A Alma Mater Mentoria Feminina, empresa fundada em 2020 por estudantes egressas da Universidade de Brasília, é uma das selecionadas para o Future Females Business School. O programa do governo do Reino Unido tem como objetivo incentivar o empreendedorismo feminino em torno de negócios de impacto social, por meio de um acompanhamento de aceleração de três meses.
Uma das 50 iniciativas selecionadas, a startup estava entre as mais de 700 inscritas no Brasil. "Foram um susto e uma alegria tremendos! Nos próximos três meses, teremos cursos e acompanhamento de profissionais especializados no ecossistema das startups para nos ajudar a amadurecer o negócio", afirma Larissa Ushizima, cofundadora do projeto e egressa de Relações Internacionais da UnB.
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Na sexta-feira (12), as integrantes da empresa participaram do primeiro encontro do programa com todas as iniciativas escolhidas. "Essa rede entre mulheres empreendedoras é também uma importante fonte de inspiração e apoio para seguirmos", declara Larissa.
O propósito da startup é criar uma ponte entre a Universidade e o mercado de trabalho, ao mostrar oportunidades de carreira para alunas de graduação. O projeto on-line é 100% voluntário e gratuito para jovens mulheres da UnB. "Nasceu de um desejo da Renata Henriques e meu de criar essa conexão com a nossa alma mater e retornar à sociedade o que tivemos privilégio de receber: educação pública, gratuita e de referência no país", detalha a egressa, mencionando a colega, também formada na UnB.
Originária do latim, a expressão alma mater pode ser traduzida literalmente como “mãe que alimenta” e é uma frase comumente utilizada para designar instituições de ensino que formem intelectualmente seus alunos.
"A Alma Mater expressa nosso desejo de nos conectarmos com a comunidade acadêmica e entendermos quais os atuais desafios para a inserção de jovens mulheres no mercado de trabalho. Nosso desafio é aumentar a atuação e conseguir alcançar jovens estudantes não apenas na UnB, mas nas diferentes regiões brasileiras", almeja Larissa.
OPORTUNIDADES PARA MULHERES – Para a cofundadora da startup, o principal impacto da Alma Mater é a inserção profissional de alunas recém-formadas no mercado de trabalho. Em pesquisa feita pela empresa, as fundadoras descobriram que 70% das alunas entrevistadas já consideraram largar a graduação; 60% disseram que a universidade não ensina habilidades e conhecimentos voltados ao mercado de trabalho; e 50% não sabem o que fazer depois de se formar.
"Isso mostra que as alunas têm enfrentado dificuldades em fazer essa transição [do ensino superior para o mercado de trabalho], o que costuma ser mais difícil para aquelas que são a primeira geração da família na universidade ou cotistas. Vale destacar que nosso público principal são estudantes cotistas, que compõem mais de 70% das selecionadas para a primeira edição do programa", revela.
Larissa lembra que é importante ter uma boa rede de conexões no âmbito acadêmico. Ela estudou na UnB há quase 15 anos e sempre viu no ambiente universitário um espaço para cultivar vínculos que seguiriam para a vida.
"Meus padrinhos de casamento são amigos da UnB; meu marido era meu veterano; colegas da Universidade me ajudaram a conseguir meu primeiro emprego; e assim por diante. É uma rede poderosa de amigos e de apoio que levamos para a vida. Queremos fortalecer essa conexão entre as pessoas. Acreditamos que a rede de mentoria cria um ambiente propício para o surgimento de uma comunidade autônoma e auxilia as estudantes a vislumbrar oportunidades profissionais", defende.
Ela reconhece que esse tipo de direcionamento profissional é falho nas universidades no Brasil. "Tive professores no Irel que me ajudaram muito academicamente. Diferentemente do visto em universidades estadunidenses e inglesas, [nas instituições brasileiras] não há um serviço de central de carreira para auxiliar alunos de graduação. Só tive acesso a isso por meio de mentores informais ou quando fiz meu mestrado fora do país", relata a idealizadora da Alma Mater.
Larissa destaca a relevância de programas como o promovido pelo governo britânico para o empreendedorismo feminino e a inclusão de mulheres no mercado de trabalho. "O Future Females é fundamental porque é uma aceleração focada nas 'dores' e necessidades das mulheres empreendedoras. O programa já acelerou startups lideradas por mulheres na África do Sul, na Nigéria e no Quênia. É uma oportunidade de nos conectarmos enquanto rede profissional e internacional de mulheres", conclui.
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