COVID-19

Parceria reúne instituições, como Senai e Instituto Federal de Brasília (IFB), e necessita de doações para o conserto dos equipamentos

 

No polo, os equipamentos passam por manutenção corretiva e aferição antes da certificação. Foto: Arquivo pessoal

 

A luta pela vida de quem está acometido pela covid-19 não é travada unicamente pelas equipes de saúde das unidades hospitalares. Num polo de manutenção em Taguatinga (DF), professores e técnicos de diversas instituições, entre elas a UnB, correm contra o tempo para consertar os ventiladores mecânicos, peça-chave no tratamento da síndrome respiratória aguda grave. A condição, responsável pela maior taxa de letalidade da covid-19, demanda o delicado procedimento de ventilação invasiva realizado por ventiladores mecânicos.

 

Essa importância vital do respirador mecânico fez com que a Universidade de Brasília se tornasse um dos agentes de uma rede voluntária de manutenção. A iniciativa partiu do professor Edson Mintsu Hung, do Departamento de Engenharia Elétrica, ao saber que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) encabeçava o projeto + Manutenção de Respiradores, com 39 polos de trabalho já instalados pelo país. 

 

“Eu me inscrevi no programa e, ao mesmo tempo, fui contatado pelo diretor do Senai-DF para firmar a parceria com a UnB. Chegamos à conclusão de que a decisão mais acertada era utilizar a infraestrutura deles”, conta Mintsu.

 

FORÇA-TAREFA – O professor buscou parceria com o Instituto Federal de Brasília (IFB) para o auxílio técnico, já que o campus de Ceilândia oferece o curso em Manutenção de Equipamentos Biomédicos. “Hoje, contamos também com a parceria do Sindicato das Indústrias Fabricantes e de Reparação e Manutenção de Máquinas, Aparelhos e Equipamentos Industriais, Elétricos e Eletrônicos (SindiEletro-DF), movimento Brasília Maior que a Covid-19 (BMC) e a Mercedes-Benz”, enumera. 

 

No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde e o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IGES) fazem o recolhimento dos ventiladores mecânicos e entregam para o polo de manutenção montado no Senai de Taguatinga. No local, uma equipe de técnicos, formada por professores, instrutores ou treinadores do Senai (das equipes de competição da WorldSkills 2021), do IFB, da UnB e da Mercedes-Benz recebem os equipamentos avariados para avaliação, catalogação e manutenção, estabelecendo a necessidade de compras para reposição de peças. 

 

“Nós fazemos a manutenção corretiva com base nos manuais técnicos dos equipamentos e em nosso conhecimento acumulado. Depois, é necessário fazer a aferição do respirador para verificar se está de acordo com as normas técnicas e de segurança elétrica. Só assim o equipamento é certificado para o funcionamento nos hospitais, essa etapa é feita pela empresa TEC Saúde/EBEM de forma voluntária”, explica Mintsu. 

Professor Edson Mintsu Hung, do Departamento de Energia Elétrica, coordena o projeto. Foto: Arquivo pessoal

 

DESAFIO  Um dos desafios é solucionar a reposição de peças de respiradores mecânicos importados. Quando não se encontra uma solução local para a substituição, resta o oneroso e complexo processo de importação. O que reforça a urgência de desenvolver e impulsionar uma indústria nacional para produção do aparelho. 

 

Mintsu conta que cada respirador é um desafio novo. Mesmo depois da manutenção corretiva, é preciso traçar o plano preventivo do equipamento. “Existe uma grande necessidade de peças que precisam ser repostas. No geral, são kits de manutenção periódica, com membranas, filtros, sensor de oxigênio, cassete expiratória, baterias, transdutores de pressão, placas de circuito”, detalha.

 

AJUDA SOLIDÁRIA – Sessenta e um respiradores de cinco marcas e dez modelos diferentes vieram no primeiro lote, todos com sinais de utilização intensa. Do total, 13 foram consertados, calibrados, embalados e entregues, enquanto 32 foram triados e necessitam de peças de reposição. 

 

“Nosso índice de reparo atual é algo em torno de 20% de respiradores cujas peças foram financiadas pelo Senai. Nesse momento, precisamos de doações para seguir a manutenção do maior número possível de equipamentos”, aponta o professor. 

 

O custo médio de manutenção de cada respirador está na ordem de R$ 18.750. Se fossem adquiridos, o valor seria de R$ 72 mil na cotação atual. Mesmo com o aporte das instituições, o projeto necessita de mais recursos. Uma campanha de arrecadação foi lançada e pode ter adesão de toda sociedade civil.

 

As doações são realizadas por meio de fundo criado pela UnB, em convênio com a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), para captar recursos para projetos de enfrentamento à covid-19. “Esses respiradores mecânicos são essenciais no tratamento da covid-19 em pessoas que apresentam a síndrome respiratória aguda grave", ressalta Mintsu.

 

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COMBATE À COVID – Essa parceria coordenada pelo professor Mintsu Hung integra um dos projetos com foco no combate à covid-19 aprovados em chamada pública realizada pelos decanatos de Pesquisa e Inovação (DPI) e de Extensão (DEX) e pelo Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à covid-19 (Copei) da UnB.

 

No final de abril, foi lançado um segundo edital, em fluxo contínuo, para selecionar outras propostas contra a pandemia e suas consequências. 

 

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