O Museu Virtual de Ciência e Tecnologia da Universidade de Brasília passou a disponibilizar ao público, como acervo de uma exposição virtual, um aplicativo inédito. O Vida de Inseto apresenta o universo destes animais por meio de recursos de gamificação, inteligência artificial, aprendizagem nômade e educação em rede colaborativa. A ferramenta é gerida pelo Laboratório Ábaco de Pesquisas Interdisciplinares sobre Tecnologia e Educação, ligado ao Programa de Pós-Graduação em Educação e ao Departamento de Métodos e Técnicas (MTC) da Faculdade de Educação (FE).
Disponível gratuitamente para download em dispositivos Android e IOS, o Vida de inseto já está em uso por crianças, estudantes e professores pelo Brasil. A proposta surgiu do biólogo e doutorando em Educação da UnB Pedro Schimmelpfeng, que a partir do seu interesse inicial pelo mundo dos insetos decidiu buscar uma forma para promover o desenvolvimento da consciência ecológica.
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“A escolha dos insetos como objeto de estudo se deu tanto por um interesse próprio, pois minha formação inicial é na biologia e entomologia, quanto pelo fato de que eles são protagonistas de vários processos ecológicos de elevado interesse humano, como a transmissão de doenças e controle de pragas”, aponta Pedro.
O Vida de Inseto foi concebido no âmbito de projeto homônimo iniciado em 2019 e vinculado ao Laboratório Ábaco de Pesquisas Interdisciplinares sobre Tecnologia e Educação. Segundo Pedro, o objetivo era buscar formas criativas para trabalhar o ensino entomológico – voltado ao aprendizado sobre os insetos –, na educação formal e não formal.
Ainda naquele ano, o projeto recebeu recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). Com a verba, foi possível criar um portal da iniciativa, além de desenvolver o app, com aplicações para rede social e implementação de inteligência artificial, desafios e mapas, por exemplo.
METODOLOGIA INOVADORA – A ideia é que o aplicativo também auxilie professores a participar ativamente no desenvolvimento das habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que norteia o planejamento de conteúdo nos ensinos fundamental e médio. “Enquanto dispositivo de ensino não formal, ele cumpre perfeitamente o seu propósito, como revelam diversas avaliações feitas por usuários e por pedagogos consultados a respeito”, afirma Gilberto Lacerda, coordenador do Museu Virtual de Ciência e Tecnologia e professor do MTC.
Segundo o docente, o aplicativo insere-se na dimensão de metodologia educacional ativa, que permite colocar os usuários em uma rede educativa descentralizada em que todos possam ensinar e aprender. Por isso, dialoga com a proposta do Programa de Aprendizagem para o 3º Milênio (A3M), iniciativa institucional que tem como objetivo a identificação, a valorização e a promoção de ações educacionais inovadoras.
Gilberto Lacerda considera essa estratégia educacional rica, por permitir que se estabeleça a inversão de papéis na relação educativa e a promoção do protagonismo dos usuários para construírem conteúdo com base no produto.
O doutorando Pedro Schimmelpfeng ressalta que a tendência atual é a integração da tecnologia aos mais variados processos de ensino e aprendizagem. “A tecnologia se torna, cada vez mais, uma ferramenta imprescindível para o desenvolvimento do estudante, com o professor assumindo o papel de ser um mediador ou orientador dentro desse novo cenário”, completa o biólogo.
RECURSOS – O aplicativo faz uso de diversos elementos interativos, com intenção de engajar pessoas e facilitar o aprendizado dos usuários. Um deles é a gamificação, que emprega mecanismos e dinâmicas para tornar a experiência educativa mais agradável.
De acordo com Gilberto Lacerda, o recurso consiste na adoção de jogos em atividades educativas e contribui para a promoção de interesse, motivação e participação. Entre as funcionalidades pensadas com esse intuito estão jogos de perguntas, desafios e álbum de figurinhas colecionáveis com curiosidades sobre insetos. O professor lembra que a ferramenta também dispõe de um sistema de inteligência artificial que permite a identificação automática dos insetos, por meio de fotos tiradas por usuários.
Outra inovação está relacionada à adoção de estratégias de redes sociais educativas e de aprendizagem nômade – que considera a autonomia e a familiaridade do indivíduo com a tecnologia móvel digital para interação em/com um ambiente imediato, em comunidade, com o intuito de aprender – e em rede, já que o aplicativo possibilita a comunicação entre usuários no uso de seus recursos. “Acreditamos que este é o primeiro aplicativo que reúne todas essas características”, aposta Gilberto Lacerda.
SAIBA MAIS – Embora tenha sido planejado como ferramenta de apoio ao ensino, o app pode ser utilizado por qualquer pessoa. Informações complementares sobre o Vida de Inseto podem ser encontradas no portal do projeto e no perfil no Instagram @vida.inseto.
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