a necessidade de um documento como este, que, devido à complexidade e dimensão do espaço, se torna essencial para orientar a gestão, resgatar a história e enaltecer este patrimônio”, completou Augusto Dias.

 

A diretora do Instituto de Ciências Humanas (ICH), Neuma Brilhante, agradeceu à gestão pelo apoio às demandas das unidades instaladas no ICC. “A ampliação do espaço do ICH permitirá a criação de novos laboratórios e a reconfiguração de áreas já existentes, algo que seria muito difícil sem esse reconhecimento da Administração Superior”, afirmou.

 

HOMOLOGAÇÕES – Após amplo debate, o CAD homologou, com 39 votos a favor, sete contra e seis abstenções, a designação da servidora técnica Ivoneide Brito para a Assessoria de Acompanhamento e Mediação de Conduta (AAMC), criada na última reunião do CAD, em 19 de setembro.

 

“Há uma reivindicação da reitora eleita de que todas as discussões que impliquem em indicação para a próxima gestão, bem como custos, gastos e investimentos, sejam feitas no processo de transição”, disse Rogério Marzola. “Que a gente pondere no sentido de tornar [o cargo] interino até 22 de novembro ou que a gente suspenda a homologação”, falou Susana Xavier.

 

Relatora da proposta de criação da AAMC, a diretora do ICH, Neuma Brilhante, explicou que justamente um dos princípios do cargo é a independência perante a gestão superior. “Um dos pontos centrais para responder às exigências da controladoria e dos órgãos externos é a autonomia dessas funções, por isso colocamos o mandato. A ideia é que tenha independência. É o princípio da própria função, que votamos na última reunião”, ponderou.

 

“A transitoriedade de gestão não significa paralisia de gestão. É importante que a gente continue fazendo com que a Universidade funcione normalmente e que, legitimamente, quem estiver ocupando o cargo exerça plenamente sua função enquanto estiver publicado no Diário Oficial”, afirmou o diretor da Faculdade de Saúde (FS), Laudimar Oliveira. Ele lembrou que cabe apenas ao CAD deliberar favoravelmente ou contrário à homologação da pessoa indicada para a função de assessora.

 

“A discussão começou internamente em 2020. Demorou, mas a regulamentação é fundamental em uma universidade e em qualquer órgão público que analisa processos disciplinares”, destacou a reitora Márcia Abrahão sobre a AAMC. “Essa foi uma mudança feita na Auditoria e na Ouvidoria: todas passaram a ter mandatos. O que está sendo votado é a homologação de um ato que já foi publicado e assinado nos termos das regulamentações da UnB”, complementou.

 

“É muito importante que essa reunião seja pública e que a CGU [Controladoria-Geral da União] claramente esteja assistindo, para que a Universidade não retorne aos tempos da pessoalidade em locais que não pode ter pessoalidade”, concluiu Márcia Abrahão ao final das discussões.

 

Por unanimidade, o CAD também homologou o nome de oito membros da Câmara de Assuntos Acadêmicos (CAC), sendo quatro titulares e quatro suplentes. Os representantes do Instituto de Química (IQ) na CAC homologados pelo CAD são Luiz Eduardo Celino Benedito e Evelyn Jheniffer de Lima Toledo. Do Instituto de Artes (IdA), são Breno Tenório Ramalho de Abreu e Nivalda Assunção de Araújo. Do Instituto de Ciências Exatas (IE), são Jan Mendonça Corrêa e Willian Cintra da Silva. Por fim, da Faculdade de Educação Física (FEF), os representantes são Adauto João Pulcinelli e Marisete Peralta Safons.

 

Confira a íntegra da 438ª reunião do CAD, transmitida pela UnBTV: