O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade de Brasília decidiu que o 2º semestre de 2020, cujo início está previsto para 1º de fevereiro de 2021, será feito em modo remoto, assim como o semestre atualmente em curso. O formato está em consonância com a etapa 1 do plano de retomada das atividades da UnB. O colegiado deliberou, ainda, que fará nova avaliação na semana entre 10 e 16 de janeiro do ano que vem, para verificar a possibilidade de realização de algumas atividades em modo presencial.
A decisão, tomada em reunião nesta quinta-feira (3), foi motivada pelo aumento dos índices de transmissão do novo coronavírus em vários estados e no Distrito Federal e pela impossibilidade de se prever como estará a situação epidemiológica até fevereiro. "A projeção é de agravamento nas próximas semanas. O Brasil, ao contrário de outros países, não conseguiu sair claramente da primeira onda e, agora, vive um maremoto", disse o professor Wildo Navegantes, da Faculdade UnB Ceilândia.
"Não vamos ter cobertura vacinal que nos proteja já no próximo semestre", acrescentou ele, que é também epidemiologista e integrante do Comitê Gestor do Plano de Contingência em Saúde da Covid-19 da UnB (Coes). Em janeiro, caso haja mudança no cenário, o Cepe pode decidir pelo avanço no plano de retomada, para a etapa 2, que prevê a realização de algumas atividades (indispensáveis) em modo presencial.
O reitor em exercício, Enrique Huelva, destacou que a Universidade está se preparando para a etapa 2, independentemente de quando ela possa ocorrer. "Estamos executando uma série de adaptações acadêmicas e administrativas, que incluem a preparação dos espaços físicos, a troca de torneiras, a marcação das áreas, a análise de como operacionalizar disciplinas", enumerou.
Huelva garantiu que o Comitê de Coordenação das Ações de Recuperação (Ccar) também fará monitoramento mais próximo às unidades que possuem disciplinas práticas, para auxiliá-las no preparo para a gradual retomada da presencialidade. "Diante de toda essa oscilação externa, precisamos ter muita firmeza interna, baseada em dados, planejamento e sempre tendo em vista a saúde da nossa comunidade e o andamento acadêmico dos nossos estudantes, em especial os formandos", defendeu.
Na reunião, o Cepe aprovou a data de encerramento do 2º/2020, com 90 dias letivos: 21 de maio do ano que vem. Os conselheiros concordaram ser melhor aguardar para definir o calendário letivo de 2021, tendo em vista o cenário da pandemia e as recentes decisões do Ministério da Educação.
PORTARIA DO MEC – Na quarta-feira (2), o MEC publicou a portaria nº 1.030, que versa sobre o "retorno às aulas presenciais" nas instituições federais de ensino a partir de 4 de janeiro de 2021. O documento foi criticado por gestores, que destacaram o fato de a pandemia estar recrudescendo e de as universidades terem planos de retomada em execução, baseados em evidências científicas.
"Ontem no final do dia [quarta-feira], havia a notícia de que a portaria seria revogada, mas isso não ocorreu. O ministro [Milton Ribeiro] disse que quer ouvir as universidades antes de revogar o documento", comentou Huelva. "Se isso não cair, que tipo de discussão teremos? Estávamos justamente aguardando uma homologação do MEC sobre o parecer do Conselho Nacional de Educação que considerava a excepcionalidade do momento. Me pergunto qual a autonomia universitária temos de fato", acrescentou a professora Flávia Narita, representante do Instituto de Artes (IdA).
>> Leia a nota da Reitoria sobre portaria do MEC
O Cepe deve voltar a se reunir na próxima quinta-feira (10), para definir os demais artigos que devem guiar o 2º semestre de 2020.
Confira 615ª reunião do Cepe:
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