Assim como a Universidade de Brasília, a revista Darcy não parou durante a pandemia. No primeiro semestre, uma edição especial totalmente on-line homenageou os 58 anos da UnB e os 60 de Brasília. Agora, no segundo semestre, mais adaptada à nova rotina de trabalho remoto, foi a vez de a equipe se dedicar à produção do número 24. O resultado é uma edição totalmente voltada à temática da covid-19.
Segundo a editora-executiva da revista, Marina Simon, repórteres, diagramadoras e diagramadores, fotógrafas e fotógrafos, revisoras, editores e demais envolvidos aceitaram esse desafio a fim de proporcionar ao leitor uma reflexão contundente sobre um momento atípico. “São novos tempos, que pedem novos ajustes. Refletir sobre todas essas mudanças e poder enxergar soluções é algo fundamental para conseguirmos seguir em frente com sabedoria e responsabilidade, munidos da informação confiável que a revista Darcy proporciona”, afirmou.
“Nesse contexto, a publicação mostra, por meio de suas reportagens, que a produção científica se destaca na busca de soluções. A ciência – em todas as suas vertentes – é a protagonista deste número especial”, completou.
A matéria que abre o dossiê, Poder transformador, apresenta um apanhado de ações que UnB e outras universidades e centros de pesquisas vêm desenvolvendo ao longo de 2020, a fim de prevenir e mitigar os danos causados pelo novo coronavírus.
A Universidade de Brasília antecipou-se e, logo no início da pandemia, criou um comitê gestor para elaborar o plano de contingência da instituição. Nos quatro campi, professores, pesquisadores, estudantes e colaboradores realizaram e realizam atividades de pesquisa, inovação e extensão sobre o estudo do vírus e de tratamentos; pesquisas epidemiológicas; testes clínicos e aplicativos; iniciativas de educação e comunicação; e ações com populações vulneráveis. São mais de 170 pesquisas em andamento em 14 diferentes categorias.
A reportagem Coronavírus, onde falhamos busca entender os erros e desafios das políticas públicas no Brasil durante a crise sanitária. E são muitos. Analisa, por exemplo, por que alguns governos se propuseram a prevenir a disseminação da doença, logo no início, enquanto outros adotaram uma política de negação.
DESAFIOS E SUPERAÇÕES – A equipe de designers teve também que fazer série de adaptações para entregar o produto final ao qual o leitor está acostumado. O editor de arte, Marcelo Jatobá, afirmou que algumas atividades e processos acabaram sendo privados de experiências que, presencialmente, funcionavam como elementos importantes para a criação e organização de tarefas. Mas que, apesar dos desafios, a equipe ficou satisfeita com o resultado final.
“A interação instantânea que as reuniões presenciais proporcionam, especialmente no processo criativo, acabou sendo um pouco prejudicada por conta da distância. No entanto, a tecnologia que temos hoje nos permitiu amenizar essa ausência por meio de reuniões virtuais”, ponderou.
RESGATE HISTÓRICO – Diversas manifestações coletivas de doenças marcaram a história da humanidade. A matéria Causas de uma epidemia traça uma linha do tempo, resgatando semelhanças e diferenças entre elas, e aponta os aspectos inéditos da atual pandemia. Já a reportagem Lição permanente mostra como experiências passadas de combate a enfermidades podem deixar legados preciosos para mitigar danos no presente.
Dois temas igualmente importantes e atuais não poderiam faltar neste dossiê especial: meio ambiente e economia. Assim, a reportagem Da recessão à retomada ouviu especialistas sobre a crise econômica aprofundada pela pandemia. Além de analisar a atual conjuntura, eles sugeriram caminhos para o país sair da estagnação e conseguir se beneficiar de um desenvolvimento sustentável de longo prazo.
Agressões ao meio ambiente e crescimento urbano desordenado são fatores que levam à proliferação de doenças de origem zoonótica, a exemplo do novo coronavírus. É o que mostra a matéria Desenvolvimento (in)sustentável, que aponta ainda que a economia verde e o combate à desigualdade social podem estar entre as soluções para reverter os danos causados pela humanidade.
DELICADO – A entrevista desta edição aborda um tema visto como espinhoso e que, muitas vezes, é subestimado: a saúde mental. A professora e psicóloga Larissa Polejack Brambatti, à frente da Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (Dasu), falou sobre os principais distúrbios psíquicos que podem surgir durante tempos difíceis, as ações de apoio psicossocial oferecidas à comunidade pela UnB e deu dicas práticas para lidarmos melhor com os atuais desafios.
O ensaio visual desta edição 24 reúne uma amostra do projeto inovador que a professora Débora Diniz está fazendo no Instagram, em parceria com o artista visual Ramon Navarro. São textos e imagens criados com base em notícias sobre mulheres comuns de vários lugares do Brasil que morreram de covid-19. A proposta é uma comovente homenagem a todas as vítimas e seus familiares.
Ainda neste número, artigos assinados por docentes falam sobre os testes clínicos que a UnB realiza para testar a eficácia da vacina da Sinovac e, também, sobre o complexo e misterioso mundo dos vírus.
Por fim, a seção Arqueologia de uma ideia traz curiosidades sobre a forma mais eficaz de imunização – incluindo a história do surgimento da primeira vacina, no século 18 – e A última flor explica como escrever diferentes termos em voga, por exemplo Sars-Cov-2, entre outros.
Boa leitura!
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