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Trabalhadoras terceirizadas compartilham relatos sobre atividades presenciais desempenhadas diariamente na UnB

Em celebração ao Mês da Mulher, a Secretaria de Comunicação (Secom) da UnB publica uma série para homenagear aquelas que contribuem para fortalecer o ensino, a pesquisa, a extensão e a gestão da instituição durante a pandemia de covid-19. Esta matéria é dedicada às trabalhadoras terceirizadas que continuaram a desempenhar suas funções presencialmente nos últimos meses, contribuindo para a manutenção da Universidade. 

Quatro matérias já foram publicadas e evidenciam a atuação de mulheres na UnB durante a pandemia, abordando o ensino, a pesquisa, a extensão e a atividade presencial. Homenagens integram ações do Mês da Reflexão, com programação até o final de março dedicada às mulheres. Arte: Ana Grilo/Secom UnB

 

Entre as dezenas de milhares de pessoas que circulavam diariamente pelos quatro campi da Universidade de Brasília em tempos de aulas presenciais, um grupo em especial, composto por 1.130 pessoas, sempre esteve ali, cuidando e zelando da instituição. Os empregados terceirizados atuam nas mais diversas atividades, como em manutenção, limpeza, portaria, segurança e transporte.

 

Apesar da pandemia de covid-19 e da suspensão das atividades presenciais na UnB desde março de 2020, esses trabalhadores, continuaram exercendo suas funções para a continuidade dos serviços essenciais, adaptando-se à nova rotina imposta pela crise sanitária. Isso, sobretudo, com os cuidados de prevenção para reduzir o risco de contágio pelo vírus Sars-Cov-2, causador da covid-19.

 

Mais de 40% dos profissionais terceirizados são mulheres, totalizando 494 trabalhadoras. Embora elas estejam em praticamente todas as áreas, há uma disparidade nessa distribuição: metade delas está concentrada nos serviços de limpeza da UnB. Somente as categorias de tratador de piscina e coletor de resíduo sólido não contam com a presença de mulheres em seus quadros. Em outros cargos, no entanto, a representação é muito baixa, como na função de motorista e de operador de trator, que só têm uma encarregada cada.

“Meu trabalho contribui com a segurança que a gente passa para as pessoas que frequentam a Universidade”, destaca Ana Lúcia Cassiano. Foto: Arquivo pessoal

 

Embora esteja em uma área de maioria masculina, a vigilante Ana Lúcia Cassiano, que atua no estacionamento da Reitoria do campus Darcy Ribeiro, acredita que há igualdade no tratamento em sua profissão. “É a mesma função e estamos fazendo a mesma coisa; tanto a mulher como o homem têm direitos iguais”, afirma.

 

Ana Lúcia sentiu o impacto da suspensão das atividades presenciais para a comunidade acadêmica. Acostumada com o movimento, ela conta que agora tudo está diferente. “Hoje está tudo vazio, sem ninguém. Antes tinha muita gente circulando e o estacionamento estava sempre cheio de carros”, lembra a funcionária.

 

A rotina de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h, não teve muitas mudanças. Atualmente, é essa a forma principal de sustento da família, já que apenas Ana Lúcia está empregada em sua casa. “Meu menino faz faculdade e não consegue um estágio para poder ajudar com os estudos, então eu arco com toda a despesa”, comenta.

 

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NOVOS HÁBITOS – A auxiliar de serviços gerais Maria da Glória Beltrão, conhecida como Glorinha, aponta que os cuidados estão redobrados. “Trabalhar nos últimos meses tem sido bastante complicado, pois precisamos ter mais atenção e temos que nos preocupar também com todas as orientações de prevenção à covid-19.”

 

“A limpeza continua, apesar de não ter funcionários nem estudantes. Precisamos deixar tudo limpo, porque às vezes algum servidor aparece para resolver alguma coisa e também para quando as aulas voltarem”, afirma. Atualmente, Glorinha está lotada na Faculdade de Educação Física (FEF) e considera que a carga de serviço ainda é muito grande.

