“Para a gente que tem o sonho de estudar na UnB, é muito bom sentir pela primeira vez como é estar aqui. Passar pelo minhocão deu uma palpitação no coração e reforçou a vontade de querer viver e estar aqui.” O relato é de Adrielly Vitória, de 18 anos, mas representa o sentimento de vários dos seus colegas do Centro Educacional 104 (CED 104) do Recanto das Emas. O grupo, com 164 estudantes, esteve no campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília na quarta-feira (31) para participar do I Encontro Darcy nas Escolas, promovido pela revista Darcy na Semana Universitária. Esta foi uma das diversas atividades da programação da Semuni 2022 dedicadas ao público escolar.
“Nos sentimos muito acolhidas porque a faculdade, especialmente para nós duas que somos periféricas, é algo muito longe. Entrar aqui e ouvir eles falarem ‘vocês são bem-vindas’ reforça que podemos fazer parte disso”, acrescenta a estudante Anabel Almeida, de 17 anos, que deseja ingressar no ensino superior. Também participaram do encontro cerca de 70 estudantes do Colégio Estadual Professor José Carneiro Filho, de Luziânia (GO).
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O I Encontro Darcy nas Escolas teve como objetivo aproximar estudantes e professores de escolas públicas do ensino médio da UnB e da ciência produzida pela instituição. A iniciativa incluiu um painel sobre a revista e a Universidade, seguido por visita à Exposição Memória UnB: 60 anos de protagonismo e à Mostra de Cursos da UnB.
“Para muitos, esse é o primeiro contato com a universidade. Na escola falamos sobre a importância de cursar o ensino superior, do acesso à universidade pública, gratuita e democrática. É muito melhor o aluno vivenciar isso de perto do que só ouvir a gente falar”, mensura o professor de língua portuguesa do CED 104 Moacir Ferreira.
Professor de História do Colégio Estadual Professor José Carneiro Filho, Gustavo Filho acredita que a iniciativa contribuirá para “ampliar os horizontes dos estudantes e ajudar na escolha de qual caminho seguir”. O relato do estudante Alex Veiga, de 18 anos, confirma o potencial da atividade. “Eu queria muito conhecer sobre o curso de música. Hoje, na mostra de cursos, até toquei bateria”, diz com empolgação.
Mônica Nogueira, secretária de Comunicação da UnB, avalia que “a visita à UnB é um dos pontos altos do projeto. Estimula a curiosidade pela ciência, a arte e a cultura e motiva os estudantes a imaginarem o seu futuro na Universidade.”
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PANORAMA DA UNIVERSIDADE – Outras atividades voltadas ao ensino básico movimentaram os campi ao longo da semana. Tradicional na programação da Semuni, o Tour pelo campus agregou estudantes de mais de 60 escolas do Distrito Federal e Entorno, sendo o último grupo esperado para a sexta-feira (2). Durante a atividade, os visitantes puderam conhecer pontos históricos e atrativos do campus Darcy Ribeiro, como Beijódromo, Reitoria, Biblioteca Central, parte do Instituto Central de Ciências e Museu de Anatomia. A ideia é também despertar o interesse para a formação superior e ingresso na UnB. O ápice do tour envolve a ida à Mostra de cursos, no Pavilhão João Calmon.
O trajeto é guiado por acadêmicos extensionistas, a postos para tirar dúvidas e interagir com o público. Lorranny Xavier, 22 anos, graduanda em Saúde Coletiva, integrou a equipe. Apaixonada pela extensão universitária, ela enxerga em atividades como o Tour a oportunidade de troca de saberes e aproximação da comunidade. “O pessoal da escola pública às vezes não tem noção do que a Universidade é e de como entrar. Então, esse é um contato muito bom para relembrar o porquê da gente estar fazendo extensão e incentivar a galera a entrar na instituição e, futuramente, estar aqui no nosso lugar.”
Estudante do Centro de Ensino de Período Integral (Cepi) Cruzeiro do Sul, de Valparaíso de Goiás, Esther Gomes, 17 anos, esteve pela primeira vez na UnB durante a Semuni e aproveitou a passagem com o tour pela Mostra de cursos. “Nunca tive a oportunidade de vir até aqui e achei tudo muito bonito, muito aconchegante. As pessoas muito hospitaleiras, elas tiraram dúvidas. Fiquei boa parte do tempo na sala do curso de Psicologia e me auxiliaram a saber como estudar. Foi muito produtivo”, relata.
FS de PORTAS ABERTAS – A Faculdade de Ciências da Saúde (FS) também recepcionou parte das escolas visitantes. Por meio da oitava edição do projeto FS de portas abertas, a comunidade acadêmica mostrou um pouco do dia a dia nos cursos de Enfermagem, Farmácia, Nutrição, Odontologia e Saúde Coletiva, para incentivar o acesso de mais alunos ao ensino superior, especificamente na área da saúde.
Entre as atividades ofertadas, estavam oficinas de primeiros socorros, visitação a laboratórios, como o de Farmacognosia, oficina de extração de óleos essenciais, e a palestra Odontologia além da cavidade bucal. Na área da nutrição, o projeto Casa – Centro de Alimentação Saudável recebeu os alunos com informações sobre alimentação balanceada para ajudá-los nos cuidados com a saúde. “Aferimos peso, altura e fizemos a classificação nutricional segundo [preconiza] a OMS, além de uma exposição para alertar sobre a quantidade de sódio e gordura entre os alimentos ultraprocessados mais consumidos”, explica Karla Moreira, estudante do nono semestre de Nutrição.
Outra mostra disponível, o Quintal da Saúde é um projeto de extensão sobre plantas medicinais. Além do contato com algumas das plantas semeadas nos jardins da faculdade, os alunos aproveitaram a Oficina de sucos com os produtos dos canteiros. “Esses sucos têm propriedades antioxidantes e digestivas, além de estimular o sistema imunológico. Então nos ajudam em vários campos da nossa saúde”, relatou Silvia Ribeiro, professora da Farmácia e uma das responsáveis pelo projeto.
PROTAGONISMO ESTUDANTIL – Alunas de ensino médio também tiveram a oportunidade expor trabalhos em mostra promovida pelo projeto Meninas.comp. Há 12 anos a iniciativa atua em 20 instituições do DF dos níveis fundamental e médio. A exposição apresentou projetos de robótica e arduino – uma plataforma de prototipagem eletrônica – desenvolvidos por meninas de sete escolas parceiras.
“Tenho a certeza de que foi um momento muito rico para essas meninas, pois a maioria nunca pisou na UnB e puderam expor seus trabalhos aqui”, conta Aletéia Araújo, professora do Departamento de Ciência da Computação e uma das coordenadoras do projeto.
Confira também a visita de estudantes de ensino médio à FUP:
*Extensionista do Projeto de Extensão da Revista Darcy.
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