Depois de quase oito anos, a Universidade de Brasília voltou a realizar uma reunião do Conselho Comunitário. O encontro, virtual, ocorreu na última sexta-feira (26). A instância, que foi reconstituída pela atual administração, reúne representantes de entidades de trabalhadores, empresariais, do governo local, da Câmara Legislativa, de organizações não governamentais e de ex-alunos e aposentados da Universidade.
"Nós aprovamos a resolução para recompor o Conselho Comunitário em 2018, mas demoramos a ter todas as indicações por parte dos diferentes setores da sociedade", explicou a reitora, Márcia Abrahão. "Mas me sinto muito feliz de termos conseguido finalmente fazer o encontro com esse grupo, que certamente trará muitas contribuições importantes para a Universidade", destacou.
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Dimitri Assis Silveira, representante suplente do Fórum de Educação de Jovens e Adultos do Distrito Federal, elogiou a recomposição do conselho, "que é de suma importância para garantir o acolhimento das pautas dos movimentos sociais na Universidade". "Uma das coisas que queremos trazer é a inclusão de disciplinas de educação de jovens e adultos nas licenciaturas. Estamos à disposição para auxiliar nisso".
Falando pela Federação das Indústrias de Brasília (Fibra), Graciomario Queiroz se disse emocionado por integrar o conselho. "Sou ex-aluno, formado em 1968. É uma honra participar do desenvolvimento dessa iniciativa", afirmou ele, também integrante do Conselho Consultivo do Parque Científico e Tecnológico (PCTec/UnB).
RESGATE – Algo semelhante foi ressaltado pelo ex-reitor Antonio Ibañez Ruiz, que resgatou a primeira formação do Conselho Comunitário. "Havia, naquela época, no início dos anos 1990, uma ansiedade pela participação em reuniões, assembleias, o que nos levou a institucionalizar esse canal, para entender a situação comunitária", recordou. "É ótimo que possamos reunir o conselho novamente".
A diretora da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais no Brasil (Flacso), Salete Valesan, também mostrou entusiasmo por participar do conselho. "Não apenas por ser uma excelente oportunidade para a troca de experiências, mas também do ponto de vista da internacionalização, com o fortalecimento das redes entre parceiros da América Latina", pontuou.
Durante o encontro, a administração superior apresentou a atuação da Universidade no combate à pandemia do novo coronavírus. O vice-reitor, Enrique Huelva, apresentou o plano de retomada das atividades de ensino que está sendo discutido pelo Comitê de Coordenação de Acompanhamento das Ações de Recuperação (CCAR), em diálogo com as unidades acadêmicas e com representantes de estudante, docentes e técnicos. "Nossa maior preocupação é garantir que ninguém seja deixado para trás nesse processo", afirmou ele, que preside o CCAR.
AÇÕES – "Falamos aqui da volta das atividades letivas. Mas a Universidade não parou, pelo contrário. A pesquisa só se intensificou nesse período", destacou Huelva. A decana em exercício do Decanato de Pesquisa e Inovação, Cláudia Amorim, contou que o portfólio de projetos de pesquisa, inovação e extensão relacionados à covid-19 aumenta semanalmente. "Temos, agora, quase 170 propostas aprovadas, das quais 137 estão pendentes de financiamento. Seria importante contar com o apoio de vocês também na divulgação disso", destacou.
O decano de Assuntos Comunitário, Ileno Izídio da Costa, lembrou que a UnB foi a primeira instituição pública de ensino a ter um plano de contingência para o novo coronavírus, com orientações sobre prevenção em cada fase da pandemia. "Temos também uma preocupação constante com a saúde mental da nossa comunidade. Estamos oferecendo acolhimento virtual e também elaboramos um plano de contingência específico para essa temática".
O presidente da União Nacional dos Estudantes, Iago Montalvão, que integra o conselho, ressaltou a importância de a Universidade estar atenta à falta de acesso à internet por parte de muitos discentes, em um cenário de volta do calendário acadêmico. "Não se pode estabelecer uma única política de retomada de atividades para todas as instituições, as realidades são muito diferentes", defendeu.
A reitora explicou que esse tema é central para a administração. Falou da pesquisa social realizada pelo CCAR (para mapeamento das condições socioeconômicas, de saúde e de conectividade da comunidade universitária) e da interlocução com o Ministério da Educação sobre o assunto. "A Sesu [Secretaria de Educação Superior do MEC] está em diálogo com a RNP para apresentar uma solução que abarque estudantes em situação de vulnerabilidade em todo o país", contou.
A próxima reunião do Conselho ficou pré-agendada para julho.
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