Na opinião de Glorinha Beltrão, a sociedade precisa reconhecer mais o valor das mulheres. Foto: Arquivo pessoal

 

Sobre os desafios de continuar trabalhando presencialmente, a auxiliar de serviços gerais garante que se previne como pode. “Uso máscara o tempo todo e álcool no transporte público porque a gente depende dele. É complicado sair de casa nessa pandemia todos os dias”, admite.

 

Glorinha entende que falta o reconhecimento no mercado de trabalho em várias áreas, ainda que não tenha sofrido nenhuma situação discriminatória por ser mulher. “A pessoa vê uma mulher dirigindo um ônibus, moto ou caminhão e já pensa que não é confiável. Os homens acham que não podemos exercer a mesma função e a gente vê mulher dirigindo e muito bem”, exemplifica situações de machismo.

 

PATRIMÔNIO SEGURO – “O meu trabalho contribui muito para a Universidade, pois estamos guardando o patrimônio institucional.” Esta é a percepção de Maria Augusta Nascimento, agente de portaria que trabalha no prédio da Diretoria de Segurança (Diseg). A profissional também ressalta o respeito entre os servidores e os terceirizados: “Todos se preocupam com todos, é um cuidando do outro”.

 

Em sua rotina, além de não visitar mais as pessoas com as quais tinha contato regularmente, a agente de portaria também segue todas as recomendações, especialmente por usar transporte público que, em sua visão, está cada vez mais cheio, pois houve diminuição da frota.

 

Embora na sua família apenas uma irmã tenha tido covid-19, uma grande dificuldade tem sido lidar com a dor de amigos que perderam parentes. Quanto à situação financeira, algumas pessoas foram afetadas pela pandemia, como a sobrinha que está desempregada e deixou de conquistar um emprego por causa do isolamento social.

Maria Augusta Nascimento conta que segue as medidas de isolamento e deixou de frequentar a casa de familiares. No trabalho, ela relata a preocupação em adotar as medidas preventivas contra a covid-19. Foto: Arquivo pessoal

 

“Hoje podemos lutar por um espaço maior, estamos vendo mulheres com cargos altos que antes não era possível. Isso se deve às muitas mulheres que, no passado, lutaram pelos direitos conquistados hoje”, reconhece Maria Augusta. Ela declara ser grata por poder trabalhar na Universidade enquanto os alunos não estão presentes. “Nós estamos dando o melhor para quando eles voltarem estar tudo em ordem.”

 

CONTROLE E PREVENÇÃO – Vale lembrar que a UnB tem realizado diversas ações voltadas para o enfrentamento da crise sanitária que tem afetado todo o país, com destaque para a criação do Comitê do Plano de Contingência da Covid-19 (Coes) e a elaboração do Plano de Retomada das Atividades da UnB pelo Comitê de Coordenação de Acompanhamento das Ações de Recuperação (Ccar).

 

Para prevenir o risco de contágio pela covid-19, o Coes lançou, no início de 2021, o Guia de Biossegurança, que contém as principais recomendações sobre o controle da doença para o ambiente acadêmico. O documento será atualizado sempre que houver mudanças em orientações, novos estudos e pesquisas na área.

 

>> Saiba mais: UnB divulga guia de recomendações para prevenção e controle da covid-19

 

Para acompanhar e saber mais sobre as medidas institucionais, o funcionamento dos setores e as últimas notícias relacionadas às ações da Universidade de Brasília de combate ao novo coronavírus, acesse a página do repositório Covid-19: UnB em Ação.

 

MÊS DA REFLEXÃO – Até 31 de março, a Universidade de Brasília (UnB) e o Instituto Federal de Brasília (IFB) promovem programação conjunta para homenagear e discutir o papel da mulher na ciência e na sociedade durante a pandemia: é o Mês da Reflexão. Atividades educativas e pedagógicas diversas serão realizadas remotamente e transmitidas pelos canais da UnBTV e da TV IFB no YouTube.

 

A ação também integra a campanha institucional A UnB quem faz é a gente. A estratégia de comunicação busca reconhecer, valorizar e incentivar a atuação coletiva na superação dos desafios no atual momento de pandemia de covid-19, bem como reunir informações sobre iniciativas, programas e serviços para orientar os segmentos universitários nestes novos tempos.

 

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ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.

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